Descrição de chapéu Tóquio 2020

Stefani e Pigossi contam que não paravam de pular ao descobrir que disputariam Olimpíadas

Dupla brasileira ganhou o bronze no tênis neste sábado após classificar de última hora para Tóquio-2020

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Tóquio

No dia 16 de julho, uma semana antes da abertura oficial das Olimpíadas de Tóquio, a tenista brasileira Laura Pigossi, 26, então disputando um torneio no Cazaquistão, queria falar desesperadamente com a amiga, e também tenista, Luisa Stefani, 23, que estava nos Estados Unidos.

“Ela (Stefani) dormindo e eu ansiosamente esperando ela acordar para dar a notícia”, conta Pigossi.

A notícia? Simplesmente que as duas representariam o Brasil na competição de duplas de tênis nos Jogos Olímpicos prestes a começar. E mais: já estavam inscritas pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT).

Laura Pigossi abraça Luisa Stefani após vitória do Brasil na disputa do bronze no torneio de duplas
Laura Pigossi abraça Luisa Stefani após vitória do Brasil na disputa do bronze no torneio de duplas - Yara Nardi/Reuters

Em dois dias, elas teriam de arrumar as malas, pegar as raquetes e correr para o Japão.

O resto a história se encarregou de registrar: as duas chegaram por último para conquistar o bronze, a primeira medalha olímpica do tênis brasileiro.

Stefani e Pigossi levaram a medalha neste sábado (31) ao baterem as russas Veronika Kudermetova e Elena Vesnina, por 2 sets a 1, com uma virada espetacular.

Após a medalha garantida, chegaram à tradicional entrevista coletiva de medalhistas atônitas, admitindo que a ficha ainda não havia caído.

A Folha então pediu para a dupla medalhista contar como foi descobrir que participaria das Olimpíadas.

Stefani diz que, quando (enfim) acordou naquele dia de 16 de julho, recebeu logo a ligação de Eduardo Frick, gerente da CBT, com a informação de que elas entraram nos Jogos de última hora.

“Eu acordei, estava relaxando. O Frick me liga, eu digo ‘e ai Frick, tudo bem?’ E ele diz: ‘você viu minha mensagem?’ ‘Não’ [resposta dela a ele]. Começo a ver o celular, 500 ligações. Vocês entraram em Tóquio [ele disse]”, contou a brasileira.

“Aí fiquei muito louca, liguei para a Laura, a gente pulou, foi de sono para acordar, não entendi nada”, disse a medalhista de bronze.

“A felicidade foi indescritível, minha cabeça não parava. Foram dois dias até chegar aqui. Depois de receber a ligação, não consegui dormir, a gente ficava pulando, gritando no telefone”, continua a brasileira.

Do seu lado, sorrindo sem parar, Pigossi conta sua versão da história: “Quando a gente recebeu ligação de que tínhamos entrado, ficamos histéricas, falei para ela que as últimas seriam as primeiras”.

Pela regra, a chave olímpica reúne 31 duplas definidas com base nas primeiras colocações no ranking, além de outra representante do país-sede.​

Stefani e Pigossi são, respectivamente, primeira e segunda mais bem colocadas no ranking de duplas do Brasil, mas não atuam juntas no circuito internacional, embora sejam amigas de infância.

Stefani mora nos Estados Unidos, e Pigossi, em Barcelona.

No circuito, Stefani faz dupla com a norte-americana Hayley Carter. Ambas conquistaram o Aberto de Lexington, no Kentucky (EUA), e o WTA de Tashkent (Uzbequistão), em 2019.

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