Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

XP apresenta proposta de divisão dos direitos de TV na nova liga de clubes

Modelo é inspirado em LaLiga, que participa do projeto junto do banco de investimentos

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São Paulo

Inspirada no modelo de LaLiga e com divisão igualitária dos direitos internacionais de televisionamento, o banco de investimentos da XP apresentou sua proposta para a nova liga de clubes no Brasil.

O encontro aconteceu nesta terça-feira (15) e teve presença de presidentes ou representantes de 35 agremiações. Entre os principais do país, a única ausência foi o Palmeiras.

Cinegrafista acompanha partida do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Athletico
Cinegrafista acompanha partida do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Athletico - Emiliano Capozoli B-11.set.05/Folhapress

Pela proposta da XP mostrada aos cartolas, os direitos de TV nacionais seriam divididos 50% em partes iguais entre as 20 equipes da Série A, 25% distribuídos pela performance no campeonato e 25% por exposição e audiência dos jogos.

Exposição é uma variável ainda a ser definida "com parâmetros como audiência, ocupação nos estádios, etc", diz o texto mostrado no encontro.

Essa é uma novidade porque no contrato atual de televisionamento com o Grupo Globo, além da divisão ter uma parcela em partes iguais e outra baseada na classificação final, há também uma porcentagem pelo número de partidas transmitidas. Isso em TV aberta e fechada, excluindo o pay-per-view, que tem regras próprias.

A fórmula apresentada pela XP copia a aplicada no Campeonato Espanhol. Javier Tebas, presidente de LaLiga, a entidade que organiza a liga espanhola, participou da reunião.

A internacionalização das transmissões do Brasileiro é um dos objetivos declarados da XP com a proposta. Para as vendas ao exterior, a oferta é que o dinheiro seja dividido em partes iguais. Nesse sentido, copia o que é usado pela Premier League, o Campeonato Inglês.

Durante as conversas, a preocupação da XP e de Tebas foi mostrar que a criação da liga de clubes não é um cheque de curto prazo para os presidentes de clubes. Trata-se de um projeto de expansão em longo prazo. Algo que pode trazer grandes e contínuos benefícios.

"O mercado nunca esteve tão oportuno quanto hoje. O interesse de investidores jamais esteve tão alto. O negócio da liga no futebol brasileiro é um grande tema. Nenhum investidor vai se abster disso. A dinâmica da indústria de entretenimento favorece a valorização da liga", disse Guilherme Ávila, responsável pela divisão de esportes do banco de investimento da XP.

O atual contrato de televisão com o Grupo Globo termina apenas em 2024. Todas as eventuais conversas são para um acordo que passaria a valer em 2025 e, para o banco de investimentos, as negociações já deveriam estar acontecendo. Os executivos agora aguardam que os dirigentes conversem entre si e digam o que esperam da possível liga.

"Tem uma janela de investimento no curto prazo. Estamos em uma rodada de conversas sobre os direitos de transmissão. É o grande ativo deste produto [a liga] a partir de 2025. Se você quiser qualquer tipo de upside [lado positivo], deveria se organizar desde já. Esses caras [os dirigentes] deveriam estar sentados hoje [terça] à tarde, entre eles, para definir um modelo que vão trazer para a mesa [de negociação]", completa Ávila.

O discurso do banco de investimentos para os clubes é a necessidade de passar a exportar o campeonato, não jogadores.

"[Para isso, é preciso] Uma centralização dessas negociações e um modelo que não será criado. Será replicado um modelo que deu certo fora do Brasil, principalmente nas ligas europeias. O Brasil não tem de inventar a roda", afirmou à Folha o head do banco de investimento da XP, Pedro Mesquita, no mês passado.

Ele afirma que já existem negociações com investidores. O modelo escolhido foi o aplicado por LaLiga.
Durante o encontro, Tebas falou aos dirigentes sobre a necessidade de estruturar e elaborar o produto a partir da experiência espanhola.

Consultado pela Folha, o Palmeiras, que não foi à reunião, disse ser "a favor da liga, acredita ser esse um passo importante para o futebol brasileiro, mas não viu necessidade de enviar representante a esse evento".

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