Barrado, Cristiano Ronaldo vê substituto marcar três e Portugal dominar Suíça

Gonçalo Ramos conduz atuação imponente do time rubro-verde, que vai às quartas de final da Copa do Mundo

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Gonçalo Ramos celebra seu terceiro gol, o quinto de Portugal contra a Suíça Jewel Samad/AFP

Lusail (Qatar)

Gonçalo Ramos foi convocado para defender Portugal na Copa do Mundo sem nunca ter feito nem sequer um jogo pela equipe principal do país.

Na primeira fase do torneio, acumulou apenas dez minutos em campo, entrando na parte final dos duelos com Gana e Uruguai. Diante da Coreia do Sul, nem saiu do banco.

Mesmo assim, foi o escolhido por Fernando Santos para substituir Cristiano Ronaldo, o maior nome da história do futebol português, barrado pelo técnico.

A escolha foi ousada, mas se mostrou certeira.

Com três gols do atacante –os primeiros dele pela seleção em uma competição oficial–, Portugal goleou a Suíça nesta terça-feira (6), no estádio Lusail, por 6 a 1, classificando-se para as quartas de final do Mundial. Na próxima fase, terá pela frente Marrocos, responsável por eliminar a Espanha.

Gonçalo Ramos foi à rede repetidas vezes em Lusail - Hannah Mckay/Reuters

Não só pelo placar elástico mas também pela atuação dos portugueses, a vitória sobre os suíços deu moral a Fernando Santos, que surpreendeu ao divulgar a relação de titulares sem Cristiano.

A decisão foi motivada em parte pela atitude do atleta no último jogo da fase de grupos, contra a Coreia do Sul. Substituído a meia hora do apito final, mostrou-se irritado. Imagens oficiais da Fifa o captaram dizendo algo como "que pressa do caralho de me tirar".

Minutos antes de a bola rolar em Lusail, Fernando Santos tentou minimizar sua própria decisão. "É uma questão estratégica que já estava sendo preparada", disse.

Ao longo da semana, a imprensa portuguesa se dividiu em relação à polêmica.

O jornal Record sustentou em sua manchete que a, despeito do problema, a seleção português "são 10 mais Ronaldo". O periódico O Jogo afirmou que "ganhar é o melhor remédio" para a crise. O tradicional A Bola destacou o título "Orelhas a arder", falando sobre as declarações de Ronaldo contra o técnico.

Mas quem acabou roubando a cena foi Gonçalo Ramos.

O atacante abriu o placar aos 17 minutos da etapa inicial logo em sua primeira finalização. Ele recebeu um passe de João Félix, virou e bateu de primeira, com força e precisão.

Com o gol cedo, a Suíça não pôde mais jogar fechada atrás, como fez na fase de grupos diante do Brasil, quando se trancou na defesa e só foi vazada na parte final do jogo, com um gol de Casemiro.

Era preciso sair para buscar o empate, mesmo que isso deixasse espaços na defesa. Foi assim que Gonçalo Ramos quase marcou mais duas vezes, parando em boas defesas do goleiro Sommer. O camisa 1, porém, não conseguiu evitar que Pepe fizesse de cabeça o segundo gol português, aos 33 minutos.

Depois do intervalo, com apenas dez minutos, Gonçalo Ramos mostrou duas facetas em campo. Na primeira, provou mais uma vez seu faro de artilheiro, ao marcar o terceiro, aos 6 minutos. Aos dez, foi a vez de se mostrar um bom garçom e servir Raphaël, autor do quarto gol lusitano.

Nem mesmo quando Manuel Akanji descontou, aos 13, o time de Fernando Santos deixou que o adversário pudesse crescer na partida.

A vitória parcial por 4 a 1 ainda não deixava os torcedores satisfeitos. A grande maioria queria ver Cristiano Ronaldo em campo e passou a gritar o nome dele a partir dos 15 minutos. O treinador só atendeu o pedido aos 29.

Antes disso, o craque viu do banco de reservas seu substituto marcar mais um. Aos 22, o camisa 26 recebeu de João Félix e fez o terceiro dele, o quinto dos portugueses.

Quando entrou em campo, Cristiano Ronaldo foi ovacionado pela torcida. E lutou para ao menos deixar sua marca no jogo. Aos 38, chegou a balançar a rede, mas teve seu gol anulado por claro impedimento.

Seria o primeiro dele na fase de mata-mata da Copa do Mundo. Ele tem oito na competição e é o único jogador na história que balançou a rede em cinco edições diferentes, mas nunca marcou nos confrontos eliminatórios.

Para a sorte de Portugal —que ainda ampliou nos acréscimos, com Rafael Leão—, desta vez, nem precisou. Tudo graças a Gonçalo Ramos.

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