Adiamento das Olimpíadas faz nova geração da ginástica artística brilhar

Federação internacional decidiu liberar vaga olímpica para quem completou 16 anos em 2021

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São Paulo | Reuters

As ginastas que não teriam idade suficiente para disputar os Jogos de Tóquio se o evento fosse realizado em 2020 estão aproveitando a experiência olímpica com a chance imprevista —e polêmica— de se apresentar no maior evento esportivo do mundo.

O atraso no início dos Jogos devido à pandemia de Covid-19 representou um dilema para a FIG (Federação Internacional de Ginástica), órgão regulador do esporte, que exige que as ginastas completem ao menos 16 anos em um ano olímpico para se qualificar.

Entretanto, em função do adiamento, a entidade decidiu permitir que aqueles que terão 16 anos em 2021, em vez de 2020, competissem em Tóquio, algo que gerou debates na modalidade.

A imagem  mostra a ginasta Viktoria Listunova vista de cima se apresentando na trave de equilíbrio
Viktoria Listunova se apresenta na trave durante as Olimpíadas de Tóquio-2020 - Athit Perawongmetha/Reuters

Muitos ginastas e treinadores argumentaram que as regras de idade não deveriam ter levado o adiamento em conta, porque agora aumentam o número de atletas elegíveis e ameaçam expulsar as ginastas mais experientes. Uma das beneficiadas pela decisão, por exemplo, é candidata a medalha.

Viktoria Listunova, nascida em maio de 2005, faz parte da equipe do Comitê Olímpico Russo, que terminou em primeiro lugar nas eliminatórias. A jovem de 16 anos, que também chegou à final no solo, discorreu sobre a primeira Olimpíada com indiferença. "Eu apenas tratei como se fosse outra competição que ocorre uma vez a cada quatro anos", disse Listunova, atual campeã europeia no individual geral. "Só que desta vez acontece após um intervalo de cinco anos, pela primeira vez na história", acrescentou.

Para a canadense Ava Stewart, que completará 16 anos em setembro, as Olimpíadas de Tóquio marcaram a primeira vez que ela viajou sem os pais e sua primeira vez fora da América do Norte. "Não pensei que estaria nas Olimpíadas ou algo assim", disse Stewart, que não se classificou para as finais.

"Ainda vou tentar ir para [as Olimpíadas de Paris] 2024. Isso nunca mudou. É só o fato de que tive a oportunidade de ver o que era uma competição internacional, mesmo que não tenha tratado dessa forma."

A belga Jutta Verkest, 15, reconhece a vantagem que ganhou em função do coronavírus, mas afirma que a crise sanitária estragou a atmosfera de um evento desejado por todos os atletas. "Ninguém fica feliz em ter coronavírus... Imagina se as Olimpíadas pudessem acontecer sem todas essas máscaras?", disse ela, que completa 16 anos em outubro e vai competir nas finais do individual geral e por equipes.

"Eu não teria participado, mas tudo teria sido muito maior e diferente", constata a ginasta.

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