Superliga europeia de futebol. Só se fala nisso. Parece até que não tem mais pandemia. Alguns já dizem que o torneio é fake news da família Bolsonaro para desviar os olhos da CPI da Covid.
Se precisarem só de uma opinião, busquem o áudio de Gary Neville, ídolo do Manchester United e comentarista da Sky Sport, que falou estar com nojo de toda a ideia.
Mas imaginemos que a Superliga vai acontecer, e que consequentemente ocorrerão as punições de Fifa e Uefa, ou seja, jogadores do “clube dos 12” estarão impedidos de disputar a Copa do Mundo. E aí?
Imagine esse universo futebolístico-distópico, no qual nenhum jogador de Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Liverpool, Manchester e Manchester, Arsenal, Tottenham, Chelsea, Juventus, Inter e Milan pudessem jogar uma Copa.
Bem, aí o Brasil volta a ser favorito para vencer a Copa. Alguém aí vai dizer que o Brasil sempre é favorito. Mas sejamos honestos, a Copa de 2018 deixou claro que o futebol sul-americano virou coadjuvante nas Copas —fornecemos tanta matéria-prima por tanto tempo para a Europa que deixamos de ser protagonistas.
E por que o Brasil vira favorito? Olhe novamente os 12 times citados aí em cima e tente encontrar um brasileiro que seja o principal nome em um deles.
Agora pense no que Tite poderia ter à disposição. O Brasil perderia Gabriel Jesus (Manchester City), Roberto Firmino (Liverpool), Casemiro, Vinicius Junior e Rodrygo (ambos do Real Madrid), ok. Mas poderia ter Richarlison (Everton), Everton Cebolinha (Benfica) e Neymar (PSG) na frente; e mais Bruno Henrique e Gabriel, do Flamengo. Ataque poderoso.
E o resto do time contaria com: Weverton (Palmeiras), Diego Alves (Flamengo) ou Cássio (Corinthians) no gol. Temos Rafinha (Grêmio), Fagner (Corinthians) e Filipe Luís (Flamengo) para as laterais, além do versátil Gabriel Menino (Palmeiras); Rodrigo Caio (Flamengo), Geromel (Grêmio) e Marquinhos (PSG) são opções para a zaga. No meio tem Everton Ribeiro e Gerson (Flamengo), Bruno Guimarães e Paquetá (Lyon), Douglas Luiz (Aston Villa) e o veterano Daniel Alves (São Paulo), que poderia ser o capitão também. E ainda tem Claudinho (Red Bull Bragantino) e Marinho (Santos), melhores jogadores do Brasileiro e da Libertadores, respectivamente.
Já a França campeã de 2018 mantém Mbappé, mas perde o goleiro e capitão (Lloris), a zaga com Varane (Real Madrid) e Umititi (Barcelona), os meio-campistas Pogba (Manchester United) e Kanté (Chelsea) e os atacante Grizzmann (Barcelona) e Giroud (Chelsea, o melhor atacante que não fez gol da Copa).
E a Bélgica, que eliminou o Brasil? Perderia Kevin de Bruyne (Manchester City), Hazard (Real) e Lukaku (Inter de Milão). Precisa mais? Até tem, mas vamos parar por aqui.
Campeã da última Eurocopa e da Liga das Nações, a seleção portuguesa teria de abrir mão de Cristiano Ronaldo (Juventus), Bruno Fernandes (United), Bernardo Silva e Rúben Dias (City), entre outros.
Argentina poderia montar um time forte, com River Plate como base, mas sem o poderio ofensivo de Dybala (Juventus), Agüero (City), Lautaro Martínez (Inter) e um tal de Messi (Barcelona).
Inglaterra? Sem Harry Kane (Tottenham), Sterling e a joia Foden (City) ou Rashford (United), pode esquecer. Espanha sem jogadores de Real e Barcelona? Faz-me rir.
E a Alemanha. Bem reza a lenda que futebol é um jogo de 11 contra 11 que a Alemanha vence no final. Sem o Bayern na Superliga, os germânicos perdem pouco. Um Kroos (Real) aqui, um Timo Werner (Chelsea) ali, um Gundogan (City) acolá. E não muito mais que isso. Temos um rival!
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