Descrição de chapéu Tóquio 2020

Seleção de vôlei masculino termina Olimpíadas sem medalha e sem Wallace

Após perda do bronze em Tóquio, oposto de 35 anos anuncia fim de ciclo pelo Brasil

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Tóquio

Duas semanas atrás, a seleção brasileira de vôlei masculino era apontada como candidata a conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. Neste sábado (7), a saga da equipe na Ariake Arena chegou ao fim com um melancólico quarto lugar, após derrota para a Argentina.​

A derrota serviu também para o oposto Wallace, 35, anunciar sua aposentadoria do selecionado verde-amarelo. “Estou há 11 anos na seleção e vim [para Tóquio] para ser o meu último [torneio pelo time]. Dei tudo o que podia dar, agora é bola para frente”, afirmou, emocionado. “Eu tenho orgulho de ter feito parte dessa seleção. Fico chateado por não ter saído com essa medalha. Falhamos no jogo, oscilamos.”

O time brasileiro se mostrou muito irregular durante as partidas no Japão. Para piorar, teve pela frente seu mais temido adversário, o Comitê Olímpico Russo, nas semifinais, o que culminou na eliminação de virada após estar à frente no terceiro set por 20 a 12.

O discurso após a queda para os russos era o de lutar pelo bronze como se fosse ouro, mas uma atuação apática contra a Argentina selou o fim da campanha. “Ficamos muito frustrados, porque não conseguimos conquistar bons resultados aqui. A gente veio de um ciclo muito bom, construído com essa garotada. Tivemos títulos, chegando a todas as finais”, afirmou o técnico da seleção, Renan Dal Zotto.

Campeã nos Jogos do Rio, a seleção foi vice-campeã Mundial em 2018, derrotada pela Polônia na decisão. No ano seguinte, conquistou a Copa do Mundo. Em junho deste ano, o Brasil também se sagrou campeão da Liga das Nações. Foi o último torneio antes das Olímpiadas e o primeiro entre seleções depois de a temporada de 2020 ter sido suspensa devido à pandemia de Covid-19.

Em Tóquio, Renan sabe que o resultado foi abaixo do esperado. “Chegando ao Brasil, descansaremos por uma semana e já nos concentrarmos para o Sul-Americano. Depois, sento com a CBV e vejo os planos.”

Wallace ataca durante jogo da seleção brasileira de vôlei masculino contra a Argentina pela medalha de bronze de Tóquio-2020
Wallace ataca durante jogo da seleção brasileira de vôlei masculino contra a Argentina pela medalha de bronze de Tóquio-2020 - Yeon-je Jung/AFP

Lucão, 35, diz que só sairá de “ambulância” da seleção e não descarta ir aos Jogos de Paris. “Enquanto eu tiver condições, enquanto o treinador me convocar, estarei na seleção.” Em 2024, ele e o capitão Bruninho terão 38 anos. O levantador, porém, não quis falar sobre o futuro. “Pesou a nossa inconstância, o que acabou sendo uma tônica na competição. Falo por mim também, pessoalmente, bons momentos e outros não bons. Hoje foi isso também no quarto set, começamos a cometer erros”, afirmou Bruninho.

A campanha do vôlei masculino em Tóquio é a pior desde Sydney-2000. Foi a segunda vez que o Brasil perdeu a medalha de bronze para a Argentina. Nos Jogos de Seul-1988, Renan estava em quadra como jogador e também saiu derrotado. "Essa experiência já foi vivenciada em 1988 contra a própria Argentina, e na época encaramos esse jogo de maneira diferente. Hoje posso garantir que houve um empenho nessas últimas 48 horas, de todos", disse o técnico.

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