Brasil tinha seis jogadores no ataque quando levou o gol de empate da Croácia

Em vantagem, equipe se desorganizou, dando espaços para o rival, que deu um chute certo ao gol no jogo

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São Paulo

O gol de empate da Croácia, marcado aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, foi uma sucessão de erros da equipe brasileira, que vencia por 1 a 0. A equipe de Tite foi incapaz de administrar o resultado, partindo para o ataque de uma maneira desorganizada. Assim, a decisão foi para os pênaltis e os croatas saíram com a vaga.

No tempo normal a partida das quartas de final terminou empatada sem gols, o que levou para a prorrogação. Neymar abriu o placar e o Brasil estava muito perto da vaga nas semifinais, quando tudo ruiu.

Na jogada que originou o gol de empate da Croácia na prorrogação, a seleção brasileira tinha seis atletas à frente da linha da bola no setor ofensivo: Casemiro, Fred, Neymar, Rodrygo, Pedro e Antony.

Pedro faz o passe longo para Fred na direita, enquanto Neymar e Rodrygo partem pela esquerda contra apenas um marcador da Croácia; no lance, Gvardiol parte para a disputa com o volante brasileiro e leva a melhor - Reprodução

O lance começou com um ataque precipitado puxado por Pedro. O atacante do Flamengo parte pelo meio e tenta abrir a jogada na direita para Fred. Ele teria outras duas opções: cortar para a esquerda, segurando mais a bola, ou abrir a jogada para Neymar, que descia ao lado de Rodrygo pela esquerda –contra apenas um marcador croata.

Porém o passe sai longo, Fred não consegue o domínio e leva o desarme de Gvardiol. Com espaços na marcação, o croata Lovren consegue pegar a sobra na linha de fundo e, com um chutão, afasta a bola. Perisic escora mal de cabeça na lateral, mas Danilo, que tinha a opção de dominar, toca de cabeça para o meio do ataque, onde havia três jogadores croatas mais bem posicionados. Majer faz o domínio e toca para Modric.

Modric consegue sair da marcação de Casemiro e dar início à construção da jogada que originou o gol de empate da Croácia, na prorrogação; no lance, além de Casemiro, a seleção brasileira tem Fred, Antony, Pedro, Neymar e Rodrygo atrás da linha da bola no ataque - Reprodução

Casemiro, que já tinha levado cartão amarelo, vai para a bola, mas erra o desarme e não mata a jogada, deixando Modric dominar e dar sequência ao lance. Se tivesse cometido a falta, o volante brasileiro poderia ter recebido o segundo amarelo e, consequentemente, ter sido expulso.

Sem marcação, Modric faz o passe para Vlasic. É aí que o ataque Croata descobre que mais da metade dos jogadores brasileiros está à frente, e há uma avenida para avançar ao campo de ataque do Brasil.

Com a seleção de Tite desorganizada no meio-campo, Vlasic teve tempo para dominar e abrir na esquerda para Orsic, também livre de marcação, já que Danilo cortou para o meio e deixou espaço para o croata avançar ao ataque em velocidade.

Danilo, Thiago Silva e Marquinhos cortam para o meio, e Alex Sandro está mais atrás, deixando um amplo espaço para Orsic dominar a bola e partir para o ataque - Reprodução

Neste momento, a defesa estava mal distribuída, com três jogadores no meio —Danilo, Thiago Silva e Marquinhos— e Alex Sandro, mais à frente, tentando dar o bote em Vlasic, sem sucesso.

Orsic dá dois toques na bola, invade a área e tem liberdade para tocar no meio para Petkovic chutar na frente de Thiago Silva e Marquinhos. O zagueiro tenta bloquear o chute e acaba dando um leve desvio na bola, atrapalhando ainda mais Alisson, que saltou mas não alcançou.

Foi a única finalização certa da seleção da Croácia em 117 minutos de jogo. O time europeu deu outros oito chutes a gol, todos errados. E um desses chutes errados foi após o empate, com Majer, que por pouco não se transforma no gol da virada croata.

A seleção brasileira finalizou 21 vezes. Tanto é que o goleiro Livakovic saiu de campo como herói do jogo. Além dos dois pênaltis que pegou nas cobranças finais, ele fez 11 intervenções com a bola rolando. Houve ainda sete tentativas bloqueadas pelos zagueiros e dois chutes para fora.

Já a defesa brasileira, pilar da era Tite, baixou a guarda na Copa do Mundo do Qatar. A equipe só não sofreu gols nas duas primeiras partidas, quando venceu Sérvia e Suíça. Na sequência, tomou gols nos outros três jogos que fez: contra Camarões, Coreia do Sul e Croácia.

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