O representante de Belo Horizonte teve poder de reação na série melhor de três partidas, depois de perder a primeira delas para o Praia por 3 sets a 1 (25/21, 25/12, 21/25 e 25/22) e passar sufoco no começo do segundo confronto, mas vencê-lo pelo mesmo placar (19/25, 25/20, 27/25 e 25/23).
Nesta segunda, novamente o jogo teve altos e baixos dos dois lados. Foi a vez de o Minas começar forte e o Praia correr atrás do prejuízo, dominando totalmente o segundo e o terceiro sets. No quarto, a equipe da capital mineira reagiu e voltou a ser superior, o que se repetiu no tiebreak. A ponteira americana Megan Easy foi a maior pontuadora do confronto, com 24 acertos.
Esse é o quarto título do Minas na competição nacional. Havia faturado as edições 2018/19 da Superliga, contra o próprio Praia, e 2001/02, além da temporada 1992/93 (na ainda chamada Liga Nacional).
A equipe comandada pelo técnico italiano Nicola Negro repete uma temporada quase perfeita, como fez antes da pandemia de Covid-19, que interrompeu a Superliga sem a definição de um campeão em 2020.
A principal força do voleibol nacional na atualidade também é o atual campeão mineiro e da Copa do Brasil, todos derrotando o Praia na decisão.
Mesmo depois de perder as ponteiras da seleção brasileira Natália (que foi para o turco Eczacibasi e está no Dínamo Moscou) e Gabi (para o VakifBank Istambul) após a conquista de 2019, a equipe se reforçou com a ponteira Pri Daroit, 32, e a central bicampeã olímpica Thaisa, 33, destaques da conquista consumada nesta segunda ao lado da levantadora Macris, 32. Thaisa foi eleita a melhor jogadora da competição.
“Passa um filme na minha cabeça e lembro tudo que passei para superar as lesões e hoje estar jogando nesse nível. Foi muito difícil passar por uma fase em que fiquei desacreditada, e muitos não acreditaram que eu poderia voltar a jogar no meu melhor nível. Só quem convive comigo sabe o que eu passei. Tenho sorte de ter um time que esteve sempre do meu lado”, afirmou Thaisa.
“Saímos de momentos difíceis juntas, em grupo, e só assim conseguimos superar as dificuldades. Apesar dos sets ruins, sabíamos que ia ser difícil e sabíamos também que só íamos conseguir em conjunto. A força do grupo, o trabalho do ano inteiro, todo o esforço de hoje, tudo isso foi importante para conseguir essa vitória”, disse Macris, eleita a melhor em quadra nesta segunda e melhor levantadora do torneio.
Dono da melhor campanha, com apenas uma derrota em 22 jogos na fase de classificação da Superliga, o Minas chegou à decisão como o favorito ao título, mas sofreu diante da estratégia do Praia no primeiro duelo da série.
O time da capital não perdia desde 27 de novembro de 2020, quando fora derrotado pelo Osasco na primeira fase. Contra o Praia, o último tropeço até então havia sido no dia 7 de novembro de 2019, na decisão do Campeonato Mineiro.
Na segunda partida da série melhor de três, o Minas bateu cabeça no começo e, mais uma vez, o Praia, liderado pela ponteira Fernanda Garay, teve início arrasador. Mas o time de Belo Horizonte contou com a boa fase de Pri Daroit, eleita a melhor da partida, para reagir diante das praianas e forçar o terceiro confronto.
"Foi uma temporada incrível. Chegamos em Saquarema com 23 vitórias consecutivas. Aqui abaixamos um pouco o nosso nível de jogo, mas o Dentil/Praia Clube cresceu de produção e vendeu muito caro a nossa conquista. Esse título é muito merecido para todo esse grupo. Quero agradecer a comissão técnica e as jogadoras por toda a dedicação nesta temporada”, disse Nicola Negro.
Agora, algumas das destaques da Superliga viram a chave para defender a seleção brasileira na Liga das Nações, a partir de maio, e na Olimpíada de Tóquio, em julho e agosto.
Na quarta (7) começam as semifinais da Superliga Masculina, também com concentração e isolamento em Saquarema.
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