Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Paulistas, Flamengo e Cruzeiro já conversam com Globo sobre direitos de TV da Libra em 2025

Representante tem tratativas com presidente da emissora, em movimento que reforça divisão na liga

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São Paulo

Apesar das divergências entre os clubes que negociam para formar a Libra, nova liga de clubes brasileira, uma parte deles já conversa com o Grupo Globo sobre os direitos de transmissão do torneio a partir de 2025.

Um dos responsáveis pela redação do estatuto teve encontro com Paulo Marinho, presidente do conglomerado, e tratou sobre o interesse em comprar os jogos da Libra. O atual contrato de televisionamento, que tem a Globo como compradora, termina em 2024.

Torcida do Palmeiras durante clássico contra o Santos, no Allianz Parque
Torcida do Palmeiras durante clássico contra o Santos, no Allianz Parque - Eduardo Knapp-13.mar.22/Folhapress

A iniciativa da negociação partiu de grupo que reúne os paulistas (Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Red Bull Bragantino), Flamengo e Cruzeiro. O Vasco também começou a se alinhar com eles.

Existe a disposição em marcar uma reunião entre os presidentes dos times e executivos da emissora para as próximas semanas. A vontade das agremiações é fomentar a competição entre possíveis empresas interessadas e maximizar o valor. Embora tenha revisto sua estratégia de pagar alto valor pelos direitos de transmitir torneios esportivos, a Globo tem a manutenção do Brasileiro (e da nova liga de clubes) como prioridade.

Em nota, a Globo diz que estará aberta ao diálogo com todos os clubes e a favor de novas iniciativas no futebol brasileiro, mas que não manteve nenhuma negociação formal.

"Enquanto houver a indicação de que os clubes desejam uma negociação centralizada, aguardaremos a decisão sobre o novo formato de liga e de gestão coletiva dos direitos da Série A do Brasileiro", afirma a emissora.

As conversas marcam mais um ponto de divisão entre os 40 times que compõem as séries A e B do atual Campeonato Brasileiro nas tratativas para a composição da liga. Várias das outras 33 agremiações não subscreveram ou foram informadas da conversa sobre o contrato de televisionamento para 2025.

A principal questão continua sendo a divisão do dinheiro. Esse grupo insiste que os recursos da liga sejam repartidos no sistema 45-25-30. Isso significaria que 45% seriam distribuídos em partes iguais, 25% de acordo com a classificação no campeonato e 30% segundo uma série de variáveis como exposição, partidas transmitidas e presença nos estádios.

A interlocutores, dirigentes dos paulistas e do Flamengo dizem estar dispostos a levar adiante a ideia de liga de forma independente dos demais, com a certeza de que depois os concorrentes se juntariam a eles.

Os presidentes dessas agremiações, mais Cruzeiro e América-MG, assinaram o estatuto que, segundo outros cartolas ouvidos pela Folha, não prevê a divisão do dinheiro. Essa parte ficaria a ser negociada depois.

No último dia 3, em reunião dos 40 clubes, foi apresentado o documento, mas todos foram avisados de que o texto estava pronto e não deveria ser discutido. Isso irritou profundamente a maioria dos dirigentes presentes.

O movimento "Futebol Forte", que reúne 14 equipes, considera que a criação da liga esteja ocorrendo de cima para baixo. Reclama que não é uma negociação, é uma imposição pretendida pelos clubes paulistas mais o Flamengo.

O temor é que depois essas seis agremiações vão forçar para receber mais dinheiro do que as demais, caso a divisão não esteja estipulada em estatuto.

O "Futebol Forte" é composto por Athletico, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Ceará, Coritiba, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional e Juventude. Seus dirigentes, especialmente o mandatário do Athletico, Mario Celso Petraglia, foram os que mais contestaram os termos da reunião.

O "Futebol Forte" reivindica que a repartição dos recursos arrecadados pela liga seja no 50-25-25.

Há também a divisão entre os que acham que todas as pendências devam ser resolvidas antes da constituição formal da liga e os que querem torná-la um fato concreto e dirimir as divergências depois.

Leia na íntegra a nota da Globo

Como já divulgado em carta aberta, em agosto de 2021, a Globo é a favor de qualquer movimento que una todos os clubes em prol de um futebol brasileiro forte e equilibrado. A decisão sobre como gerir os direitos de um produto esportivo cabe a quem o organiza e o disputa, mas a Globo acredita que a união de todos os clubes e da CBF é fundamental para o melhor desenvolvimento do Campeonato Brasileiro e apoiamos a negociação coletiva de direitos de transmissão, como ocorre nos principais mercados do futebol mundial.

Mantemos diálogo com todos que têm se engajado nessa pauta e demonstraram interesse em ouvir a Globo, empresa que orgulhosamente figura como uma das principais parceiras comerciais do futebol brasileiro há décadas e atual detentora dos direitos da Série A, através de acordos vigentes até 2024 firmados com mais de 40 clubes. Nesses acordos, buscamos a construção de um modelo coletivo, já baseado em critérios comuns de equilíbrio e de meritocracia esportiva e comercial, mesmo diante dos desafios que se colocam em uma negociação clube a clube.

Mas é importante esclarecer que não existe, por parte da Globo, nenhuma negociação ou conversa formal em andamento sobre a renovação dos direitos da Série A para 2025. Enquanto houver a indicação de que os clubes desejam uma negociação centralizada, aguardaremos a decisão sobre o novo formato de liga e de gestão coletiva dos direitos da série A do Brasileiro. Como a principal competição nacional de futebol, temos interesse em negociar os direitos da competição para 2025 em diante.

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