Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Ex-xodó de Tite, Everton se vê distante da Copa do Mundo

Decisivo em triunfo na Copa América, Cebolinha perde espaço na seleção

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São Paulo

Contratado neste mês pelo Flamengo, Everton escolheu a camisa 19. Foi com esse número às costas que viveu seu grande momento, como um dos protagonistas da seleção brasileira na conquista da Copa América de 2019. A final foi disputada no Maracanã, onde o cearense passará a atuar com frequência, em circunstâncias bem diferentes.

O atleta de 26 anos chegou com moral ao clube rubro-negro e valeu um investimento que poderá atingir 16 milhões de euros (R$ 87 milhões) com o cumprimento de algumas metas. Mas a passagem pelo futebol europeu, iniciada em 2020, não foi a esperada, como também não foi a esperada a continuidade no time nacional.

Artilheiro daquele torneio continental ao lado do peruano Guerrero, com três gols, Cebolinha defendeu o Brasil mais 13 vezes, não balançou a rede em nenhuma delas e deu apenas uma assistência. Titular na decisão de outra Copa América, a de 2021, também no Maracanã, foi substituído na derrota por 1 a 0 para a Argentina e nunca mais atuou pela formação verde-amarela.

O atacante Everton, em ação na Copa América de 2019; de lá para cá, ele não marcou nenhum gol com a camisa da seleção e perdeu espaço - Ueslei Marcelino - 27.jun.19/Reuters

No Benfica, onde foi jogar após o sucesso pelo Brasil, teve duas temporadas que, se não podem ser consideradas fracas, não fizeram jus à expectativa criada. Foram 15 gols e 17 assistências em 95 partidas. Em vez de saltar de Portugal para grandes centros europeus, trajetória comum a bons jogadores brasileiros, voltou a seu país, liberado sem grande resistência.

Entre Porto Alegre, Lisboa e Rio de Janeiro, o ex-jogador do Grêmio ficou longe do Qatar. Enquanto atuava sem grande destaque na Europa, Everton viu Vinicius Junior, 21, desabrochar no Real Madrid, que não teria sido campeão da Liga dos Campeões sem Rodrygo, 21. Raphinha, 25, chamou a atenção mesmo no pequeno Leeds. Antony, 22, cumpriu muito bem seu papel no Ajax.

Mesmo Martinelli, 21, do Arsenal, que ainda teve pouco espaço com a camisa da seleção, passou a ser observado com maior atenção pelo técnico Tite e entrou no último amistoso, contra o Japão, no início deste mês. Cebolinha foi para o final da fila e sabe que tem muitos obstáculos a superar para jogar a Copa do Mundo, a partir de novembro.

Destacar-se no Flamengo pode ajudar, mas o próprio atacante sabe que nem isso deverá ser suficiente. O centroavante Hulk, 35, vem tendo desempenho excelente pelo Atlético Mineiro e nem por isso tem sensibilizado Tite –em uma posição de carência maior. Assim, Everton foi tímido ao ser questionado se o vermelho e o preto poderiam lhe ajudar a vestir amarelo.

"Ah, com certeza. Mas não foi o principal motivo [pelo qual] eu quis voltar", afirmou, entrevistado pelo canal oficial de seu novo clube. "Quis voltar ao Brasil porque era o Flamengo. Se eu fizer um bom trabalho aqui, claro, poderei ser lembrado. Só que não foi o meu primeiro pensamento a seleção, mas sim o Flamengo."

Everton Cebolinha, reforço do Flamengo
Everton só poderá estrear no Flamengo a partir de 18 de julho, quando se abrirá a janela do Brasil para transferências internacionais - Alexandre Vidal/CRF

A equipe carioca vive estendido período de instabilidade. O recém-chegado Dorival Júnior já é o quinto treinador contratado desde a saída do português Jorge Jesus –que dirigiu Cebolinha no Benfica–, em julho de 2020. Antes de pensar em seleção, Everton precisa se integrar a um ambiente turbulento e reencontrar seu melhor futebol.

A ida à Copa é neste momento altamente improvável, porém também era improvável que o cearense de Fortaleza fosse decisivo na Copa América de 2019. Na ocasião, ele também estava no fim da fila, atrás de Neymar (que sofreu lesão mais séria em amistoso preparatório) e David Neres, de quem ganhou a posição durante o torneio.

A competição terminou com Cebolinha elogiado pela capacidade de desmontar defesas com seus dribles e sua velocidade. Foi tratado como xodó de Tite, que celebrou a conquista no Maracanã agradecendo o então jovem de 23 anos: "Quem diria que o Everton jogaria a final e seria escolhido melhor em campo?".

Outra vez, poucos apostam nisso.

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