Descrição de chapéu Tóquio 2020 paralimpíadas

Brasil chega a 22 ouros em dia com mais medalhas nas Paralimpíadas

País soma dez conquistas em Tóquio, vai a 71 e tentará alcançar outro recorde nesta noite

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São Paulo

No penúltimo dia das Paralimpíadas de Tóquio-2020, o Brasil alcançou o seu recorde de medalhas de ouro conquistadas em uma edição dos Jogos.

O pentacampeonato no futebol de 5, na manhã deste sábado (4), foi a 22ª medalha dourada do país no Japão, superando as 21 de Londres-2012.

Jogadores e comissão técnica reunidos posam para foto no gramado com bandeira do Brasil
Comemoração da seleção de futebol 5 em Tóquio - Joel Marklund/AFP

Após a frustração com o ouro revogado de Thiago Paulino no arremesso do peso, os brasileiros puderam comemorar também o título de Fernando Rufino na canoagem, o 21º do Brasil em Tóquio, ainda na noite de sexta (3).

Foram mais 10 medalhas no total, maior número de um dia de competições em Tóquio. Agora, o Brasil soma 71 (22 ouros, 19 pratas e 30 bronzes), na sétima posição do quadro geral, e está a 1 do recorde de 72 obtido no Rio-2016.

Nos 200 m classe T11, Thalita Simplício levou a prata, e Jerusa Geber, o bronze. Outro dobradinha de prata e bronze foi nos 400 m T47, com Thomaz Moraes e Petrúcio Ferreira.

Além disso, Giovane de Paula faturou a prata na canoagem e Ricardo Gomes foi bronze nos 200 m classe T37. A seleção feminina de vôlei sentado também alcançou o bronze, assim como Débora Menezes no taekwondo.

Na noite deste sábado, as últimas chances de igualar as 72 medalhas, além de buscar uma inédita sexta posição no quadro, estarão nas maratonas e no badminton.

Veja os destaques da campanha do Brasil neste sábado

Penta no futebol de 5 diante da Argentina

O Brasil manteve o seu domínio histórico no futebol de 5 e conquistou o pentacampeonato das Paralimpíadas em cinco edições com a disputa do esporte.

Na decisão de Tóquio-2020, a seleção brasileira venceu a Argentina por 1 a 0, gol de Nonato a sete minutos do fim da partida.

Em Tóquio, além do ouro, o Brasil manteve a sua invencibilidade de 27 partidas nos Jogos (21 vitórias e 6 empates).

Leia mais sobre a conquista aqui.

Fernando Rufino ganha 1º ouro da canoagem, que fecha com 3 medalhas

Fernando Rufino, 36, conquistou uma inédita medalha de ouro na canoagem, no va'a masculino da classe VL2 (com uso de braços e tronco na remada). Ele terminou a prova de 200 metros com a melhor marca da história, em 53s077.

O sul-mato-grossense de Itaquiraí liderou a prova com folga desde a largada. Ele imprimiu um ritmo forte e não deu chance aos adversários.

"Este ouro eu dedico ao ano difícil de pandemia que as pessoas tiveram. Eu dedico a todos que perderam pessoas queridas, eu perdi gente que amava. Este ouro é uma forma de alegrar o povo. O brasileiro é um povo lutador e vibrou comigo", disse Fernando, conhecido como "peão". "A vida de peão está no meu sangue. Sou um sertanejo paralímpico", brincou.

Fernando, com uniforme verde, abre os braços e comemora de dentro do barco
Fernando Rufino comemora conquista na canoagem - Yasuyoshi Chiba/AFP

Nos Jogos do Rio-2016, quando a canoagem estreou nas Paralimpíadas, o atleta foi cortado por problemas cardíacos.

Giovane de Paula, 23, foi prata na classe VL3 (com uso de braços, tronco e pernas na remada). O paranaense de Apucarana passou parte da prova em terceiro, mas conseguiu ultrapassar o canoísta britânico Stuart Wood e conquistou a segunda posição.

No dia anterior, Luís Carlos Cardoso já havia sido prata no caiaque KL1, totalizando três medalhas para o país no esporte em Tóquio. No Rio, a canoagem teve um bronze.

Duas dobradinhas de prata e bronze no atletismo

O Brasil tinha chances de ir ao pódio com duas dobradinhas em provas de pista neste sábado.

Na primeira delas, Thalita Simplício, 24, cravou a mesma marca da chinesa Liu Cuiqing na final dos 200 m classe T11 (atletas cegos), com 24s94, mas acabou com a medalha de prata por ter ficado 4 milésimos atrás. Thalita foi auxiliada pelo guia Felipe Veloso.

