Cássio está perto de se juntar a seleto grupo com 10 anos de Corinthians

Goleiro foi contratado no início de 2012 e chegou sem expectativa de virar um grande ídolo

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São Paulo

Cássio, 34, tem feitos suficientes para ser apontado como o maior goleiro da história do Corinthians. Se há características subjetivas que podem fazer alguns corintianos preferirem Ronaldo Giovanelli, Dida, Gylmar e outros, em números o atual titular alvinegro é, praticamente, imbatível.

Jogador com mais títulos na história do clube, com nove taças, incluindo dois Brasileiros, a Libertadores e o Mundial, o camisa 12 está perto de completar 10 anos no Parque São Jorge, desde que foi apresentado oficialmente, no dia 2 de fevereiro de 2012, depois de quase um mês treinando no CT alvinegro.

Cássio vai se juntar a outros cinco jogadores corintianos que, nos últimos 50 anos, passaram uma década no clube. Além dele, isso aconteceu com o volante Biro-Biro (1978-1988), o goleiro Ronaldo (1988-1998), o lateral Wladimir (1972-1985) e o atacante Vaguinho (1971-1981).

Cássio com a taça do Mundial de Clubes conquistado pelo Corinthians
Cássio com a taça do Mundial de Clubes conquistado pelo Corinthians - Kazuhiro Nogi - 16.dez.12/AFP

"Todo garoto devia passar pela experiência que passei, vivendo quase toda a carreira num mesmo clube, desde a adolescência, nas categorias de base. Para mim, foi maravilhoso passar tanto tempo dentro do Corinthians. O clube foi minha casa e grande parte da minha vida. Foi mágico!", diz Wladimir, 906 jogos e um dos principais nomes do movimento que ficou conhecido como Democracia Corintiana.

Cássio assinou contrato em 9 de dezembro de 2011, mas apenas se apresentou no mês seguinte, quando o elenco começou os treinos para a temporada. Contratado do PSV (HOL), não havia nenhuma indicação de que ele seria o goleiro do Corinthians por uma década.

Ele nem sequer era titular ao chegar. Por três meses, ficou no banco. O dono da posição era Julio Cesar, hoje em dia no Red Bull Bragantino. Sua estreia aconteceu em jogo do Paulista, em 28 de março de 2012, diante do XV de Piracicaba. Mesmo assim, ele continuava como segunda opção de Tite. Não por muito tempo.

A instabilidade de Julio Cesar sinalizava que algo poderia mudar. A gota d’água foi a atuação do goleiro nas quartas de final do Estadual contra a Ponte Preta, no Pacaembu. Ele falhou, o Corinthians perdeu por 3 a 2 e foi eliminado.

Dez dias mais tarde, Cássio foi o escolhido para enfrentar o Emelec, no Equador, pelas oitavas de final da Libertadores. Ele fechou o gol no empate em 0 a 0. Foi o início da arrancada corintiana para o inédito título continental. O novo goleiro foi peça fundamental. Sua defesa diante de Diego Souza, nas quartas de final, diante do Vasco, é uma das mais importantes da história do clube.

Se o atacante tivesse convertido a oportunidade, o Corinthians muito provavelmente não ganharia a Libertadores e tudo seria muito diferente.

"Quando um jogador fica dez anos no Corinthians, está na história do clube. É para poucos. Para o atleta, é maravilhoso. Manter-se ano a ano com titular, fazer bons campeonatos e aguentar a pressão é algo bem complicado. Quantos conseguem isso?", questiona Biro-Biro, 590 jogos pelo clube de Parque São Jorge.

O ex-volante, aliás, deverá ser o próximo alcançado por Cássio na lista dos jogadores com mais partidas com o manto alvinegro. De acordo com o Almanaque do Timão, do jornalista e pesquisador Celso Unzelte, Biro-Biro fez 590 jogos pelo Corinthians e marcou 76 gols. O goleiro tem 564 partidas pela equipe.

O atual dono da camisa 12 é o sexto que mais vezes entrou em campo pelo Corinthians. O líder dessa lista é Wladimir, com 806 jogos, seguido por Luizinho (607), Ronaldo Giovanelli (602) e Zé Maria (598). Biro-Biro é o quinto do ranking.

Com contrato até o fim de 2022, Cássio recebeu recentemente uma proposta para estender seu vínculo até o fim de 2024.

Para Unzelte, o tempo de casa que o goleiro tem "significa se imortalizar na mente de mais 30 milhões de pessoas, que é o tamanho da torcida calculada pelo próprio Corinthians".

O pesquisador destaca, ainda, a importância do goleiro nas principais conquistas do clube. "No caso do Cássio, não é só pelo tempo de casa. Ninguém fica dez anos à toa, mas ele tem uma história muito forte, muito decisiva na conquista dos maiores títulos da história do clube. Entre todos que ficaram 10 anos no clube, ele tem esse destaque", afirma.

Apesar da recuperação que o time corintiano conseguiu na segunda parte da última temporada, quando terminou o Campeonato Brasileiro em quinto e conquistou uma vaga direta na Libertadores, Cássio falhou em alguns momentos importantes, o que o fez ser questionado por parte dos torcedores.

Internamente, no entanto, ele nunca perdeu a confiança do elenco, sobretudo do técnico Sylvinho. Assim, tem tudo para iniciar mais um ano pelo clube como titular, ampliando seu legado.

Cássio em números pelo Corinthians

Jogos: 564
Títulos: Copa Libertadores da América (2012), Mundial de Clubes (2012), Recopa Sul-Americana (2013), Campeonato Brasileiro (2015 e 2017) e Campeonato Paulista (2013, 2017, 2018 e 2019)

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