Diretoria da CBF decide ampliar afastamento de Rogério Caboclo em 60 dias

Presidente continua fora da entidade durante apuração de acusações de assédio sexual feitas por funcionária

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São Paulo

A diretoria da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) decidiu, na noite de quinta-feira (1º), ampliar o período de afastamento do presidente Rogério Caboclo. Fora de suas funções desde 6 de junho, por causa de uma acusação de assédio sexual e moral contra uma funcionária da entidade, ele assim permanecerá por mais 60 dias.

O prazo estipulado inicialmente era de 30 dias e expiraria na próxima semana. Mas os dirigentes da confederação entenderam que o cartola não deve retomar suas atividades enquanto não são esclarecidas as circunstâncias em torno das acusações. Ele nega todas elas, embora admita que tenha feito “brincadeiras inadequadas” com sua secretária.

Caboclo entende que não há previsão legal para seu afastamento - Mauro Pimentel - 17.mai.19/AFP

O afastamento original foi definido pelo conselho de ética da CBF. Desta vez, foi a própria diretoria, comandada interinamente por Antônio Carlos Nunes, quem decidiu manter o presidente alijado de seu posto. Para isso, os dirigentes se basearam em um artigo do estatuto da entidade que permite “afastar, em caráter preventivo, qualquer pessoa […] que infrinja as normas”.

"Trata-se de manobra absurda, ilegal, que contraria por completo o estatuto e os regulamentos da entidade e ainda viola leis e a Constituição Federal do Brasil nos seus mais elementares ensinamentos, quais sejam, os dos princípios e garantias fundamentais, como a legalidade, a presunção de inocência, a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal", respondeu a assessoria de Caboclo em trecho de nota.

Mais cedo, na tarde de quinta, ele voltou a adotar um comportamento ofensivo e investiu sobre o antigo aliado Marco Polo Del Nero. Ele acusa o velho mentor de ser o responsável por tentar negociar, por R$ 12,4 milhões, o silêncio da funcionária que afirma ter sido assediada.

O presidente chegou a enviar uma petição ao conselho de ética da confederação, pedindo sem sucesso a revogação de seu afastamento. De acordo com ele, não existia previsão legal para que fosse tirado do cargo. A solicitação não foi atendida, e agora o período do afastamento recebeu uma ampliação.

A expectativa da diretoria é que o relatório final de seu órgão de ética aponte Caboclo como culpado e recomende sua saída definitiva. Nesse caso, será convocada uma assembleia geral com representantes das 27 federações para confirmar esse afastamento. Para isso, seriam necessários 21 votos.

O cenário não parece nada favorável ao presidente afastado, mas ele não desiste e tem reafirmado que voltará a ocupar sua cadeira na sede da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Por ora, ele continua fora, e é sem sua presença que a confederação vai tocando a Copa América no Brasil. A competição será finalizada no próximo dia 10.

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