Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Bilionário russo Roman Abramovich transfere comando do Chelsea

Russo era pressionado pelos ingleses por sua ligação com Vladimir Putin

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São Paulo

O bilionário russo Roman Abramovich anunciou neste sábado (26) que vai entregar o controle do Chelsea para os curadores da fundação de caridade do clube. A decisão dele ocorre em meio à pressão da opinião pública dos britânicos por sua ligação com o presidente russo Vladimir Putin.

Abramovich toma essa decisão apenas dois dias após o início do ataque do exército russo à Ucrânia, conflito criticado por quase toda a comunidade internacional. "Sempre tomei decisões com os melhores interesses do clube em mente", justificou o proprietário do Chelsea.

Roman Abramovich (à dir.) conversa com o técnico do Chelsea Thomas Tuchel
Roman Abramovich (à dir.) conversa com o técnico do Chelsea Thomas Tuchel - Michael Steele - 29.mai.21/Reuters

No breve comunicado em que fez o anúncio, porém, o bilionário não citou o conflito. Na quinta-feira (24), o governo britânico já havia comunicado sanções contra empresários russos devido ao conflito na Ucrânia.

Sobre os curadores da fundação do Chelsea, Abramovich disse que "eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do clube, jogadores, funcionários e torcedores".

O empresário assumiu o controle do clube de Londres em 2003 e, de acordo com a imprensa inglesa, ele já investiu mais de 2 bilhões de libras (R$ 13 bilhões) em quase 20 anos.

No período, a equipe ganhou duas vezes a Champions League, além de ser a atual campeã do Mundial de Clubes da Fifa, entre outras conquistas importantes.

A fortuna do russo é estimada em 8,4 bilhões de libras (R$ 58 bilhões). Ele também tem ligações com o presidente russo Vladimir Putin e é acusado de ter aproveitado para comprar companhias estatais quando a União Soviética foi desmantelada, a preços abaixo do mercado.

De acordo com o jornal "The Sun", o bilionário estaria proibido de residir na Inglaterra justamente por sua ligação com o governo de Putin. Na última vez que ele deu entrada no país, teria usado um visto de Israel, o que garante seis meses de estadia em solo britânico.

Ainda de acordo com a publicação, funcionários da segurança do país teriam sido orientados a barrar a entrada do russo, além de impedir qualquer tentativa dele de conseguir cidadania inglesa.

Na quinta-feira, o deputado Chris Bryant, do partida Trabalhista do Reino Unido, disse na Câmara dos Comuns, equivalente à Câmara dos Deputados do Brasil, que existem documentos de uma investigação de 2019 que revelam relações entre Abramovich e Putin.

"Isso foi há quase três anos e, no entanto, muito pouco foi feito em relação a isso. O Sr. Abramovich não deveria mais ser dono de um clube de futebol neste país. Deveríamos estar olhando para apreender alguns de seus ativos, incluindo sua casa de 152 milhões de libras?", questionou Bryant.

Ainda segundo o parlamentar britânico, o próprio russo já admitiu em processos judiciais que pagou por influência política e que teria vínculos com o Estado russo, além de associação com atividades e práticas corruptas.

Veja a íntegra do comunicado publicado no site do Chelsea

Durante meus quase 20 anos de posse do Chelsea FC, sempre considerei meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir para o futuro, ao mesmo tempo desempenhando um papel positivo em nossas comunidades. Sempre tomei decisões com o melhor interesse do clube no coração. Continuo comprometido com esses valores. É por isso que hoje estou dando aos curadores da Fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do Chelsea FC. Acredito que atualmente eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do Clube, jogadores, funcionários e torcedores.

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