Descrição de chapéu basquete

Conti chega à seleção de basquete sem promessa de resultado imediato

Treinador, destaque pelo Flamengo, visa trabalho a longo prazo e pede valorização do professor

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São Paulo

Após a decepção por não ter nenhuma equipe nas Olimpíadas de Tóquio, a Confederação Brasileira de Basquete apresentou nesta terça (28) o novo treinador da seleção masculina.

Gustavo De Conti, atual campeão do NBB (Novo Basquete Brasil) com o Flamengo –equipe que seguirá dirigindo–, emocionou-se ao lembrar da família, que sempre o incentivou no esporte, e disse que seu primeiro objetivo é classificar o Brasil para o Mundial de 2023 —o país nunca ficou de fora da competição e o qualificatório será realizado em novembro.

“Talvez eu não esteja mais aqui quando a seleção brasileira começar a ter resultados como uma final de Mundial ou de Olimpíadas, ou ser campeã mundial e olímpica, mas a gente precisa plantar alguma coisa aqui. Daqui três anos [ano das Olimpíadas de Paris], pode ser que o resultado não aconteça, mas as coisas precisam ser plantadas agora, precisamos fazer um alicerce, trazer ideias boas e novas”, afirmou.

Gustavo Conti fazendo joinhas e vestindo uma camisa azul e amarela
Gustavo de Conti é o novo técnico da seleção masculina de basquete - Divulgação/CBB

Conti é o primeiro brasileiro a treinar a seleção em quase 14 anos. Ele chega para substituir o croata Aleksander Petrovic, que pediu demissão no início do mês e estava no comando da seleção desde 2017.

Com o europeu, o Brasil não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio. A equipe perdeu a final do pré-olímpico para a Alemanha, sua última chance de disputar o principal evento do esporte.

Foi a primeira vez, desde os Jogos de Montreal 1976, que o país não teve representantes no basquete, nem no masculino nem no feminino.

Mas o novo treinador enalteceu a experiência que os estrangeiros trouxeram para a seleção.

“A qualidade dos treinadores brasileiros, a pesquisa que fazem agora, a preparação, melhorou muito. [O trabalho dos estrangeiros] serviu como um condutor, o sentido da coisa é esse. E acho que quanto mais sucesso a seleção tiver no comando de um brasileiro, mais vai valorizar o trabalho dos brasileiros”, opinou.

Conti também defendeu que não há jogadores insubstituíveis na seleção e que pretende trabalhar com atletas que jogam em grandes centros no exterior (como Espanha e Estados Unidos) e no Brasil.

Enalteceu também sua trajetória, que, ao contrário de muitos técnicos, não começou após uma carreira de atleta. Seu início foi como professor de educação física, desde cedo como técnico de categorias de base. O novo treinador do Brasil aproveitou sua primeira entrevista no cargo para pedir mais apoio para esses profissionais.

“Eu passei por isso, eu trabalhava no Ypiranga para pagar a faculdade e em mais dois lugares. Dei aula de educação física em colégio por dez anos, para 5ª e 6ª séries, e muitas vezes [o professor] tem que trabalhar em cinco lugares para sobreviver”, afirmou.

“Quando eu comecei a jogar basquete, tenho que confessar que eu gostaria mesmo de ser jogador, mas não consegui, por falta de inspiração e transpiração, por vários motivos. Mas eu queria continuar no basquete e consegui como treinador”, completou.

Aos 41 anos, Conti chega com a missão de colocar a seleção masculina nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Também terá pela frente a Copa América de Basquete, que será realizada no Brasil, em 2022.

Após vencer o NBB de 2018 pelo Paulistano, o treinador foi contratado pelo Flamengo. Desde então, venceu duas vezes o título nacional e uma a Champions League das Américas, torneio mais importante do continente.

Sua estreia na seleção deve ser em novembro, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de Basquete de 2023.

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