Manchester City faz virada histórica e conquista 4º título da Premier League em 6 anos com Guardiola

Técnico imprime sua marca e amplia hegemonia do time na liga, ainda sob a sombra de fracassos na Champions

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São Paulo

O Manchester City conseguiu virada histórica sobre o Aston Villa, neste domingo (22), para conquistar o oitavo título de sua história na Premier League em partida pela última rodada da competição. A equipe de Pep Guardiola venceu por 3 a 2 em uma recuperação fantástica: perdia por dois gols de diferença até os 30 minutos do segundo tempo e conseguiu a vitória ao marcar três vezes em cinco minutos.

O City terminou o campeonato com 93 pontos, apenas um ponto à frente do Liverpool, que venceu o Wolverhampton por 3 a 1, também de virada, em partida realizada no mesmo horário.

Jogadores do Manchester City comemoram gol sobre o Aston Villa, neste domingo (22), pela Premier League
Jogadores do Manchester City comemoram gol sobre o Aston Villa, neste domingo (22), pela Premier League - Hannah Mckay/Reuters

O meia Gündogan saiu do banco de reservas para se tornar o herói da equipe de Guardiola, marcando dois dos três gols da equipe da casa (o primeiro e o da virada). O volante Rodri fez o outro gol do City. Antes, o Aston Villa abriu vantagem com o lateral Cash e com o meia brasileiro Philippe Coutinho, que defendeu o Liverpool por cinco anos, de 2013 a 2018.

Logo depois do apito final, milhares de torcedores extasiados do City invadiram o gramado e cercaram os jogadores para comemorar o título. Os atletas, então, foram levados por seguranças até o vestiário.

Antes, com a bola rolando, o City teve atuação irreconhecível durante a maior parte da partida. A equipe de Guardiola não conseguiu criar muitas chances durante a primeira etapa e abusou, sem sucesso, dos cruzamentos da intermediária.

Já na metade do segundo tempo, precisando da vitória, se lançou ao ataque e conseguiu furar o bloqueio do Aston Villa aos 30 da etapa final, após Gündogan aproveitar cruzamento de Sterling e marcar de cabeça. Dois minutos depois, Rodri acertou chute colocado de fora da área para empatar. Por fim, Gündogan aproveitou cruzamento de Kevin De Bruyne e só empurrou para as redes para decretar a virada.

City sob Guardiola

Foi o quarto título do City nas últimas cinco temporadas —a equipe foi vice em 2019/20, atrás do hoje segundo colocado Liverpool. Neste domingo, o triunfo foi confirmado sobre adversário dirigido pelo ídolo histórico dos Reds Steven Gerrard e que não tinha mais objetivos na liga, mas que deu muito trabalho aos donos da casa.

Em comum nessas últimas temporadas, além dos investimentos massivos da família real dos Emirados Árabes Unidos e de alguns jogadores que se tornaram pilares do time, entre eles o meia belga Kevin De Bruyne, foi a presença do treinador Pep Guardiola à beira do campo.

Contratado em fevereiro de 2016, o catalão imprimiu rapidamente sua marca no time inglês. Vindo de três temporadas no Bayern de Munique, demorou um campeonato para ajustar suas ideias à nova realidade inglesa e carimbou o City com o futebol objetivo e envolvente que construiu desde os tempos de Barcelona.

No torneio atual, ameaçado de fato apenas pelos Reds de Jürgen Klopp, seu rival já na Bundesliga comandando o Borussia Dortmund, Guardiola levou o City à última rodada dependendo só de si para ampliar a hegemonia no Inglês.

A nova conquista da Premier League marcou também a despedida do brasileiro Fernandinho, outro pilar e ídolo da equipe de Manchester nesses anos de títulos. O meia afirmou em entrevista coletiva em abril que pretendia voltar ao Brasil e pegou Guardiola de surpresa. Antes do jogo neste domingo, o jogador foi homenageado com um mosaico no centro de treinamento do clube, onde joga desde 2013.

Gabriel Jesus é especulado no Arsenal e pode ser outro brasileiro a deixar a equipe de Guardiola. Ele terminou a Premier League com oito gols e oito assistências.

Os goleiros Ederson, do City, e Alisson, do Liverpool, dividiram o prêmio Luva de Ouro.

Sombra da Champions

Obviamente comemorado pela torcida, o título da atual temporada vive porém sob a sombra de fracassos na Liga dos Campeões da Europa, objetivo máximo da equipe desde que recebeu o aporte financeiro que a vinculou à família real de Abu Dhabi, em 2008.

Desde a temporada 2016/17, já com Guardiola, a equipe fica pelo caminho no torneio. A estreia do novo técnico marcou a pior passagem dele pelo campeonato continental, com eliminação para o Monaco nas oitavas de final.

A partir dali, derrotas nas quartas de final para Liverpool, Tottenham e Lyon, até a final de 2020/21, perdida para o Chelsea de Thomas Tuchel.

No torneio atual, mais uma eliminação, e bastante dramática: depois de vencer por 4 a 3 em casa e sair na frente no Santiago Bernabéu, sofreu dois gols de Rodrygo nos acréscimos do segundo tempo, mais um de Benzema na prorrogação, e deu adeus ao sonho da Champions novamente.

O Liverpool, por outro lado, surfa uma onda melhor e não vê o segundo lugar na Premier League tanto como uma decepção. Campeão da Copa da Liga Inglesa, em fevereiro, e da Copa da Inglaterra, em maio, a equipe de Klopp está na final da Champions League e flertava, até este domingo, com a quádrupla coroa em uma temporada impecável. A decisão da Liga dos Campeões, contra o Real Madrid, será no sábado (28), em Paris.

Mas o City não desistiu da Champions, e pretende tentar o título inédito ainda com Guardiola. No início do mês, o time contratou o norueguês Erling Haaland, cobiçado atacante do Borussia Dortmund que era cotado também no Real e no Paris Saint-Germain. O artilheiro chega para ocupar o espaço de camisa 9, buscado pelo técnico catalão nas duas últimas temporadas, sem sucesso.

A próxima tentativa, porém, pode ser a última. Neste momento, o contrato de Guardiola com o City vai até o fim do primeiro semestre de 2023, quando a equipe inglesa poderá estar comemorando seu primeiro título da Liga dos Campeões —ou buscando um novo treinador.

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