Descrição de chapéu Futebol Feminino

Angelina sente gostinho em Tóquio e se vê como parte do futuro da seleção brasileira

Atleta de 21 anos estabelece meta de dar sequência ao legado da geração de Marta e Formiga

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Júlia Belas
São Paulo

Após a eliminação para o Canadá nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a treinadora Pia Sundhage afirmou que “o futuro do futebol feminino no Brasil é promissor”.

A sueca, que está desde julho de 2019 à frente da equipe, já implementou o seu trabalho no time brasileiro e espera efetuar uma renovação na equipe.

“Eu gostaria de ver mais meias como a Angelina, que para mim é parte desse futuro, com qualidade dos dois lados”, disse.

Angelina durante a partida entre Brasil e Canadá, pelas quartas de final do futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio
Angelina durante a partida entre Brasil e Canadá, pelas quartas de final do futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio - Lu Yang/Xinhua

A jogadora de 21 anos nunca havia entrado em campo pela seleção feminina principal até estrear nos Jogos Olímpicos. Mesmo sem ter jogado com as companheiras de time, a atleta do OL Reign, dos Estados Unidos, tornou-se uma peça importante no time de Pia.

Ela entrou em campo pela primeira vez no empate por 3 a 3 com a Holanda, no lugar de Formiga. Foi titular contra a Zâmbia, ainda na fase de grupos, e novamente acionada no duelo das quartas com o Canadá.

“Eu já tinha conversado com a Pia, e a gente tinha falado que a estreia seria depois das Olimpíadas. Mas aconteceu, e foi uma surpresa”, conta Angelina, que fez uma boa avaliação de sua estreia, embora reconheça o choque: "Foi no momento em que eu menos esperava".

A atleta, nascida nos Estados Unidos, tem passagens por Santos e Palmeiras, mas agora faz parte do elenco do OL Reign. O clube, uma espécie de franquia do francês Lyon nos Estados Unidos, disputa a NWSL, uma das principais ligas de futebol feminino do mundo.

No clube, Angelina tem a oportunidade de aprender com grandes nomes do futebol feminino da seleção norte-americana bicampeã olímpica —sob o comando da própria Pia Sundhage. Ela comemora o aprendizado obtido no convívio com atletas como Megan Rapinoe e Rose Lavelle, da seleção dos EUA, e Quinn, do Canadá.

Jogar fora do Brasil também é um estímulo para que Angelina mantenha o nível mais alto, física, técnica e psicologicamente. Não só pelas pessoas que jogam com ela mas também pelas adversárias.

“Eu aprendi muito, acho que foi a chave para mim. Fui confiando no meu trabalho para que eu entrasse bem nas Olimpíadas”, explicou.

Após a estreia nos Jogos de Tóquio e os elogios da treinadora, que tem contrato com a seleção até Paris-2024, é de se esperar que Angelina continue fazendo parte da seleção. Especialmente com a necessidade de uma renovação no meio de campo, após o anúncio da aposentadoria de Formiga, aos 43 anos.

Angelina, meio-campo da seleção brasileira de futebol feminino
Angelina, meio-campo da seleção brasileira de futebol feminino - @angelinacostantino no Instagram

Angelina entende que o processo de renovação vá acontecer durante o próximo ciclo olímpico e se prepara para ter um espaço ainda maior no time de Pia.

“Eles pediram para eu estar pronta para as próximas oportunidades. Ainda não sei como vai ser, mas, com o feedback que me deram, vou trabalhar bastante para continuar na seleção”, diz Angelina. Ela considera um privilégio ter jogado com Marta e Formiga, mas lamenta que o ciclo desta geração esteja chegando ao fim.

“É uma coisa que o futebol te oferece, você não consegue ficar muito tempo jogando. Mas a gente, mais nova, está vindo com uma boa bagagem”, completa.

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