Copinha volta a ser esperança de garotos após temporada de ansiedade e insegurança

Competição que reúne jovens da base começa domingo (2) com 128 clubes

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São Paulo

Medo, ansiedade e frustração. Os jovens aspirantes a jogadores profissionais de futebol convivem com uma mistura de sentimentos desde novembro de 2020, quando a Federação Paulista de Futebol anunciou o cancelamento da edição 2021 da Copinha, por conta do avanço da Covid-19 no país.

Mais tradicional torneio de base do Brasil, desde 1969 a Copa São Paulo é a principal esperança de milhares de garotos de conseguirem um contrato profissional. A não realização em 2021 soou para muitos com o fim do sonho.

"Foi um momento de muitas especulações, nada era certeza. Não tinha como planejar o futuro porque o problema que estávamos vivendo era cada vez maior e foi gerando uma certa angústia", afirma o volante Kelvi Chiesa Gomes, 19, do Juventude.

Quando começar a edição de 2022 da Copa São Paulo, em 2 de janeiro, exatos 708 dias vão ter se passado desde a disputa da final em que o Internacional superou o Grêmio nos pênaltis (3 a 1), após um empate no tempo normal (1 a 1), em 25 de janeiro de 2020, no Pacaembu.

Goleiro Hugo, destaque da base do Fortaleza, que vai jogar a Copinha
Goleiro Hugo, destaque da base do Fortaleza, que vai jogar a Copinha - Foto: Lucas Emanuel/FortalezaEC

De lá para cá, os atletas puderam retomar suas carreiras, interrompidas por quase quatro meses durante o auge da pandemia, mas a ansiedade para voltar a disputar o torneio persiste. "Foi um período muito difícil, todo atleta quer jogar, quer treinar, infelizmente a gente não podia fazer naquele momento", diz o atacante Pedro Bahia, 19, do Goiás. "Graças a Deus a vacina chegou e, aos poucos, tudo está voltando ao normal."

Em 2022, 128 clubes vão disputar o campeonato, divididos em 32 grupos. Serão mais de 3.800 jogadores, que em sua maioria sabem que a competição vale muito mais do que a taça. Para eles, é a visibilidade do torneio o que mais os atrai.

"Eu sou de 2002, então esse ano que passou será o meu último. Como não teve a Copinha, a gente sente muito. Ela ocorre num momento que não tem torneio do profissional, então tem muita visibilidade, muita gente quer ver, é bastante importante na nossa trajetória. Uma boa competição faz com que a gente seja olhado com bons olhos pelo profissional", destaca o volante Wendell, 20, do Botafogo.

A Copinha, que é um torneio sub-20, terá nesta edição jogadores nascidos em 2001, que vão completar 21 anos em 2022. Essa foi uma forma de a Federação Paulista de minimizar o impacto causado pela pandemia e pelo adiamento do último certame.

À época do anúncio do cancelamento da edição 2021, o Brasil ainda não havia iniciado a vacinação contra a Covid-19, que viria a começar em janeiro deste ano, e registrava naquela semana do dia 26 de novembro uma média móvel em sete dias de 31.640 novos casos do novo coronavírus e uma média móvel de mortes de 479 vítimas.

Wendell lembra, ainda, que, durante o período em que todas as atividades esportivas foram suspensas no Rio, inclusive os treinos de futebol, o Botafogo passou a enviar atividades por vídeo para que os jogadores pudessem manter a forma.

"Isso foi bom para a gente não ficar parado. Não é a mesma coisa, mas era uma preparação que ajudou no momento que as coisas voltaram. A gente teve todo suporte do clube, foi importante", diz o volante.

Esse tipo de suporte aos atletas também foi oferecido em alguns clubes do nordeste, como o Fortaleza. O goleiro Hugo, 20, por exemplo, lembra que Rogério Ceni ainda estava no comando do clube no começo da pandemia e teve uma preocupação especial de conversar com os atletas da base sobre o momento difícil.

"Nós tivemos muitas conversas com ele, mas também com toda a comissão técnica do profissional, eles tranquilizaram a gente sobre tudo isso", afirma o jogador, que diz ser fã do ex-goleiro e valorizar a experiência de poder trabalhar com ele.

"Foi incrível. Eu cresci vendo ele jogar. Trabalhando com ele eu aprendi muito. Ele ensinou muitas coisas e não só coisas de goleiro, mas de usar os pés também, que ele cobra muito", destaca Hugo, que gostaria de ver o Fortaleza campeão da Copinha. "Nossa meta é fazer a maior campanha da história do clube."

Até hoje, nenhum clube do nordeste conquistou o torneio. O Bahia, em 2011, teve o melhor desempenho da região, com um vice-campeonato, quando foi superado pelo Flamengo.

O estado com mais títulos é São Paulo, com 30 troféus, sendo 10 deles do Corinthians, o maior campeão da competição de base. Para especialistas, porém, o torneio não deve ser encarado somente pela briga pelo troféu, mas principalmente pela oportunidade de dar experiência aos jovens jogadores.