“Sou nova e tem muita coisa para acontecer ainda. Mas por tudo o que o mundo passou, nestes últimos anos, esse ciclo vai ficar marcado. Se eu pudesse dividir, essa prata iria para muita gente, mas em especial esse cara aqui [Felipe] e para a minha família, que está doida para eu voltar para casa e comemorar”, disse Thalita.

As atletas cruzam a linha de chegada ao mesmo tempo, ao lado de seus guias
A chegada com diferença de 4 milésimos entre Thalita e a atleta da China - Athit Perawongmetha/Reuters

Nas Paralimpíadas de Tóquio, a potiguar já havia conquistado a prata nos 400 m T11, quando também perdeu para Cuiqing na final. Nos 100 m, ela foi desclassificada após a cordinha que a unia ao guia arrebentar nos últimos metros.

A outra brasileira na prova, Jerusa Geber dos Santos, 39, com o guia Gabriel Garcia, levou o bronze na prova ao cravar 25s19. A acriana também acabou fora dos 100 m após a corda arrebentar, no começo da prova.

Na sequência, Thomaz Ruan de Moraes, 20, e Petrúcio Ferreira, 24, conquistaram respectivamente a prata e o bronze na final dos 400 m classe T47 (atletas amputados de braço). Moraes fez a marca de 47s87, a melhor de sua carreira. Já Petrúcio terminou em 48s04.

"Isso é muito legal. Como falei, todo pódio, de qualquer forma, é importante. Não é bem a minha prova. Estou entre os três melhores do mundo em uma prova que não é a minha", comemorou o Petrucio.

O ouro ficou com o marroquino Ayoub Sadni, que cravou 47s38, novo recorde mundial e vibrou junto com o paraibano após a linha de chegada.

Moraes, natural de Jundiaí (SP), fez sua estreia em Paralimpíadas com a medalha de prata.

Ainda na sexta, Ricardo Gomes de Mendonça, 31, conquistou a medalha de bronze nos 200 m da classe T37 (paralisados cerebrais andantes). Ele terminou a prova em terceiro, com o tempo de 22s62.

Novato em Paralimpíadas, o atleta nascido em Natividade (RJ) começou no esporte adaptado em 2019.

Os três atletas abraçados e sorrindo, com os brasileiros enrolados na bandeira do país
Ayoub Sadni, do Marrocos, entre Petrúcio e Thomaz - Marko Djurica/Reuters

Débora leva a prata no taekwondo, que também fecha com 3 medalhas

Débora Menezes, 31, conquistou a prata no taekwondo categoria acima de 58 kg classe K44 (atletas com amputação unilateral nos braços). Na final, ela perdeu para a uzbeque Guljonoy Naimova por 8 a 4.

Débora nasceu com uma má-formação abaixo do cotovelo direito. Ela descobriu o esporte paralímpico na reta final da graduação em Educação Física.

Antes de praticar taekwondo, a atleta tentou diversas outras modalidades: futsal, vôlei sentado e atletismo.

Débora Menezes com agasalho amarelo e levando a medalha à frente do olho esquerdo
Débora Menezes recebe a medalha de prata no taekwondo - Wander Roberto/CPB

"A prova com que eu mais me identifiquei foi o lançamento do dardo. Eu tive uma passagem bem breve, de seis meses, mas que me mostrou o que eu podia fazer dentro do esporte com a minha dedicação", contou a lutadora à Folha antes de sua participação.

Em 2019, a paulistana tornou-se campeã no Mundial em Antalya, na Turquia, derrotanto Naimova na final.

Após sofrer uma lesão no joelho, ela poderia ficar fora das Paralimpíadas de Tóquio. Mas o adiamento dos Jogos em um ano deu tempo de recuperação para a lutadora.

A prata de Débora se soma ao ouro de Nathan Torquato e ao bronze de Silvana Fernandes. Os três representantes do país na estreia paralímpica do esporte foram ao pódio.

Seleção feminina de vôlei repete o bronze de 2016

A seleção brasileira feminina ficou com a medalha de bronze no vôlei sentado ao vencer o Canadá por 3 sets a 1 (25/15, 24/26, 26/24 e 25/14). Com isso, o Brasil repete a posição que havia obtido nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016.

Na fase de grupos, a equipe nacional havia vencido as canadenses por 3 sets a 2. Na disputa da medalha, o Brasil levou menos sustos para chegar à sua segunda conquista na modalidade.

Atletas se abraçam na quadra
Comemoração das jogadoras brasileiras pelo bronze - Issei Kato/Reuters
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