Covid-19 leva CBF a desistir de realizar Copa América de futsal no Brasil

Entidade menciona medidas sanitárias vigentes no país para abrir mão do torneio

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São Paulo

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) abriu mão de realizar a Copa América de futsal de 2022 no Brasil. A competição está programada para o período entre 29 de janeiro e 6 de fevereiro, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro.

Em ofício enviado na segunda-feira (27) ao presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), Alejandro Domínguez, a entidade brasileira cita o aumento dos casos de Covid-19 e as restrições à circulação de viajantes para justificar o pedido de cancelamento. A solicitação foi revelada pelo portal GE e confirmada pela Folha.

Seleção Brasileira de Futsal já realizou um primeiro período de preparação para a Copa América, no CT de Sorocaba
Seleção brasileira chegou a realizar um primeiro período de preparação para a Copa América, no CT de Sorocaba - Yuri Gomes - 14.dez.21/CBF

A elaboração do documento contou com a participação da Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF). O principal impasse seria uma exigência feita pela Conmebol no sentido de que sejam flexibilizadas as regras para a entrada no país de atletas, comissões técnicas, árbitros, integrantes do comitê organizador e demais envolvidos no evento.

De acordo com as normas vigentes, visitantes devem apresentar o comprovante da vacinação contra a Covid-19 ao desembarcar em aeroportos ou ao cruzar as fronteiras terrestres, exceção feita aos impedidos de receber as doses por razões médicas e aos residentes em países comprovadamente desprovidos de imunizantes.

Também é exigido o teste RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes ou o teste negativo de antígeno feito nas 24 horas anteriores. Quem é dispensado do passaporte vacinal deve fazer quarentena por até 14 dias.

O pedido da Conmebol não foi bem recebido pela CBF. No ofício, a entidade brasileira menciona "a dificuldade de obter uma exceção até a data indicada" e afirma ser "recomendável" a transferência da competição para outra sede. A confederação sul-americana ainda não se manifestou.

A postura da CBF havia sido bem diferente em maio deste ano, ainda durante a gestão Rogério Caboclo, quando o Brasil se ofereceu para receber a Copa América de futebol após desistências da Argentina e da Colômbia, também em função da pandemia. Na época, CBF e Conmebol contaram com o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, para realizar o evento o país.

Caboclo foi afastado após denúncias de assédio moral e sexual, e Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da CBF, no fim de agosto.

Impulsionados pela variante ômicron, os números da Covid-19 têm aumentado rapidamente. Dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford (Reino Unido), indicaram na última segunda-feira (27) uma média móvel de 854.603 novos casos diários em todo o planeta: um novo recorde na pandemia. No Brasil, a nova cepa já é responsável por mais de 30% das contaminações, segundo pesquisa coordenada pelo Instituto Todos pela Saúde.

A escalada da Covid-19 também vem causando impactos no mundo do esporte. Autoridades da Espanha, da França e da Alemanha voltaram a restringir a capacidade de público nos eventos esportivos. Clubes como Real Madrid e Barcelona enfrentam surtos entre seus jogadores, e diversos jogos foram adiados.

A seleção brasileira de futsal conheceu na semana passada os adversários em seu grupo na Copa América de 2022: Uruguai, Colômbia, Equador e Chile. Ficaram na outra chave Argentina, Paraguai, Venezuela, Bolívia e Peru.

Atual campeão, o Brasil é o maior vencedor da competição continental, com dez títulos conquistados. A Argentina aparece em um distante segundo lugar, com dois.

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