Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Jogo físico da Argentina é desafio para Brasil seguir 100% nas Eliminatórias

Na final da Copa América, rival teve sucesso no plano de cortar fluidez da seleção brasileira

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São Paulo

Após vencer o Chile em Santiago sem jogar bem, ainda que com diversos desfalques, a seleção brasileira recebe neste domingo (5) a Argentina, na Neo Química Arena, em São Paulo, pela oitava rodada das Eliminatórias.

A equipe do técnico Tite busca manter os 100% de aproveitamento no classificatório sul-americano. Em sete partidas, o Brasil soma 21 pontos, seis a mais que os alvicelestes, atuais vice-líderes.

O duelo em Itaquera será o primeiro clássico entre os rivais desde a final da última Copa América, no Maracanã, vencida pelos argentinos, que encerraram um jejum de 28 anos sem títulos com a conquista no Rio de Janeiro.

No confronto decisivo pelo torneio continental, para o qual o Brasil chegou como favorito, a seleção comandada pelo técnico Lionel Scaloni impôs um jogo mais físico, procurando cortar a circulação de bola e as combinações de passes do time brasileiro. Funcionou.

Foi a partida da competição em que a Argentina mais recebeu cartões amarelos, 5. Foi também o segundo jogo mais faltoso da equipe na Copa América (19 faltas, contra 20 da semifinal diante da Colômbia), de acordo com dados da plataforma SofaScore.

A estratégia fez com que a seleção brasileira igualmente precisasse apelar a uma maior imposição física. O que explica, em parte, porque os brasileiros fizeram mais faltas que os argentinos: 22 contra 19. Apesar disso, o plano adotado pelos rivais gerou reclamações de Tite após a derrota por 1 a 0, com gol de Ángel Di María.

"Um jogo picotado, que a gente queria jogar, mas o que tinha era antijogo, cavando faltas o tempo todo, demora para bater, árbitro... Não deu ritmo, a gente queria jogar. Defensivamente [a Argentina] é uma equipe muito bem postada, com o goleiro vindo muito bem, com uma linha de quatro com qualidade, peças de reposição importantes. Volto a dizer: tem mérito do outro lado", afirmou o treinador.

Jogos com essa característica, em que a estratégia dos adversários passa por tirar a fluidez e o conforto do Brasil a partir do confronto físico, têm sido difíceis para a seleção.

Ainda na Copa América, contra a Colômbia na fase de grupos, a equipe conseguiu a virada por 2 a 1 apenas no último minuto, num confronto que seguiu roteiro semelhante.

Os colombianos abriram o placar com Luis Díaz aos 10 minutos de jogo e não se privaram de tentar frear os brasileiros como puderam. Depois da Argentina na final, a Colômbia foi a adversária que mais cartões recebeu diante do Brasil: 4 contra 3 –fez também mais faltas, 16 ante 15, 7 delas somente em Neymar.

Borré disputa a bola com Neymar no duelo entre Brasil e Colômbia pela Copa América
Borré disputa a bola com Neymar no duelo entre Brasil e Colômbia pela Copa América - Mauro Pimentel - 23.jun.2021/AFP

A equipe de Tite chegou à virada, com gols de Firmino e Casemiro, mas também houve reclamação da postura rival. Tenso, o jogo teve fortes discussões entre os atletas. Neymar e Borja chegaram a se estranhar no túnel de acesso do estádio Nilton Santos, no Rio.

"Chegaram uma vez o jogo todo, fizeram o gol e depois ficaram atrás. Jogo catimbado, não quiseram jogar futebol", disse o capitão Casemiro após o triunfo.

Na vitória da última quinta-feira (2), sobre o Chile, em Santiago, o que mais chamou a atenção no desempenho da seleção foi menos a estratégia rival e mais a descoordenação da própria equipe. O que justifica-se ao menos parcialmente pela preparação problemática que teve para a rodada tripla das Eliminatórias.

Da convocação inicial de Tite, o técnico não pôde contar com nove atletas que atuam na Premier League. Além deles, Claudinho e Malcom, do Zenit (RUS), receberam a ordem do clube para retornarem à Rússia e nem estiveram à disposição para a viagem à capital chilena.

De qualquer forma, foi uma partida com alto índice de faltas. Cada equipe cometeu 19 infrações, com quatro cartões amarelos para ambas. Mais uma vez, aliado ao desentrosamento, a imposição física rival levou problemas ao Brasil, que contou com boa atuação do goleiro Weverton, titular em razão das ausências de Alisson e Ederson, arqueiros que defendem times da liga inglesa.

Equilibrar o duelo a partir do que chamam de "fisicalidad" poderá ser novamente o plano da Argentina para sair vitorioso de solo brasileiro. Já funcionou anteriormente, e o que foi um sucesso para os argentinos na decisão da Copa América parece ser um caminho interessante para os adversários da seleção verde-amarela nos enfrentamentos continentais. Mas só para os adversários.

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