Descrição de chapéu LGBTQIA+

Sócios do Minas protestam contra o clube e em apoio a Maurício Souza

Ato fala em 'ditadura ideológica'; atleta foi demitido após posts homofóbicos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Bruno Torquato
Belo Horizonte | UOL

Um grupo de manifestantes se reuniu para apoiar o central Maurício Souza na manhã de sábado (30) em frente à sede do Minas Tênis Clube, próximo à Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Composto majoritariamente por sócios do clube, o grupo defendeu o jogador, demitido por divulgar mensagens homofóbicas na internet.

Participantes do ato acusaram o Minas de fazer um "julgamento ditatorial" do atleta. O jogador de vôlei, medalhista olímpico com a seleção brasileira, criticou a orientação sexual do novo Super-Homem e desencadeou uma crise com a torcida e com os patrocinadores do clube.

Cláudia Diniz, 52, funcionária pública e uma das organizadoras da manifestação, criticou a decisão do Minas de demitir Maurício. "Não nos sentimos representados por essa decisão sumária, como foi feita. Não entendemos que houve erro ou crime cometido por ele. Nada que justificasse um julgamento ditatorial, onde só existe uma opinião vigente."

Maurício Souza durante as Olimpíadas de Tóquio
Maurício Souza durante as Olimpíadas de Tóquio - Valentyn Ogirenko - 3.ago.2021/Reuters

Ela disse que a reação à postagem foi excessiva. "Houve um massacre com uma intenção que se diz de defender uma minoria, mas estão atacando de forma cruel um pai de família. Tiraram dele a fonte de renda. São coisas gravíssimas", afirmou. Ela disse que o caso se trata de um ataque à liberdade de expressão e que "não há nenhum tipo de homofobia". Segundo a funcionária pública, o clube vai receber os manifestantes para uma reunião na próxima quarta-feira (3).

Luciana Rezende, que também protestava no local, disse que o grupo defende que Minas Tênis seja apartidário. Segundo ela, a demissão de Maurício levou o clube a ser de esquerda. "A minha vontade como mãe é que o clube não seja nem de esquerda nem de direita, que seja neutro nessa questão de ideologia, que é uma coisa muito séria", afirmou.

Romoaldo Fiuza declarou que o Brasil vive um estado de exceção em que as pessoas não podem expressar opiniões e creditou a demissão do atleta aos patrocinadores: "Estamos vivendo uma pressão da Europa. A opinião que tem que prevalecer é deles? É uma loucura".

Procurado, o Minas Tênis Clube informou que não tem nada a declarar sobre o protesto. Já Maurício Souza não atendeu as tentativas de contato.

A próxima partida da equipe Fiat/Gerdau/Minas será neste sábado, às 20h, contra o Farma Conde Vôlei São José, em Belo Horizonte.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.