Descrição de chapéu Tóquio 2020

Buquês de Tóquio-2020 refletem recuperação japonesa após desastre em Fukushima

Medalhistas das Olimpíadas recebem flores pela primeira vez desde Londres-2012

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São Paulo

A entrega de buquês aos medalhistas está de volta. Nos Jogos do Rio, em 2016, os arranjos foram substituídos por uma escultura, o que marcou uma quebra na tradição que vem desde a Grécia Antiga.

Lá, os campeões olímpicos recebiam uma coroa de louros e um ramo de palma, enquanto os espectadores arremessavam flores na direção dos esportistas. Agora, em Tóquio, o retorno do ritual é feito com espécies escolhidas a dedo da região leste do país, a mais atingida pelo terremoto de 2011.

Os 5.000 arranjos foram desenhados pelo Conselho de Flores Nippon e são entregues aos premiados tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Paraolímpicos. As flores incluem girassóis de Miyagi, eustomas e selos-de-salomão de Fukushima, gencianas de Iwate e aspidistras da capital japonesa.

A escolha da origem das flores é simbólica. Em Miyagi, por exemplo, os pais que perderam filhos na tragédia plantam girassóis na colina em que as vítimas procuraram abrigo do tsunami. E, todo ano, assim que as flores desabrocham, a cidade se lembra de quem foi afetado pelo desastre.

Em Fukushima, a prefeitura criou uma entidade sem fins lucrativos para produzir as eustomas, símbolo da esperança de recuperação. Já a cor do emblema dos Jogos é a mesma das gencianas de Iwate.

Daniel Cargnin (direita) recebe a medalha de bronze e o buquê da vitória pelo judô em Tóquio; da direita para a esquerda: An Baul, da Coreia do Sul, Hifumi Abe, do Japão, e Vazha Margvelashvili, da Georgia
O judoca Daniel Cargnin, à dir., recebe a medalha de bronze e o buquê nos Jogos de Tóquio - Sergio Perez/Reuters

Os buquês têm cerca de 17 cm de diâmetro e 28 cm de altura e são entregues em uma espécie de bolsa com água em forma de gel, o que as deixa frescas por mais tempo. Os arranjos também são acompanhados pela mascote Miraitowa, cujo nome é a junção das palavras "futuro" e "eternidade".

No Rio, preocupações com a sustentabilidade foram a justificativa para deixar as flores de lado. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Christy Nicolay, produtora-executiva das cerimônias, disse que o comitê dava os buquês aos atletas, e eles "muitas vezes apenas os jogavam fora".

O objetivo da premiação com os arranjos em Tóquio é mostrar o charme das flores japonesas para o público mundial. Por isso, o buquê é desenhado para mostrar as principais espécies de todos os ângulos.

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