Bale faz País de Gales voltar à Copa do Mundo após 64 anos

Atacante é o maior astro de uma seleção que não se classificava desde 1958

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São Paulo

País de Gales já teve a sua geração de ouro. Era elenco com nomes que se tornaram famosos no futebol britânico e no Campeonato Inglês na década de 1990, como os atacantes Mark Hughes, Ian Rush, Ryan Giggs e o goleiro Neville Southall.

Eles falharam onde Gareth Bale, 33, teve sucesso: levar a seleção para a Copa do Mundo.

Gareth Bale comemora a classificação de País de Gales para a Copa do Mundo no Qatar
Gareth Bale comemora a classificação de País de Gales para a Copa do Mundo no Qatar - Rebecca Naden-5.jun.22/Reuters

O jogador que está no Los Angeles FC (EUA), mas passou por Tottenham Hotspur (ING) e Real Madrid (ESP), definiu como o melhor dia de sua vida quando sua seleção derrotou a Ucrânia por 1 a 0 para selar a vaga no Mundial do Qatar. Foi o fim de uma espera de 64 anos.

Na única vez em que participou da competição, Gales foi eliminada por Pelé. Em seu primeiro gol na Copa, o Rei do Futebol deu chapéu no marcador e concluiu para a rede na vitória por 1 a 0 da seleção brasileira nas quartas de final. O time europeu tinha John Charles, lenda da Juventus (ITA), mas que não atuou nesta partida por estar lesionado.

Sob a liderança de Bale, Gales chegou a posições que jamais havia atingido antes. Eliminou a Bélgica (que dois anos depois seria terceira colocada na Copa da Rússia) e foi à semifinal da Eurocopa de 2016. Perdeu para Portugal.

"Nós tínhamos o talento para ir ao Mundial no passado, mas sempre faltava alguma coisa no momento decisivo. Também eram menos vagas em disputa. Gales estar classificado é algo que a torcida esperou por muito tempo", disse Mark Hughes, atacante que marcou época no Manchester United (ING) antes de se tornar treinador.

No Qatar, a equipe vai fazer um clássico britânico com a Inglaterra. Será na terceira rodada e potencialmente pode decidir a vaga para as oitavas de final. Além disso, no Grupo B, enfrentará Estados Unidos (a estreia, em 21 de novembro) e Irã.

O caminho para a obter a classificação foi acidentado principalmente fora de campo. O técnico deveria ser Ryan Giggs, o melhor jogador do país em todos os tempos, mas ele teve de ser afastado. Passa por julgamento por agressão doméstica. Seu assistente Rob Page assumiu as rédeas do elenco e foi efetivado por causa dos bons resultados.

Na última Eurocopa, no ano passado, ele levou a seleção às oitavas de final, quando caiu diante da Dinamarca. Há dois meses, assinou extensão contratual de mais quatro anos.

"Tudo o que jogamos até agora foi um aprendizado para nos levar a Copa do Mundo. Espero que seja nosso auge", afirmou o técnico.

Bale não é a única arma. Em Ben Davies e Aaron Ramsey, Gales possui dois jogadores experientes nos principais torneios europeus. Embora Joe Allen não seja mais o mesmo de alguns anos atrás, ainda é capaz de, com algum espaço, ser criativo e incomodar o adversário, justificando o apelido de "Pirlo galês" que recebeu quando era do Liverpool.

Uma das principais armas ofensivas deverá ser a velocidade de Daniel James, especialmente no contra-ataque. Mesmo que ele tenha problemas no momento de definir a jogada, é ponta com habilidade para levar vantagem sobre o adversário.

Como acontece com outras seleções, Gales adota diferentes posturas táticas, variando entre o 4-3-3 para o 4-1-4-1. Page privilegia sistema de alta pressão no campo de ataque, especialmente com pontas e meias. A grande questão é como vai se comportar a defesa, especialmente o goleiro Wayne Hennesse, 35, que não é titular na sua equipe, o Nottingham Forest, da Premier League.

"Vejo totais condições para Gales ir às oitavas de final. A partir daí, qualquer coisa pode acontecer", avaliou Hughes, em participação recente em programa da Sky Sports News, da Inglaterra.

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