Maracanã é multado por presença de torcida em final do Estadual do Rio

Primeira partida da decisão entre Flamengo e Fluminense teve 148 convidados, segundo federação

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Rio de Janeiro

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro decidiu aplicar multa de R$ 14 mil à administração do estádio do Maracanã pela presença de convidados de Flamengo e Fluminense na final do Estadual do Rio na noite deste sábado (16).

O empate entre os dois times no primeiro jogo da final do campeonato foi visto presencialmente por cerca de 150 convidados, descumprindo vedação à presença de público nos estádios da cidade. A infração foi considerada gravíssima pela secretaria.

Em nota, o órgão afirmou que não houve solicitação para a liberação de presença do público. Vídeos publicados em redes sociais mostram que houve aglomerações e descumprimento das medidas de proteção contra o coronavírus.

Ao fim da partida, houve confusão ainda no túnel de saída dos atletas, com desentendimentos entre convidados e integrantes da comissão técnica do Fluminense.

A Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) autorizou cada clube a convidar 150 pessoas para o jogo. A entidade contabilizou 148 presentes, dos quais 114 teriam sido convidados pelo Flamengo. O Fluminense tem se posicionado contra a presença de torcedores no estádio e diz não ter distribuído ingressos.

Torcedores discutem na arquibancada do Maracanã durante final entre Flamengo e Fluminense
Torcedores discutem na arquibancada do Maracanã durante final entre Flamengo e Fluminense - Alexandre Brum/Agencia Enquadrar/Agência O Globo

Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, criticou a multa e lembrou que não houve punição pela presença de público na final da Copa Libertadores entre Palmeiras e Santos, no fim de janeiro.

Também naquela partida, os os protocolos de segurança contra o coronavírus foram ignorados. Em vez de se espalharem pelo local, que tem capacidade para mais de 78 mil torcedores, palmeirenses e santistas ficaram concentrados de um lado das arquibancadas, apenas separados entre si.

Muitos tiraram a máscara para selfies, pulavam e cantavam. O ambiente da final foi de uma partida de futebol com pouca torcida, não de um jogo sem público em meio a uma pandemia.

"Quando se trata do interesse da CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e da Conmebol [a confederação sul-americana], nada é obstáculo para se colocar 5.000 pessoas no estádio, de qualquer jeito, sem protocolo e sem qualquer cuidado que não seja a mímica do ilusionismo conveniente", afirmou Lopes.

"Quando a ciência sucumbe à política ou a outros interesses, pouco se pode fazer. Aguardem o início do Campeonato Brasileiro e poderão ver que tudo passará a valer e ser possível", concluiu.

Ferj e Flamengo continuam pressionando pela volta do público, mesmo em um momento de elevado número de mortes por Covid-19 no país. Eles lutam para conseguir usar até um terço da capacidade do Maracanã já no segundo jogo da final, no próximo sábado (22).

Em nota divulgada neste sábado, a federação disse estar "surpresa" com notícias sobre veto à proposta. "Há mais de um ano a Ferj e o Maracanã têm trabalhado permanentemente nas adequações e preparo do estádio para manter a biossegurança dos seus usuários e receber o público", diz o texto.

A nota defende que o futebol do Rio de Janeiro "tem servido de exemplo à sociedade" em relação à adoção de medidas sanitárias e ações de prevenção contra à Covid-19. Um protocolo para a volta aos estádios, chamado de Jogo Seguro, foi apresentado à Secretaria de Saúde na quinta (13).

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