Descrição de chapéu Tóquio 2020

Brasil tem chance de medalha com Nathalie na esgrima em 1º dia cheio das Olimpíadas

Medalhista no Rio-2016, Felipe Wu tenta surpreender no tiro esportivo em Tóquio

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Tóquio

O primeiro dia completo de programação das Olimpíadas de Tóquio poderá ser marcado por uma medalha inédita para o Brasil. A candidata ao feito é Nathalie Moellhausen, que compete na categoria espada feminina da esgrima a partir das 21h desta sexta (23), no horário de Brasília.

As competições dessa categoria e também do sabre masculino (sem brasileiro) se estenderão por mais de 12 horas, com as disputas de medalha começando às 7h50 de sábado (24). O outro representante do país em Tóquio, Guilherme Toldo, compete entre domingo (25) e segunda (26) no florete.

Makuhari Messe, local de competição da esgrima nos Jogos de Tóquio
Makuhari Messe, local de competição da esgrima nos Jogos de Tóquio - Zhang Hongxiang/Xinhua

A esgrima está numa lista de esportes ainda zerados em pódios na história olímpica brasileira, mas que aparece com boas chances de quebrar essa barreira no Japão. Outros exemplos são o tênis de mesa, com Hugo Calderano, e o ciclismo MTB, com Henrique Avancini. Nas Olimpíadas do Rio-2016, a esgrima brasileira teve seu melhor resultado da história, quando Nathalie e Toldo avançaram até as quartas de final.

Três anos depois, a esgrimista nascida na Itália e que compete pelo Brasil desde 2014 deu ao país seu primeiro título mundial no esporte. Hoje a atleta de 35 anos é a quarta colocada no ranking da federação internacional, numa categoria que promete ter uma das disputas mais acirradas dos Jogos.

“Estou com uma sensação estranha. Talvez por tudo o que aconteceu em relação à pandemia, estou sentindo mais motivação do que pressão. Fiquei um ano sem competir, treinei muito, e agora o meu desejo de competir é maior do que qualquer tipo de pressão. Trazer uma medalha para o Brasil é o meu sonho”, disse a atleta em entrevista na Vila Olímpica, no último domingo (18).

Desde o início da pandemia de Covid-19, a ítalo-brasileira disputou apenas um torneio de grande porte, uma etapa da Copa do Mundo realizada na Rússia, em março. Residente na França, ela afirma que durante esse período treinou como nunca, pelo menos a parte física. O problema foi reencontrar o ritmo de competição. Em Kazan, Nathalie perdeu nas oitavas de final para a sul-coreana Sera Song.

“Países como China e Coreia estão nove meses à frente em relação aos da Europa, porque conseguiram voltar a competir antes. Apesar de ter tido boas condições de fazer um bom combate com a menina, senti que no toque final faltou aquela presença física e mental que só existe quando você está competindo [com regularidade]”, afirmou à Folha em maio.

Desde então, a atleta trabalhou para finalizar a preparação em meio a esse cenário de pouquíssimo contato com as principais rivais. “Posso antecipar aquilo que elas têm como estratégia, qual a mentalidade, mas depois será o momento. Como eu sei que dependo do momento, de como vou acordar, da pressão que vou sentir, sei que vai acontecer para elas também.”

Quem já teve a experiência de abrir uma edição das Olimpíadas com medalha foi Felipe Wu, no tiro esportivo. Em 2016, a prata logo no início dos Jogos do Rio representou a primeira conquista brasileira no esporte em 96 anos.

Dois atiradores miram em treino, enquanto um terceiro se prepara
Felipe Wu (à dir.) durante treino do tiro esportivo em Tóquio - Miriam Jeske - 20.jul.21/COB

No Japão, ele tentará defender o lugar no pódio também neste sábado (24). A qualificação da categoria pistola de ar 10 metros está marcada para 1h, e a final, às 3h30 —ambos horários de Brasília.

Mas se há cinco anos, em casa, Wu chegou bem cotado para as primeiras posições, agora o atleta de 29 anos entra para surpreender. Mesmo a classificação parecia distante, até que ele conseguiu o quarto lugar numa etapa de Copa do Mundo em abril e obteve os pontos necessários para garantir vaga pelo ranking.

“Da mesma forma que não deixei a demora para me classificar me impactar, ter uma medalha não me afeta. O objetivo é fazer uma boa participação, e se isso me permitir ganhar medalha sairei muito feliz."

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