"A Copa São Paulo tem de ser o encerramento do ciclo do sub-20. Na Copinha, os clubes vão ter mais uma oportunidade de avaliar jogadores que estão estourando a idade. Nem todo clube tem a oportunidade de colocar esses jogadores nos estaduais. Por isso a importância da Copinha", explica Júnior Chávare, que é ex-coordenador da base do Atlético-MG.

Veja os grupos e sedes da Copa São Paulo de 2022

Grupo 1 (Votuporanga)

  • Votuporanguense-SP
  • Bahia
  • Monte Azul-SP
  • Atlético Matogrossense

Grupo 2 (Tanabi)

  • Tanabi
  • Vila Nova-GO
  • Guarani
  • Aquidauanense-MS

Grupo 3 (Bálsamo)

  • Mirassol-SP
  • Sport
  • Taguatinga-DF
  • Confiança-SE

Grupo 4 (Lins)

  • Linense-SP
  • Atlético-MG
  • Andirá-AC
  • Desportivo Aliança-AL

Grupo 5 (Franca)

  • Francana-SP
  • Juventude
  • Ponte Preta
  • Confiança-PB

Grupo 6 (Matão)

  • Matonense-SP
  • Fluminense
  • Fast Clube-AM
  • Jacuipense-BA

Grupo 7 (Cravinhos)

  • Comercial-SP
  • Criciúma
  • Nova Iguaçu-RJ
  • Chapadinha-MA

Grupo 8 (Araraquara)

  • Ferroviária-SP
  • Santos
  • Rondoniense-RO
  • Operário-PR

Grupo 9 (Iacanga)

  • União Iacanga-SP
  • Santa Cruz-PE
  • Novorizontino-SP
  • União ABC-MS

Grupo 10 (Jaú)

  • XV de Jaú
  • Grêmio
  • Castanhal-PA
  • Mixto-MT

Grupo 11 (São Carlos)

  • São-Carlense-SP
  • América-MG
  • São Carlos-SP
  • Falcon-SE

Grupo 12 (Araras)

  • União São João-SP
  • Athletico-PR
  • Velo Clube-SP
  • Taquarussú-TO

Grupo 13 (Guaratinguetá)

  • Manthiqueira-SP
  • Vitória-BA
  • XV de Piracicaba-SP
  • São José-RS

Grupo 14 (Taubaté)

  • Taubaté-SP
  • Botafogo
  • Petrolina-PE
  • Aparecidense-GO

Grupo 15 (São José dos Campos)

  • São José-SP
  • Corinthians
  • River-PI
  • Resende-RJ

Grupo 16 (Suzano)

  • União Suzano-SP
  • Fortaleza
  • Ituano
  • Concórdia-SC

Grupo 17 (Porto Feliz)

  • Desportivo Brasil-SP
  • Goiás
  • Botafogo-SP
  • Iape-MA

Grupo 18 (Jundiaí)

  • Paulista
  • Ceará
  • São Bernardo FC-SP
  • Bragantino-PA

Grupo 19 (Jaguariúna)

  • Jaguariúna
  • ABC-RN
  • Red Bull Bragantino
  • Fluminense-PI

Grupo 20 (Itapira)

  • Itapirense-SP
  • Cruzeiro
  • Retrô-PE
  • Palmas-TO

Grupo 21 (São Caetano do Sul)

  • São Caetano
  • São Paulo
  • Desportiva Perilima-PB
  • CSE-AL

Grupo 22 (São Bernardo do Campo)

  • EC São Bernardo
  • Londrina
  • São Bento-SP
  • Aster Brasil-ES

Grupo 23 (Osasco)

  • Osasco Audax-SP
  • Joinville
  • Santo André
  • Camaçariense-BA

Grupo 24 (Santana de Parnaíba)

  • Ska Brasil-SP
  • Vasco
  • Rio Claro-SP
  • Lagarto-SE

Grupo 25 (Mogi das Cruzes)

  • União Mogi-SP
  • Internacional
  • Portuguesa
  • São Raimundo-RR

Grupo 26 (Guarulhos)

  • Flamengo-SP
  • Avaí
  • Guarulhos-SP
  • Santana-AP

Grupo 27 (Mauá)

  • Mauá Futebol
  • Atlético-GO
  • Mauaense-SP
  • Volta Redonda-RJ

Grupo 28 (Diadema)

  • Água Santa-SP
  • Palmeiras
  • Real Ariquemes-RO
  • Assu-RN

Grupo 29 (Barueri)

  • Oeste-SP
  • Flamengo
  • Floresta-CE
  • Forte-ES

Grupo 30 (São Paulo - Ibrachina)

  • Ibrachina
  • Náutico
  • Inter de Limeira-SP
  • Serranense-MG

Grupo 31 (São Paulo - Javari)

  • Juventus-SP
  • CRB-AL
  • Portuguesa Santista-SP
  • Canaã-BA

Grupo 32 (São Paulo - Nacional)

  • Nacional-SP
  • Coritiba
  • Capivariano-SP
  • Real Brasília-DF
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