Descrição de chapéu Tóquio 2020

Japonesa faz plantão em porta de ginásio para apoiar seleção brasileira de vôlei

Jogos são sem público, mas torcedora faz questão de demonstrar carinho antes de cada duelo

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Tóquio

Ayako Iwamura se empolgou quando soube que Tóquio receberia os Jogos Olímpicos. Sua intenção era acompanhar a seleção brasileira feminina de vôlei, e ela comprou os ingressos para isso. Porém, por causa das restrições impostas pela organização diante da Covid-19, a japonesa de 51 anos não pôde entrar na Ariake Arena.

Ficou fora, mas não distante. A cena tem se repetido durante a caminhada da equipe no Japão: o ônibus da seleção chega ao ginásio, e Ayako está na calçada, com camisa e bandeira do Brasil. Foi assim até na vitória sobre o Japão, por 3 sets a 0. “Eu torço apenas para o Brasil”, diz à Folha.

A moradora de Tóquio se encantou pela equipe verde-amarela em 2006, quando acompanhou o Campeonato Mundial realizado no Japão. A seleção perdeu aquele título para a Rússia, mas ganhou a preferência de Ayako.

Ayako Iwamura, moradora de Tóquio e torcedora da seleção brasileira de vôlei feminino
Ayako Iwamura, moradora de Tóquio, torce para seleção brasileira feminina de vôlei desde 2006 - Carlos Petrocilo/Folhapress

Ela já embarcou para o Brasil e para a Colômbia para acompanhar a seleção. Em Cartagena, hospedou-se no mesmo hotel das brasileiras e, para se deslocar até o ginásio, pegava carona no ônibus da delegação.

“Para mim, as jogadoras brasileiras fazem parte da minha família, porque sempre me recebem bem. E eu as apoio com todo o meu melhor”, afirma.

Fã da oposto Sheilla, 38, a japonesa soube há alguns anos que a atleta gostava de refrigerantes. Então, comprou alguns engradados e pediu eles fossem entregues no hotel onde a seleção estava concentrada.

“Eu acompanhei aquele Mundial de 2016 e me tornei grande fã da Sheilla”, conta Ayako. “A Sheilla é espetacular, excelente jogadora e pessoa. Ela me tratou com muito carinho sempre.”

Sheilla, bicampeã olímpica, fez parte do grupo na Liga das Nações, último torneio disputado antes das Olimpíadas, mas não foi selecionada entre as 12 atletas para o Japão.

Coube a Gabi ocupar a lacuna deixada por ela. “A Gabi é guerreira, talentosa e também é muito generosa”, elogia Ayako, que ganhou da jogadora uma camisa autografada.

Gabi deu uma camisa autografada a Ayako - Carlos Garcia Rawlins/Reuters

“Em Jogos Olímpicos sem público, ter o carinho dela mesmo fora dos ginásios nos faz muito bem”, diz Gabi à Folha. “O carinho dos fãs é um reconhecimento ao nosso trabalho. A Ayako é uma fã muito especial e viaja a vários lugares do mundo para nos acompanhar."

A torcedora estará novamente na porta do ginásio, a postos, pronta para demonstrar seu carinho na noite japonesa de quarta-feira (4), manhã do mesmo dia no Brasil. Às 9h30 (de Brasília), o time de José Roberto Guimarães enfrentará a seleção russa por uma vaga na semifinal olímpica. Antes de entrar no ginásio, as atletas verão Ayako balançando a bandeira verde-amarela.

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