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23/05/2010 - 08h07

Inter deixa espetáculo de lado e dita nova ordem no futebol europeu

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ROBERTO DIAS
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A MADRI

José Mourinho só quis a bola do jogo após o jogo acabar. Para lembrar que não precisa dela para ganhar.

Esqueça o futebol de carrossel da escola holandesa e de espetáculo do seu último grande representante, o Barcelona de Guardiola.

Pois a nova ordem do futebol europeu é ditada pela Inter de Milão, que derrotou duas vezes esse estilo de jogo e ganhou no sábado a Copa dos Campeões, com uma vitória por 2 a 0 sobre o Bayern de Munique.

Esqueça também que as estrelas da seleção brasileira que brilham na Europa são atacantes goleadores e cheios de ginga. Porque quem se apresentará ao time convocado por Dunga com o grande troféu da temporada são três defensores: o goleiro Júlio César, o lateral Maicon e o zagueiro Lúcio.

Esqueça, ainda, a história de que a seleção argentina é Messi e ninguém mais.

Já que o grande nome da final foi Diego Milito, um atacante que costuma passar os jogos ao lado de Maradona no banco e que marcou os dois gols da vitória.

O triunfo do técnico português, dos defensores brasileiros, do atacante argentino e de nenhum italiano entre os titulares revive o calcio no seu estilo mais característico.

"A Inter é um time italiano. É um time de cultura italiana, que é campeã do mundo em seleções e europeia em clubes", disse Mourinho.

Pouco antes, no mesmo estádio que consagrou Paolo Rossi, o técnico derrotado tinha feito, como Telê Santana em 1982, a defesa da tese de que o importante é dar espetáculo e que não se arrependia de ter armado o time pra frente.

"É nossa escolha jogar num estilo de ataque. Atacar é muito mais difícil que defender. Mas jogamos um futebol atrativo para os espectadores, e claro que podemos perder", lamentou o técnico Louis van Gaal. "Não fomos bem o suficiente para impor nosso jogo."

O time do treinador holandês teve a bola exatamente o dobro de tempo que os atletas de Mourinho, e finalizou quase o dobro de vezes que os italianos (21 a 11). Mas a Inter não precisou de mais para chegar ao terceiro troféu da sua história.

Um título que põe fim ao longo jejum da Inter, que não vencia a Copa dos Campeões desde o bicampeonato conquistado em 1964 e 1965 --e o presidente naquela época era justamente o pai do atual chefe, Massimo Moratti.

E que fecha uma temporada inesquecível para o time de Milão, que ganhou a tríplice coroa (Copa dos Campeões, Italiano e a Copa da Itália). Uma situação que ocorreu apenas cinco outras vezes nos 55 anos da competição europeia.

Repetiram o feito o Celtic (1967), Ajax (1972), PSV (1988), Manchester United (1999) e Barcelona (2009). Este último, aliás, com participação de Samuel Eto'o, que agora repetiu a trajetória na Inter. A vitória fez a Itália empatar com a Espanha em títulos da Copa dos Campeões (12).

 

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