O Canadá venceu a Suécia nesta sexta-feira (6), no estádio Yokohama, e conquistou a tão sonhada medalha de ouro no futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
A partida terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal, gols marcados por Blackstenius (Suécia) e Fleming (Canadá). A prorrogação manteve o mesmo placar, levando a decisão para os pênaltis. Nas penalidades, após uma sucessão de erros nas cobranças, Grosso marcou e as canadenses, com a vitória por 3 a 2, ficaram com o topo do pódio.
O resultado, além de inédito para o país, fecha com chave de ouro o ciclo de Christine Sinclair com a camisa do Canadá. Ela, que é a jogadora com mais gols internacionais na história –entre homens e mulheres–, entrou em campo aos 38 anos para a sua primeira final de um grande torneio internacional.
Com cinco Copas do Mundo e quatro Olimpíadas disputadas na bagagem, Sinclair liderou o Canadá em dois bronzes consecutivos antes de garantir o ouro em Tóquio.
A final havia sido marcada para as 11h da manhã no horário da capital japonesa, mas foi adiada para as 21h por conta das altas temperaturas que têm marcado os Jogos. À noite, sem o calor de meio-dia do verão japonês, o duelo pôde ser disputado em suas melhores condições.
A técnica inglesa Bev Priestman, de 35 anos, era a comandante mais jovem desta edição dos Jogos Olímpicos. Ela mantém a sequência de treinadoras campeãs olímpicas que começou em 2004 com April Heinrichs (EUA). Na sequência, as medalhistas de ouro foram Pia Sundhage (EUA, em 2008 e 2012) e Silvia Neid (Alemanha em 2016).
Comandadas por Priestman, as canadenses eram a zebra desta final. Responsáveis por eliminar a seleção brasileira nas quartas de final do torneio, elas tiveram um caminho tortuoso até a final, com dois empates (Japão e Grã-Bretanha) e uma vitória sobre o Chile na fase de grupos.
Na fase de mata-mata, mais um empate com o Brasil, decidido na disputa por pênaltis. A vitória sobre os Estados Unidos por 1 a 0, com gol de pênalti de Jessie Fleming no segundo tempo, transformou o sonho canadense em realidade. Um feito histórico que, no entanto, ainda deixava as canadenses com a imagem de zebras na final olímpica.
As duas defesas entraram em campo tendo sofrido apenas três gols na competição. As experientes Hedvig Lindahl e Stephanie Labbé já haviam defendido um pênalti cada na competição e estavam preparadas para uma possível disputa de penalidades pelo ouro.
Ao longo da partida, as estratégias das duas equipes variaram. As canadenses começaram o jogo cautelosas, enquanto a Suécia avançava as suas linhas ofensivas em busca do gol.
Contudo, o confronto mudou após o gol da Suécia. Blackstenius manteve a “tradição” de marcar em finais olímpicas –ela havia marcado o gol sueco na derrota por 2 a 1, no Rio de Janeiro, contra a Alemanha. Fleming, de pênalti, igualou o placar no segundo tempo.
Na prorrogação, as duas seleções seguiram com um jogo mais cauteloso, apostando em chutes de fora da área, sem sucesso.
Mesmo com Asllani perdendo o primeiro pênalti, Lindahl defendeu duas cobranças para colocar a Suécia em vantagem. A capitã Caroline Seger teve a chance de encerrar o confronto e levar o título para a Suécia, mas isolou.
As cinco primeiras cobranças terminaram com apenas dois gols para cada seleção. Nas alternadas, Labbé defendeu a cobrança de Andersson, e Grosso marcou para dar o título às canadenses.
O futuro, para as duas seleções, será de reformulação pensando no próximo ciclo olímpico. Tanto Canadá quanto Suécia devem perder jogadoras importante. As canadenses Sinclair, Labbé e Sophie Schmidt, todas acima dos 30 anos, podem se despedir da seleção antes dos Jogos de Paris.
Na Suécia, Lindahl, 38, e Seger, 36, também poderão abrir espaço para atletas mais jovens visando as Olimpíadas de 2024.
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