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Medvedev brilha no US Open, conquista 1º Slam e barra feitos de Djokovic

Tenista russo atropela o sérvio por 3 sets a 0, impede que ele feche o Grand Slam e quebre recorde

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São Paulo

No dia em que Novak Djokovic esperava escrever um dos maiores capítulos da história do tênis, Daniil Medvedev mostrou que o protagonismo da final do US Open seria decidido na quadra, por quem jogasse melhor.

Indiscutivelmente, esse tenista foi o russo, que com uma performance dominante e surpreendente em Nova York venceu o sérvio por 3 sets a 0 (6/4, 6/4 e 6/4), em 2 horas e 15 minutos de jogo.

O único susto ocorreu após ser quebrado ao sacar para a vitória e ter match point, mas ele ainda possuía vantagem para se recompor e fechar a partida sem perder sets —teve apenas uma parcial perdida ao longo do torneio.

Essa foi a terceira final de Medvedev, 25, em um torneio do Grand Slam, e seu primeiro título nesse nível após derrotas para Rafael Nadal, no US Open de 2019, e Djokovic, no Australian Open deste ano.

Já o sérvio perdeu a chance de alcançar dois dos maiores feitos possíveis no esporte de uma só vez, algo que ele nunca escondeu que almejava fortemente. "É difícil de engolir essa derrota, considerando tudo o que estava em jogo", admitiu. "Fiquei feliz por ter acabado, porque a preparação para o torneio e tudo o que tive que enfrentar nas últimas semanas foi simplesmente muito para lidar."

Ele buscava se tornar apenas o sexto tenista a fechar o Grand Slam na chave de simples, ou seja, vencer os quatro principais torneios do circuito (Australian Open, Roland Garros e Wimbledon são os outros) no mesmo ano, e também quebrar o recorde masculino de 20 títulos. Com a derrota, permaneceu empatado nas duas dezenas com Roger Federer e Nadal.

Ao longo da história, três tenistas fecharam o Grand Slam antes da era profissional: os americanos Don Budge (1938) e Maureen Connolly (1953) e o australiano Rod Laver (1962).

Laver, que assistiu ao jogo deste domingo no estádio Arthur Ashe, repetiu a façanha em 1969, já no profissionalismo, e foi seguido pela compatriota Margaret Court (1970) e pela alemã Steffi Graf (1988), que ainda venceu o torneio dos Jogos Olímpicos de Seul no mesmo ano e obteve o único Golden Slam.

Djokovic, 34, já havia perdido essa oportunidade ao ser derrotado nas semifinais das Olimpíadas de Tóquio pelo alemão Alexander Zverev e agora sofreu uma segunda decepção consecutiva após vitórias empolgantes na Austrália, em Roland Garros (contra Nadal na semi e Tsitsipas na final) e Wimbledon (diante de Matteo Berrettini).

Concentrado na sua própria história, Medvedev tornou-se apenas o segundo tenista nascido nos anos 1990 a vencer um Slam. O primeiro foi o austríaco Dominic Thiem, 28, que derrotou Zverev na final do ano passado.

Medvedev ergue o punho e vibra
Daniil Medvedev vibra na final contra Djokovic - Danielle Parhizkaran/USA Today Sports

Djokovic foi desclassificado daquele torneio por ter acertado uma bolada não intencional na juíza de linha em jogo das oitavas de final.

Derrotar o sérvio da maneira como foi neste domingo, numa decisão com tantas coisas em jogo, adiciona um peso ainda maior à conquista de Medvedev. "Nunca disse isso a ninguém, mas direi agora. Para mim, você é o maior jogador da história", ele afirmou para o vice-campeão na cerimônia de premiação.

O último a superar Federer, Nadal ou Djokovic numa final de Slam, que não outro atleta desse trio, havia sido o suíço Stan Wawrinka, 36, ao bater o sérvio no US Open de 2016.

Os dois tenistas trocam de lado na quadra, com Medvedev de frente
Daniil Medvedev e Novak Djokovic se enfrentaram na final do US Open neste domingo - Sarah Stier/AFP

Isso ajuda a dimensionar o tamanho do feito de Medvedev neste domingo. Vice-líder do ranking, ele se firma como o principal nome de sua geração, depois de conquistar também quatro títulos de Masters 1.000 e um do ATP Finals, em 2020.

O russo de 1,98 m de altura e técnica peculiar —desengonçada, para alguns—, que esconde sua rara combinação de potência e agilidade, não era o mais badalado dos tenistas da sua faixa de idade, mas cresceu a cada ano no circuito profissional.

Conhecido pelo comportamento irascível no início, o atleta —que fez parte de sua formação esportiva na França e hoje vive em Monte Carlo— também aprendeu a controlar os nervos, algo que Djokovic não conseguiu fazer neste domingo, sendo engolido tecnicamente e mentalmente pelo adversário.

Apesar disso, foi uma rara ocasião em que ele teve o apoio da torcida no Ashe, algo que o emocionou. “Esta noite, embora eu não tenha vencido a partida, meu coração está cheio de alegria, porque vocês fizeram eu me sentir muito especial. Vocês tocaram minha alma. Nunca me senti assim em Nova York."

Mas não foi o suficiente para barrar Medvedev. Ele acertou 16 aces (apesar de ter cometido nove duplas faltas) e não sofreu com o melhor devolvedor do circuito, o que pode ser creditado à performance de ambos. Também conseguiu mais bolas vencedoras (38 a 27) e cometeu menos erros não forçados (31 a 38).

O campeão se mostrou solidário na cerimônia. “Quero pedir desculpas por vocês, pelos fãs e por Novak, porque todos nós sabemos o que ele podia hoje”, afirmou. “Hoje talvez vocês estivessem um pouco mais favorável a Novak, mas é completamente compreensível.”

A última tenista a ficar tão perto do Grand Slam e também não conseguir fechá-lo foi Serena Williams, derrotada pela italiana Roberta Vinci nas semifinais do US Open de 2015, após ter vencido os três torneios anteriores.

Medvedev foi o terceiro russo a conquistar um Slam em simples, depois de Yevgeny Kafelnikov e Marat Safin, cada um deles com dois troféus.

TENISTAS QUE FECHARAM O GRAND SLAM EM SIMPLES

Don Budge (1938)
Maureen Connolly (1953)
Rod Laver (1962 e 1969)
Margaret Court (1970)
Steffi Graf (1988) - também venceu o torneio olímpico e alcançou o único Golden Slam

TENISTAS COM MAIS TÍTULOS DE GRAND SLAM ENTRE OS HOMENS

1º Roger Federer 20
1º Rafael Nadal 20
1º Novak Djokovic 20
4º Pete Sampras 14
5º Roy Emerson 12
6º Rod Laver 11
6º Björn Borg 11
8º Bill Tilden 10

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