Jogadoras da seleção brasileira protestam contra o assédio sexual

Após denúncia contra Caboclo, atletas publicam mensagem e entram com faixa em campo

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São Paulo

Horas antes de a seleção feminina vencer a Rússia por 3 a 0 em amistoso na tarde desta sexta-feira (11), as jogadoras divulgaram em suas redes sociais uma nota contra o assédio sexual.

As atletas, comandadas pela técnica Pia Sundhage, também entraram em campo, no estádio Cartagonova, em Cartagena (Espanha), com uma faixa contendo a frase "assédio, não!".

O texto, publicado nas redes sociais, não menciona o nome de Rogério Caboclo, presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no último domingo (6) sob acusação de assédio moral e sexual. A denúncia foi feita por sua secretária, na sexta (4), à Comissão de Ética da entidade.

“Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres. São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo. Dizer não ao abuso é mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem! Nossa luta por respeito e igualdade vai além dos gramados. Hoje, mais uma vez, dizemos: não ao assédio”.

Jogadoras da seleção brasileira se manifestam contra o assédio sexual
Jogadoras da seleção brasileira se manifestam contra o assédio sexual - @TatolAndrade no twitter

​​Em entrevista na quinta (10), Pia disse que a acusação de assédio sexual contra Caboclo abalou a preparação das atletas, com as quais ela e a comissão técnica tiveram uma longa conversa sobre o assunto.

"É [um caso] muito sério, e eu gostaria de poder explicar isso em sueco, já que inglês não é a minha língua materna, e nesse caso as palavras são muito importantes. É uma situação séria na qual fomos colocadas. Claro que falamos disso. Você olha e pode ter a sua opinião pessoal. E, sim, conversamos com as atletas, informamos o que estava acontecendo, todas tiveram oportunidade de opinião e falar sobre", disse.

Marta pede apuração dos fatos

Terminado o triunfo brasileiro por 3 a 0, gols de Bruna Benites (2) e Andressa Alves, Marta disse que a decisão de apresentar o manifesto e exibir a faixa foi tomada por todas as jogadoras e pela treinadora Pia Sundhage. Ela pediu que as acusações de assédio sexual e moral contra Rogério Caboclo sejam devidamente apuradas.

"A gente tem uma comissão técnica que é muito alinhada com as atletas. E a gente resolveu mostrar a nossa posição, porque somos obviamente contra qualquer tipo de assédio. Sem fazer pré-julgamento, claro, mas os fatos estão aí para ser apurados", afirmou a atacante de 35 anos à TV Globo.

"Fizemos tudo em conjunto, como fazemos em outras situações. Agora, é deixar essa situação de lado e focar o nosso trabalho aqui, que é muito importante na nossa preparação para a Olimpíada. A gente vai fazer isso, manter o foco, e deixar que as autoridades resolvam essa situação", concluiu Marta.

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