Há 55 anos, Inglaterra e Alemanha pisaram no gramado de Wembley para decidir uma Copa do Mundo, a única conquistada pelos ingleses até hoje. De lá para cá, porém, enfrentar os alemães em competições importantes virou um pesadelo para os britânicos.

Quartas de final do Mundial de 1970, semifinal da Copa de 1990, outra semi na Eurocopa de 1996, oitavas de final da Copa de 2010. Todas com triunfos germânicos. Para os ingleses mais jovens, e para outros nem tão jovens assim que já sofrem há algum tempo com a Alemanha, vencer nesta terça-feira (29) era questão de honra.

Por isso a explosão dos 40 mil torcedores presentes no lendário estádio inglês com os gols de Raheem Sterling e Harry Kane, que deram à Inglaterra a vitória por 2 a 0 que colocou a seleção nas quartas de final da Euro.

Três dos quatro gols ingleses no torneio foram marcados por Sterling. Kane, artilheiro da última Premier League e que até aqui não havia deixado sua marca, conseguiu sua redenção e, enfim, balançou a rede.

Na próxima fase, a Inglaterra enfrenta a Ucrânia, que bateu também nesta terça a Suécia, com gol nos últimos minutos da prorrogação. O duelo pelas quartas de final acontece no próximo sábado (3), em Roma.

Para o técnico Gareth Southgate, foi uma vitória muito simbólica para além da classificação. Isso porque foi dele o pênalti perdido na semifinal de 1996 que eliminou a Inglaterra daquela Eurocopa.

Em Wembley, nesta terça, o treinador completou 58 jogos no comando da seleção. Uma partida a mais do que sua marca como jogador da equipe nacional. Southgate, o técnico, poderá ser o responsável pela conquista mais importante do país no futebol desde que a rainha Elizabeth 2ª entregou a Jules Rimet a Bobby Moore, 55 anos atrás.

Se para o comandante inglês a classificação é a continuidade de um trabalho que vem rendendo frutos, especialmente na utilização de talentos jovens (também foi semifinalista do Mundial da Rússia), para Joachim Löw a derrota e a eliminação em Londres marcaram sua despedida da seleção alemã.

O técnico, que está no cargo desde 2006 e foi campeão do mundo em 2014, entregará o cargo a Hansi Flick, seu ex-assistente no título mundial e treinador campeão europeu com o Bayern de Munique na temporada 2019/2020.

Diante da Alemanha, nesta terça, a Inglaterra testava a solidez de sua defesa, que ainda não foi vazada nesta Euro, mas também a ineficácia de seu ataque.

Até o confronto pelas oitavas de final, a equipe tinha marcado apenas dois gols, ambos com Sterling. Harry Kane, além de não ter feito nenhum na fase de grupos, vinha sendo criticado por suas atuações.

Esse bloqueio ofensivo foi destravado com a entrada de Jack Grealish no segundo tempo. O meia-atacante do Aston Villa participou da construção pelo lado esquerdo do gol que abriu o placar, aos 30 minutos da etapa final.

Luke Shaw recebeu de Grealish, invadiu a área e cruzou rasteiro para Sterling marcar. Três gols na competição para o atacante do Manchester City, que na infância morou na região do estádio de Wembley.

Thomas Müller teve ótima oportunide de empatar logo na sequência, mas desperdiçou cara a cara com Pickford e chutou para fora. O erro do centroavante alemão, que tinha retornado à seleção após um período fora das convocações, não foi perdoado pelos ingleses.

Aos 41, Shaw desarmou Gnabry na altura do meio de campo e serviu Grealish, retribuindo o favor do primeiro gol. O meia-atacante cruzou da esquerda, e Kane entrou na pequena área para cabecear e definir a partida.

A superação para o atacante, que balançou a rede pela primeira vez na Euro, mas também para Southgate, que pôde deixar a derrota de 1996 para trás, e para os torcedores, que havia muito tempo não celebravam um sucesso sobre os alemães. A espera, enfim, acabou.

Zinchenko lidera classificação da Ucrânia

A Ucrânia venceu a Suécia nesta terça-feira (29), por 2 a 1, em Glasgow, e garantiu uma vaga nas quartas de final da Eurocopa. Na próxima fase, enfrentará a Inglaterra.

Oleksandr Zinchenko, com um gol e uma assistência, liderou a classificação dos ucranianos. Mais uma participação decisiva de um atleta do Manchester City, assim como foi com Sterling, que encaminhou a vitória inglesa sobre a Alemanha.

Na primeira etapa, a Ucrânia abriu o placar aos 27 minutos com Zinchenko, que aproveitou bom cruzamento da direita de Yarmolenko para bater cruzado, de pé esquerdo, e superar o goleiro Olsen, que ainda tocou na bola.

Em vantagem, os ucranianos se fecharam atrás e passaram a apostar no contra-ataque. A Suécia, dona da posse de bola a partir do gol, ocupou o campo de ataque e chegou à igualdade ainda no primeito tempo.

Aos 43, Forsberg, destaque sueco na Euro, finalizou de fora da área e contou com desvio em Zabrnyi para tirar a bola do alcance de Buschan.

Na etapa final, as duas seleções criaram oportunidades e acertaram a trave. Forsberg chegou a finalizar duas vezes no poste, mas a partida seguiu para a prorrogação.

Com um a mais após a expulsão do sueco Danielson, os ucranianos pressionaram e foram recompensados com um gol aos 15 minutos do segundo tempo extra. Zinchenko cruzou bem da esquerda e mandou na cabeça de Dovbyk, que testou firme para classificar a Ucrânia às quartas.​