Descrição de chapéu Tóquio 2020 surfe

Comemoração de Italo Ferreira após o ouro tem choro, mortal e lembranças da avó

Surfista potiguar dedica conquista a Dona Mariquinha, que morreu em 2019

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Chiba

A celebração do primeiro ouro olímpico da história do surfe teve muito choro, mortal no pódio e lembranças da avó. Italo Ferreira saiu do mar da praia de Tsurigasaki carregado nos ombros, festejando a conquista inédita. Quando parou na primeira câmera de TV, desabou a chorar logo na segunda pergunta.

“Eu queria que a minha avó estivesse viva para ela ver isso. Para ver o que eu me tornei, o que eu consegui fazer”, disse assim que conseguiu falar alguma coisa.

Italo dá um mortal no pódio logo após a cerimônia de premiação do surfe
Italo dá um mortal no pódio logo após a cerimônia de premiação do surfe - Olivier Morin/AFP

Dona Mariquinha era “mó figura”, nas palavras do neto. Eles “se zoavam” o tempo todo, conta, ao resgatar algumas memórias da relação com a avó, que não pôde vê-lo campeão nas Olimpíadas.

Era ela quem via antes de todo mundo as conquistas do potiguar. “Quando voltava de campeonato, a primeira coisa que eu fazia era mostrar o troféu a ela”, lembrou o atleta, nascido em Baía Formosa (RN).

Não será diferente agora. “Quando eu fui campeão do mundo, eu levei [o troféu] para ela, e ela não estava. Eu provavelmente vou continuar no mesmo ritual. Vou levar a medalha para ela.” Mariquinha morreu em 2019, no mesmo ano em que Italo se tornou o terceiro brasileiro a conquistar um mundial da modalidade. “Lá de cima ela está muito orgulhosa”, disse o atleta após conquistar o ouro no Japão.

No primeiro pódio da história do surfe em Olimpíadas, já com a medalha de ouro no peito, Italo pediu licença para extravasar. Deu um mortal e acenou para os presentes, agradecendo a todos pelo apoio.

Logo após a vitória, o potiguar saiu do mar nos ombros de Marquinho, seu amigo e auxiliar técnico, e nos de Rudá Carvalho, ex-surfista profissional. Os dois foram lembrados nos agradecimentos do atleta.

“Marcos cuida da minha vida hoje. Dou graças a Deus por ter conhecido ele. Quando eu tinha 14 anos, no Espírito Santo, fiquei sem hotel, e ele me levou para a casa dele. Hoje a gente cresce junto. A gente tem uma família incrível”, afirmou. Rudá, na verdade, foi um empréstimo. Ele viajou ao Japão como treinador da surfista brasileira Silvana Lima, eliminada nas quartas de final, mas foi crucial na conquista do ouro.

“Eu pedi a ele, ‘porra, vamos levar essa medalha para o Nordeste, Rudá'. Ele é da Bahia e me deu uma força incrível nesses dias, falava a real, sempre de homem para homem, olho no olho, falava umas paradas que me deixava bem motivado.” Italo levou ao Japão a frase que lhe deu sorte. “Diz amém que o ouro vem.”

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