Descrição de chapéu Tóquio 2020

Parabadminton e parataekwondo estreiam nos Jogos Paralímpicos de Tóquio

Brasil terá quatro representantes e chance de medalha nas novas modalidades adaptadas

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Júlia Belas
São Paulo

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio terão duas modalidades estreantes. Quatro representantes brasileiros estarão na disputa por medalhas: um no parabadminton e três no parataekwondo.

Pelo fato de os esportes serem novos no programa paralímpico, os primeiros brasileiros na disputa já farão história ao entrar no tatame. No entanto, todos estão motivados em busca do lugar mais alto do pódio.

“Eu estive presente em diversas modalidades, conheci vários esportes. Mas, agora, no taekwondo paralímpico, eu venho realizar o grande sonho de uma vida de trabalho”, comemora Débora Menezes, atleta da categoria acima dos 58 kg.

Débora Menezes, atleta do parataekwondo
Débora Menezes passou por outros esportes até chegar ao parataekwondo - Daniel Zappe/Exemplus/CPB

Ela jogou futsal por 12 anos, atuou no vôlei sentado e teve experiência também no lançamento de dardo. Depois, começou a praticar o taekwondo por hobby, até ser convidada para fazer parte da equipe brasileira.

O único do time que começou a treinar taekwondo na infância foi Nathan Rodrigues. Silvana Fernandes, assim como Débora, iniciou sua carreira no esporte em outra modalidade: praticava atletismo até conhecer a luta, bem recentemente, em 2018.

“Eu comecei na metade do ciclo, mas nada que me impedisse de me preparar com força para conseguir a vaga pelo qualificatório”, diz a atleta, que chegou a passar 40 dias hospedada com o mestre para não perder o ritmo de treinos devido à pandemia de Covid-19. “A Silvana de 2021 está mais preparada do que a de 2020.”

Na opinião dos atletas das categorias estreantes, os Jogos Paralímpicos são uma oportunidade para inspirar crianças e adolescentes a conhecer uma nova modalidade. “Acho que qualquer um que comece a jogar vai se apaixonar rapidinho”, diz Vitor Tavares, representante brasileiro no badminton.

Vitor Tavares, jogador de parabadmiton, durante os jogos Parapan-Americanos
Vitor Tavares, jogador de parabadmiton, durante os jogos Parapan-Americanos - Washington Alves/Exemplus/CPB

Ele e a equipe do parataekwondo usaram a pausa nos campeonatos devido à pandemia para intensificar os treinamentos. “Estou sentindo que vivo o meu melhor momento, jogando o meu melhor badminton”, avalia Tavares.

Silvana e Débora fazem coro e esperam bons desempenhos do Brasil no tatame. “É uma modalidade nova, que está crescendo e tem a possibilidade de continuar por vários ciclos”, afirma Débora. “Queremos e vamos fazer história”, completa Silvana.

A ideia é ter uma estreia tão positiva quanto tiveram o skate e o surfe nas Olimpíadas de Tóquio, com um ouro e três pratas somadas pelo Brasil nas modalidades debutantes. Apesar do sucesso dessas estreias, as respectivas modalidades adaptadas ainda não fazem parte do programa paralímpico.

Parabadminton

O badminton estruturado para pessoas com deficiências é disputado por atletas em cadeira de rodas e andantes, com diferentes limitações. Nos Jogos de Tóquio, a competição será realizada no Estádio Nacional de Yoyogi.

A modalidade paralímpica, assim como a convencional, consiste em golpear uma peteca com uma raquete na direção da quadra adversária, em uma disputa melhor de três games de 21 pontos. As provas serão individuais e em duplas (masculinas, femininas e mistas), divididas em seis classes funcionais.

O Brasil tem um representante na classe SH6, de pessoas com baixa estatura. Quarto colocado no ranking mundial da categoria, Vitor Tavares tem três medalhas de bronze no Mundial da modalidade e foi ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019.

A competição a ser disputada por Vitor terá início às 21h (de Brasília) do dia 1º de setembro.

Parataekwondo

No taekwondo paralímpico, como ocorre na luta convencional, os atletas trocam chutes. O colete, azul ou vermelho, acusa o golpe quando se dá o contato com a meia do oponente.

As lutas são disputadas em três rounds de dois minutos. Quem tem mais pontos ao fim do último round vence. A luta pode acabar antes se um dos atletas abre 20 pontos de vantagem sobre o adversário.

O atleta ganha dois pontos em chutes retos no colete, três pontos em chutes giratórios de 180 graus e quatro pontos em chutes giratórios de 360 graus. Cada falta cometida pelo oponente vale um ponto. O taekwondo paralímpico não permite chutes na cabeça. Socos são permitidos, mas não contam na pontuação.

Silvana Fernandes durante o parataekwondo nos Jogos Parapan-Americanos de Lima
Silvana Fernandes participa de luta no Parapan de Lima - Ale Cabral/CPB

Nos Jogos Paralímpicos, o Brasil será representado por três atletas K44. Nessa classe funcional, estão pessoas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores.

Débora Menezes (categoria acima de 58 kg), Nathan Torquato (até 61 kg) e Silvana Fernandes (até 58 kg) são considerados bastante competitivos. Débora foi ouro no Mundial de Parataekwondo e prata nos Jogos Parapan-Americanos em Lima, ambos em 2019. Já Nathan e Silvana conquistaram o ouro no Parapan de 2019 e no Pan-Americano específico da modalidade, em 2020.

As disputas do taekwondo começam às 22h do dia 1º de setembro.

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