As braçadeiras 'One Love' foram lançadas originalmente em 2020, como parte de uma campanha de diversidade feita pela Real Federação Holandesa de Futebol contra discriminação racial, de cor, orientação sexual, cultura, fé, nacionalidade, gênero, idade e "todas as outras formas de discriminação".
Seu desenho é composto por uma bandeira de faixas coloridas no formato de coração, com um número 1 centralizado, acompanhado pelo texto "One Love" em ambos os lados e "football connects" escrito abaixo.
Os sete capitães das seleções europeias decidiram vesti-las durante partidas da Copa em protesto contra as leis contra a homossexualidade vigentes no Qatar.
No entanto, as sete seleções (Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça) desistiram da manifestação após ameaças da Fifa de punir com cartão amarelo os jogadores que a usassem em campo.
Segundo a entidade máxima do futebol, os uniformes dos times não podem trazer mensagens políticas, religiosas ou pessoais, nem imagens. A Fifa também determinou que os capitães usem apenas braçadeiras oficiais, fornecidas pela entidade.
Na quarta-feira (23), o time da Alemanha protestou contra a Fifa na foto tirada antes da partida. Os onze titulares da equipe posaram com a mão direita sobre a boca, em gesto que remete a censura.
"Com a nossa braçadeira de capitão, quisemos dar o exemplo pelos valores que vivemos na seleção: a diversidade e o respeito mútuo. Não se trata de uma mensagem política: os direitos humanos não são negociáveis", afirmou a federação alemã em nota nas redes sociais.
Na nota, a seleção afirma que a decisão de barrar a braçadeira foi como "banir nossas bocas. Nossa postura permanece".
A Bélgica foi proibida também de usar uma camiseta com a inscrição "Love" ("Amor", em inglês). Essa camisa, em grande parte branca, mas com partes nas diferentes cores do arco-íris.
Diante da polêmica, a Federação Dinamarquesa de Futebol afirmou que estuda se desfiliar da Fifa.
A seleção dos EUA adornou seu centro de treinamento com seu escudo nas cores do arco-íris. Em ato semelhante, País de Gales colocou uma bandeira de escanteio com o arco-íris em seu centro de treinamento. Na partida entre as duas seleções, na segunda-feira (21), chapéus de torcedores com as cores do arco-íris foram barrados na entrada.
Os organizadores da Copa do Mundo, no entanto, disseram repetidamente que todos, não importa sua orientação sexual ou origem, são bem-vindos durante o torneio.
Durante a cerimônia de abertura, o emir qatariano fez um discurso elogiando a diversidade, apesar de as políticas do país violarem direitos de pessoas LGBTQIA+.
A menos de duas semanas das finais, entretanto, Khalid Salman, um embaixador da Copa do Mundo do Qatar e ex-jogador da seleção, definiu à emissora alemã ZDF a homossexualidade como "dano mental".
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