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Roland Garros começa neste domingo; veja as principais histórias para acompanhar

De novo favorito, Nadal pode quebrar recorde de Slams; últimas campeãs estão em em rota de colisão

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São Paulo

De volta à primavera de Paris após uma disputa chuvosa e fria durante o outono de 2020, Roland Garros espera reencontrar parte da normalidade na sua edição 2021.

O segundo Grand Slam da temporada foi adiado em uma semana para que pudesse abrigar mais público. A previsão é receber até 118 mil pessoas durante o torneio (geralmente esse número chega a 500 mil), com limite de 35% da capacidade das quadras até 8 de junho e 65% nas rodadas decisivas.

Todos os espectadores terão que apresentar teste negativo de Covid-19 ou certificado de vacinação. Por causa do toque de recolher, porém, eles não serão admitidos nas sessões noturnas —novidade deste ano— até 8 de junho.

Dentro de quadra, o roteiro da chave masculina será o habitual: todos contra Rafael Nadal, que buscará seu 14º título de Roland Garros e o 21º Slam para superar a marca dos 20 que divide com Roger Federer.

Na chave feminina, a australiana Ashleigh Barty, número 1 do mundo e campeã em 2019, aparece como favorita ao lado da polonesa Iga Swiatek, vencedora em 2020.

O SporTV e a BandSports transmitem o torneio a partir das 6h deste domingo (30).

Veja algumas das principais histórias para acompanhar nas próximas semanas:

Alguém conseguirá parar Rafael Nadal?

O caso mais clássico de vale a pena ver de novo do tênis mundial. Após 13 títulos no saibro de Paris, Rafael Nadal, 34, entra novamente como grande favorito, apesar de ser o terceiro cabeça de chave, atrás de Novak Djokovic, 34, e Daniil Medvedev, 25. Isso faz com que um encontro entre o espanhol e o número 1 do mundo possa acontecer já nas semifinais.

Também desse lado da chave está Roger Federer, 39, de volta ao torneio após se ausentar no ano passado, quando se recuperava de duas cirurgias no joelho. O suíço retornou de forma pouco empolgante ao circuito até agora (uma vitória e duas derrotas nos torneios de Doha e Genebra) e poderá encontrar o sérvio nas quartas de final.

Caso confirme o favoritismo mais uma vez, Nadal será o recordista de títulos de Slam entre os homens, com 21 troféus. Após derrotas para o russo Andrey Rublev, 23, e o alemão Alexander Zverev, 24, nas quartas de final dos Masters de Monte Carlo e Madri, a vitória contra Djokovic na decisão de Roma serviu para eliminar suspeitas de que pudesse chegar ligeiramente menos cotado a Paris neste ano.

Seu prestígio continua tão grande que até uma estátua em sua homenagem foi inaugurada dentro do complexo de Roland Garros nesta semana.

Nadal posa para foto com as mãos no bolso em frente à estátua, inspirada no seu movimento característico de terminação do golpe com a raquete
Rafael Nadal com a estátua construída em sua homenagem no complexo de Roland Garros - Christophe Guibbaud/FFT

Do outro lado da chave, as principais ameaças são o grego Stefanos Tsitispas, 22, tenista que mais somou pontos na temporada, o austríaco Dominic Thiem, 27, em baixa nos últimos torneios, mas duas vezes vice em Paris, e Alexander Zverev. Medvedev, cabeça de chave 2 que não esconde seu desgosto pelo saibro, nunca venceu um jogo em suas quatro participações no campeonato.

Vale ficar de olho também nos desempenhos do norueguês Casper Ruud, 22, e do italiano Jannik Sinner, 19.

Expectativa por duelo de campeãs

A australiana Ashleigh Barty, 25, campeã de Roland Garros em 2019 e ausente da edição do ano passado por conta da pandemia, tentará retomar o posto. Para isso, porém, poderá ter que passar pela polonesa Iga Swiatek, 19, atual vencedora do torneio, nas semifinais.

A expectativa pela trajetória das duas nessa rota de colisão será uma das grandes histórias desta edição.

Entre as desafiantes mais cotadas estão a embalada belarussa Aryna Sabalenka, 23, a adolescente americana Coco Gauff, 17, além da espanhola Garbiñe Muguruza, 27, e da tcheca Petra Kvitova, 31, ambas vencedoras de Slam.

