Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Brasil mantém invencibilidade em jogo de arbitragem confusa contra o Equador

Partida em Quito teve duas expulsões e decisões de campo corrigidas pelo VAR

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São Paulo

Com a seleção brasileira já classificada para a Copa do Mundo, Tite havia planejado usar o duelo contra o Equador, nesta quinta (27), em Quito, para fazer testes. Mas uma atuação confusa da arbitragem interferiu no ritmo da partida e frustrou os planos do técnico. Ao menos ele viu seus comandados manterem a invencibilidade nas Eliminatórias, com um empate por 1 a 1.

Dois atletas foram os mais prejudicados com o andamento do jogo: Emerson Royal e Philippe Coutinho. O primeiro acabou expulso ainda no primeiro tempo, acumulando dois cartões amarelos. Já o segundo foi o escolhido pelo treinador para deixar o campo na tentativa de recompor a defesa, com a entrada de Daniel Alves.

Casemiro se joga na direção da bola para marcar o gol do Brasil contra o Equador
Casemiro se joga na direção da bola para marcar o gol do Brasil contra o Equador - Rodrigo Buendia/AFP

Coutinho não atuava pela seleção desde outubro de 2020 e foi a grande surpresa na convocação de Tite, depois que voltou a apresentar um bom futebol após se transferir para o Aston Villa, da Inglaterra. Royal, por sua vez, perdeu uma ótima chance de se colocar como o reserva imediato de Danilo na lateral direita, uma das poucas dúvidas do técnico para o Mundial.

Também ficou prejudicada a observação que Tite faria de Vinicius Junior no ataque. Com um jogador a menos no meio de campo, o Brasil passou a criar menos, deixando o jogador do Real Madrid muitas vezes isolado, embora ele tenha conseguido bons lances individuais, confirmando a boa fase que vive na equipe espanhola.

O desenho do jogo, no entanto, foi mais determinado pela atuação do árbitro Wilmar Roldán do que pelo futebol dos atletas.

Com 25 minutos de partida, ele já havia distribuído três cartões vermelhos, embora tenha voltado atrás na decisão de expulsar Alisson. Antes, ele mandou embora primeiro o goleiro Domínguez por acertar o rosto de Matheus Cunha com a sola da chuteira numa dividida na entrada da área, aos 14.

Os brasileiros, porém, tiveram pouco tempo para aproveitar a vantagem em campo, já que Emerson Royal também foi para o chuveiro mais cedo cinco minutos depois, aos 19, ao receber o segundo cartão amarelo —o primeiro havia saído no minuto inicial. Ele saiu do jogo bastante frustrado.

À beira do gramado, Tite já conversava com Daniel Alves para recompor sua defesa quando quase viu sua equipe sofrer uma nova baixa. Alisson cometeu uma falta fora da área e o árbitro entendeu que o lance era passível de expulsão. Ele só voltou atrás depois de consultar o VAR (árbitro de vídeo).

Mesmo com a tecnologia à sua disposição, Roldán não era claro em suas sinalizações e também demorou muito para definir todos os lances capitais. Tanto que precisou dar nove minutos de acréscimos no primeiro tempo, mesmo assim insuficientes para repor os minutos em que a bola deixou de rolar.

E a segunda etapa não foi muito diferente. Aos 10, Roldán deu pênalti de Raphinha em Estupiñán, mas voltou atrás cinco minutos depois, após ser chamado pelo VAR. A demora dele para decidir sobre os lances não só quebrava o ritmo como irritava os jogadores.

Wilmar Roldán foi quatro vezes ao monitor para rever marcações equivocadas em campo
Wilmar Roldán foi quatro vezes ao monitor para rever marcações equivocadas em campo - Rodrigo Buendia/AFP

Pior para o Equador, que lutava pelo empate. De tanto insistir, os donos da casa conseguiram colocar uma bola na rede já aos 30 minutos, quando Félix Torres fez de cabeça, aliviando o clima tenso nas arquibancadas, de onde o árbitro ouvia vaias.

Já nos acréscimos, uma nova polêmica paralisou a partida. Alisson dividiu a bola com Ayrton Preciado e o árbitro entendeu como pênalti a forma como o goleiro se chocou com o rival. Novamente chamado pelo VAR, ele voltou atrás quatro minutos depois, para frustração dos equatorianos que estavam no estádio.

Apesar da partida truncada, o Brasil conseguiu manter sua invencibilidade nas Eliminatórias e soma agora 36 pontos, com 11 vitórias e 3 empates. Além dos brasileiros, a Argentina também já está garantida na Copa do Mundo.

O Equador, por sua vez, chegou aos 24 pontos e, em terceiro, também está muito próximo de carimbar seu passaporte. A situação confortável dos equatorianos aliviou um pouco a pressão sofrida pela equipe de arbitragem pela torcida da casa.

O duelo, aliás, contou com a presença de um bom público no estádio, embora o número oficial de presentes não tenha sido divulgado. Após pressão do governo equatoriano sobre o órgão de saúde que monitora a pandemia de Covid-19, 50% da capacidade do estádio foi liberada ao público.

Na última segunda-feira (24), o COE (Comitê de Operações de Emergência) havia determinado a realização do jogo com portões fechados em razão do avanço da variante ômicron.

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