Descrição de chapéu Copa Libertadores 2021

Choque-Rei da Libertadores opõe o bélico Abel ao diplomático Crespo

Palmeiras recebe o São Paulo, no Allianz, por vaga nas semifinais do torneio continental

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São Paulo

De um lado, um homem tranquilo, que veste roupa social e fala pouco com os árbitros. Do outro, com agasalho e calça do clube, um de estilo mais enérgico e agressivo, de gestos e manifestações que não raramente rendem cartões.

A postura de seus técnicos à beira do gramado deverá ser a mesma de todos os clássicos anteriores, mas os torcedores de Palmeiras e São Paulo sabem que o confronto desta terça-feira (17) não é apenas de mais um Choque-Rei para o histórico do confronto.

Após empate por 1 a 1 no Morumbi, no jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores, palmeirenses e são-paulinos se enfrentam às 21h30, no Allianz Parque, por uma vaga nas semifinais. SBT e Fox Sports transmitem a partida.

São Paulo e Palmeiras empataram em 1 a 1 no jogo de ida das quartas de final
São Paulo e Palmeiras empataram em 1 a 1 no jogo de ida das quartas de final - Sebastião Moreira - 10.ago.21/AFP

Campeão da última edição do torneio, o Palmeiras de Abel Ferreira precisa apenas de um empate sem gols para chegar mais uma vez entre os quatro melhores da América e buscar a defesa do título.

É uma tarefa, em tese, que se encaixa no estilo de jogar da equipe, sempre aproveitando melhor as roubadas de bola para contra-atacar o adversário do que propondo um jogo mais elaborado, com o controle da posse e paciência na construção.

O perfil extremamente competitivo espelha de certa forma o que é o seu treinador. A área técnica que fica na lateral do campo quase nunca parece suficiente para Abel Ferreira, que vive as partidas de maneira intensa. Tão intensa a ponto de extrapolar os limites do aceitável, ao menos de acordo com os árbitros.

No último fim de semana, na derrota para o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro, o português reclamou bastante da expulsão do meia Patrick de Paula e foi expulso de campo pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo.

Desde que ele chegou ao Palmeiras, em novembro do ano passado, já são 17 cartões em sua conta –14 amarelos e três vermelhos.

Campeão da Libertadores e da Copa do Brasil com o clube, o treinador sempre utilizou os microfones para externar sua insatisfação com as decisões da arbitragem no Brasil. Após um empate com o São Paulo, pelo Brasileiro de 2020, no Morumbi, em que recebeu um amarelo, chegou a dizer que "é por vossos erros [de arbitragem] que a gente vai embora [do país]".

O estilo verborrágico não serviu apenas para as reclamações com personagens de fora, mas também para cobrar a diretoria do próprio Palmeiras.

Abel Ferreira orienta seus atletas durante partida contra o São Paulo, no Morumbi
Abel Ferreira orienta seus atletas durante partida contra o São Paulo, no Morumbi - Sebastião Moreira - 10.ago.21/Reuters

No início da atual temporada, Abel entendia que, após encerrar um 2020 exitoso (mas desgastante), a equipe precisava de reforços de peso para continuar protagonista. Um apelo que não foi atendido pela cúpula alviverde.

A cobrança pública não foi muito bem recebida pelo presidente Maurício Galiotte, mas a discussão também não se agravou para uma crise que pudesse atrapalhar a sequência do trabalho. Mostrou mais uma vez, porém, que o português tem pavio curto.

Bem diferente de Abel Ferreira é o argentino Hernán Crespo, que tenta levar o São Paulo à sua primeira semifinal de Copa Libertadores desde 2016.

Tranquilo à beira do campo, Crespo raramente cobra os árbitros durante as partidas. A crítica às decisões da arbitragem costumam ficar sob responsabilidade de seu auxiliar, Alejandro Kohan, que já foi expulso no Campeonato Brasileiro.

As únicas reclamações mais fortes do técnico tricolor aconteceram nas primeiras rodadas do Nacional, quando entendeu que o São Paulo foi prejudicado contra Fluminense (0 a 0), por um pênalti não marcado, e Chapecoense (2 a 2), pela expulsão de Rodrigo Nestor, ambos no Morumbi.

Mas o estilo predominante do argentino é a diplomacia, sobretudo no que se refere a fatores externos à gestão do elenco.

Após o empate com o Palmeiras na semana passada, Crespo foi questionado sobre as lesões que têm minado a continuidade dos jogadores na equipe na Libertadores e no Brasileiro. Para o duelo contra os alviverdes, ele não teve à disposição três de seus atacantes: Marquinhos, Luciano e Eder. Durante a partida, ainda perdeu o lateral esquerdo Welington, que havia entrado no intervalo.

"Eu falo daquilo que posso controlar", limitou-se a dizer.

Nesta terça-feira, o argentino tentará manter o retrospecto positivo diante do Palmeiras. São quatro empates e duas vitórias para Hernán Crespo, incluindo a conquista do Campeonato Paulista sobre o rival.

Para este confronto, porém, apenas manter a invencibilidade não basta. O São Paulo terá que marcar gols para buscar a classificação. E Crespo, o diplomático, precisará ser um visitante incômodo se quiser permanecer vivo na Copa Libertadores.

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