Serena Williams, 39, ainda em busca dos 24 títulos de Margaret Court, e Naomi Osaka, 23, atrás do seu quinto troféu, precisam primeiro eliminar dúvidas sobre os desafios que o ritmo no saibro impõe ao estilo de jogo delas. Para quem gosta de definir os pontos rapidamente e com potência nos golpes, o alongamento das disputas e a movimentação exigida na terra batida podem se transformar em tormenta.

Osaka e a polêmica das entrevistas coletivas

Osaka chega ao evento após anunciar um boicote às suas entrevistas coletivas. Para ela, o formato desse contato obrigatório com a imprensa mina a saúde mental dos atletas, principalmente após derrotas. Sua declaração repercutiu e foi objeto de questionamento para vários jogadores durante as suas próprias entrevistas nesta sexta.

Barty declarou que não poderia comentar os sentimentos e decisões de Naomi. "Às vezes a entrevista coletiva é difícil, claro, mas também não é algo que me incomoda. Certamente o que eu digo e ouço ou o que vocês me perguntam não me deixam acordada à noite.”

Naomi Osaka, de casaco e viseira, olha para cima
Naomi Osaka no Australian Open deste ano, torneio que venceu pela segunda vez na carreira - Kelly Defina - 20.fev.21/Reuters

"Eu a respeito, é claro, como atleta e sua personalidade. Eu respeito sua decisão", disse Nadal, que ponderou: "Precisamos estar prontos para aceitar as perguntas e tentar produzir uma resposta. Sem as pessoas escrevendo as notícias e as conquistas que estamos tendo ao redor do mundo, provavelmente não seríamos os atletas que somos hoje".

O presidente da Federação Francesa de Tênis, Gilles Moretton, descreveu a posição de Osaka como um "erro fenomenal" e “inaceitável”. A multa para quem não comparece a entrevistas é de até US$ 20 mil (R$ 105 mil). A japonesa afirmou estar ciente e que espera que os valores pagos por ela sejam destinados a instituições voltadas a questões de saúde mental.

"A WTA está aberta a um diálogo com Naomi (e todos os jogadores) para discutir possíveis abordagens que possam ajudar a apoiar um atleta enquanto ele lida com qualquer preocupação relacionada à saúde mental”, disse a entidade que comanda o tênis feminino. "Os atletas profissionais têm a responsabilidade para com seu esporte e seus fãs de falar com a mídia em meio à competição”, completou.

Brasileiros em ação

Na chave de simples, Thiago Monteiro, 26, será o único tenista do país. O 79º colocado do ranking estrearia contra o canadense Milos Raonic, 18º, que acabou desistindo e dando lugar na chave ao argentino Francisco Cerundolo (116º).

Monteiro, que no ano passado avançou à terceira rodada de Roland Garros (encerrando um jejum do Brasil nas chaves de simples de Slams que vinha desde 2015), perdeu 8 das suas 12 partidas após o Australian Open.

Nas duplas masculinas, haverá o retorno da parceria entre Marcelo Melo, 37, e o polonês Lukasz Kubot, 39. O time havia sido encerrado no ano passado, mas acabou retomado após nenhum deles conseguir sucesso com seus novos parceiros.

Atual vice-campeão do Slam francês ao lado do croata Mate Pavic, 27, Bruno Soares, 39, jogará com o britânico Jamie Murray, 35. Marcelo Demoliner, 32, atuará com o mexicano Santiago González, 38. E Monteiro também estará presente, junto do australiano John Millman, 31.

Luisa Stefani, 23, tentaria com a americana Hayley Carter, 26, melhorar a campanha do ano passado, quando elas chegaram à terceira rodada. Mas a brasileira foi diagnosticada com apendicite e precisou passar por cirurgia para a remoção do apêndice nos últimos dias. O comunicado de sua desistência foi divulgado neste domingo (30).

"Infelizmente tive que me retirar de Roland Garros. Bem triste, é uma pena. Tive de fazer cirurgia de apendicite na semana passada em Estrasburgo, então não dará tempo de me recuperar para jogar em Paris. Não tem muita hora certa para isso acontecer. Agora foco total na recuperação para estar bem para a grama e ficar saudável. Mais uma vez relembro que saúde é o mais importante", afirmou.

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