Veja as maiores zebras da Copa do Mundo segundo o ranking da Fifa

Derrota da Argentina entra na lista dos fracassos com maior diferença entre a posição do time vencido e a do vencedor

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São Paulo

Candidata a maior zebra da história das Copas, a derrota da Argentina para a Arábia Saudita, por 2 a 1, nesta terça-feira (22), entrou para a lista das grandes surpresas dos Mundiais de acordo com o ranking oficial da Fifa (Federação Internacional de Futebol). Mas, segundo esse critério, não é a maior delas.

Lionel Messi, de Argentina, durante o jogo contra a Arábia Saudita.
Lionel Messi, de Argentina, durante o jogo contra a Arábia Saudita. - Cao Can/Xinhua

Messi e companhia desembarcaram no Qatar na terceira posição, só atrás de Brasil e Bélgica. A equipe alviceleste chegou também como campeã sul-americana e dona de uma invencibilidade de 36 jogos, a um de igualar o recorde mundial. Uma das favoritas, portanto, a levantar a taça.

Do outro lado, a Arábia Saudita ocupa a 51ª colocação. Dentre as 32 seleções classificadas para esta edição da Copa, só está à frente de Gana (61ª) na pontuação da Fifa. Ao contrário do estrelado elenco argentino, conta apenas com jogadores que atuam em seu modesto campeonato nacional.

Essa diferença, de 48 posições, só foi superada em três ocasiões desde a Copa de 1994, a primeira disputada após a criação do ranking.

O contexto das outras partidas, no entanto, indica que a surpresa e a decepção dos favoritos podem ser consideradas menores em alguns desses confrontos.

Em 2010, jogando como anfitriã, a África do Sul comemorou uma vitória surpreendente sobre a França, por 2 a 1, no encerramento da fase de grupos. O time da casa ocupava a 83ª colocação do ranking, enquanto os europeus estavam na 9ª posição. As duas equipes acabaram eliminadas.

Os favoritos, no entanto, viviam uma grave crise interna, exposta ao mundo em discussão do atacante Anelka com o técnico Raymond Domenech, além de boicote a treinamentos e outros episódios. Chegaram à última rodada cambaleantes, após empate com o Uruguai e derrota para o México.

Além disso, a distância no ranking era ampliada pelo baixo número de partidas disputadas pela África do Sul no período anterior ao Mundial. A seleção já estava classificada automaticamente por sediar o evento, por isso não participou das eliminatórias continentais e pontuou menos do que faria normalmente.

A segunda maior zebra, por esse critério, foi a derrota da Espanha (15ª) para a Nigéria (74ª) no Mundial de 1998, por 3 a 2, também na primeira fase. Naquela edição, os africanos se classificaram, e os europeus fizeram as malas para casa.

Mais uma vez, no entanto, o ranking não refletia fielmente a disparidade entre as equipes, pois a Nigéria não havia disputado as duas edições anteriores da Copa Africana de Nações. A primeira por opção (em 1996) e a segunda por punição (em 1998, quatro meses antes do Mundial), justamente por não ter participado da competição anterior.

Na sequência aparece a queda da Alemanha (1ª) diante da Coreia do Sul (57ª) na Copa de 2018.

A então defensora do título mundial e líder do ranking foi derrotada pelos asiáticos por 2 a 0, com dois gols nos acréscimos do segundo tempo, na última rodada da primeira fase.

Ambas as equipes foram eliminadas, e a tetracampeã mundial terminou na lanterna do grupo, pois já havia sido derrotada também pelo México, por 1 a 0.

Superada agora pelo fiasco da Argentina, a vitória de Gana sobre a República Tcheca por 2 a 0, na Copa de 2006, completa o topo da lista.

Apesar da menor tradição, a equipe europeia chegava como a segunda melhor do mundo, de acordo com a Fifa, e foi derrotada pela então 48ª colocada no ranking. Os tchecos acabaram eliminados, e os africanos avançaram para as oitavas de final.

Nesta quarta-feira (23), a zebra voltou a passear pelos campos do Qatar. A tetracampeã mundial Alemanha estreou com derrota de virada para o Japão, por 2 a 1.

Pelo critério do ranking, porém, a diferença entre as duas seleções não era tão grande. A equipe europeia chegou ao Mundial ocupando a 11ª posição, e a asiática, a 24ª.

Outras grandes zebras ocorreram antes da criação do ranking da Fifa. A mais famosa delas talvez seja a vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra em 1950, por 1 a 0, pelo fato de a equipe norte-americana que viajou ao Brasil ter sido formada por atletas amadores.

Disputado no estádio Independência, o confronto ficou conhecido como "O Milagre de Belo Horizonte". Uma história de cinema na capital mineira, levada para as telas no filme "Duelo de Campeões", estrelado por Gerard Butler.

A própria Argentina já tinha sido vítima, em 1990. Chegou como campeã mundial e estreou com derrota para Camarões, por 1 a 0. Os Leões eram os vencedores da Copa Africana e se tornaram a primeira equipe do continente a alcançar as quartas de final no Mundial. Apesar do tropeço, o time de Maradona foi até a decisão e ficou com o vice-campeonato.

Outra surpresa histórica foi o triunfo da Coreia do Norte em cima da Itália, por 1 a 0, na Copa de 1966. Na época, o time europeu já tinha sido campeão mundial duas vezes. Acabou se despedindo já na primeira fase e viu os asiáticos irem adiante.

Também com dois troféus mundiais na prateleira, a Alemanha foi surpreendida pela Argélia em 1982. Perdeu por 2 a 1, na estreia, mas conseguiu se classificar e ficou com o vice-campeonato naquele ano.

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