Descrição de chapéu Tóquio 2020

Tóquio pode voltar atrás e proibir torcida nos estádios da Olimpíada

Aumento de casos no país liga sinal de alerta a 3 semanas do início dos Jogos

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São Paulo

Após liberar um público de até 10 mil pessoas nos estádios durante a Olimpíada, Tóquio pode voltar atrás e realizar os Jogos sem ninguém nas arquibancadas. Essa hipótese foi levantada por Yuriko Koike, governadora de Tóquio, nesta sexta-feira (2), já que a cidade luta contra o aumento de casos de Covid-19 a três semanas da abertura do evento.

Koike afirmou que a organização dos Jogos Olímpicos precisará revisar a política atual sobre público se a situação da pandemia piorar na capital japonesa. Foi a primeira entrevista coletiva da governadora após uma semana internada para se recuperar de fadiga severa. Ela recebeu alta na última quarta-feira.

A ideia de proibir torcedores de frequentar os estádios também é estudada pelo governo do Japão. "Disse antes que existe a possibilidade de não haver público. Em qualquer caso, agiremos tendo a segurança e a proteção do povo japonês como nossa principal prioridade", afirmou o primeiro-ministro Yoshihide Suga à agência Kyodo News.

Pessoas deixam o Centro de Mídia dos Jogos de Tóquio. Em primeiro plano, cartaz mostra regras seguidas no prédio para conter disseminação do novo coronavírus
Cartaz mostra regras do Centro de Mídia de Tóquio para conter o avanço das infecções durante Olimpíada - Fabrizio Bensch - 1.jul.21/Reuters

O Comitê Organizador de Tóquio-2020 também adotou esse discurso de voltar atrás. "Não queremos organizar a Olimpíada com público a todo custo", afirmou a presidente do comitê, Seiko Hashimoto, uma ex-atleta da patinação de velocidade, que reiterou que os organizadores estão preparados para seguir em frente sem torcedores nas arquibancadas se o governo do Japão assim determinar.

Na quinta (1º), o Japão registrou mais 1.733 infecções do novo coronavírus e 24 mortes. No total, o país já teve 802 mil casos e 14.754 mortes. Os dados são do site Our World in Data. Tóquio é responsável por 2.220 mortes. O medo de que a Olimpíada ajude a propagar o vírus já levou a protestos contra a realização dos Jogos.

“Não sei o que vai acontecer com a situação da pandemia que muda todos os dias, mas o Comitê Organizador estará preparado (para realizar a Olimpíada) sem espectadores. Podemos aplicar qualquer política que venha a ser implementada”, comentou Hashimoto.

No início da semana passada, os organizadores divulgaram a regra de permitir até 10 mil torcedores nas arquibancadas ou 50% da capacidade do estádio (o que for menor). Apenas o público japonês poderá frequentar as competições.

O comitê, porém, divulgou na época que essa permissão poderia ser revogada dependendo da situação da pandemia no país. O estado de emergência atual, que impõe uma série de limitações aos cidadãos, será encerrado no próximo dia 11, mas pode ser estendido. A Olimpíada terá início no dia 23 de julho.

Segundo a agência Kyodo News, na próxima quinta-feira, os organizadores devem ter reunião com o COI (Comitê Olímpico Internacional) para discutir a questão do público. O encontro será realizado se o estado de emergência for prorrogado pelo governo.

Algumas soluções estão sendo estudadas. Uma delas é a proibição completa de público. Outra é limitar em no máximo 5.000 pessoas nos estádios, mantendo a regra de ocupação de no máximo 50% das arquibancadas. Segundo o diário Yomiuri Shimbun, as prefeituras de Chiba e Saitama, cidades próximas a Tóquio, pediram outra limitação: que o público fosse proibido de frequentar eventos noturnos.

O Comitê Organizador já voltou atrás anteriormente. Depois de sinalizar que poderia permitir a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios sob determinadas regras, os dirigentes decidiram proibir a iniciativa.

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