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César Cielo diz que glória, para ele, é efêmera
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MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A IRVINE
Ele já é o melhor nadador brasileiro de todos os tempos. Ele já está entre os maiores da história. Mas Cesar Cielo parece não se dar conta disso, ou não se importar.
O que move o principal velocista do país nas piscinas é algo muito mais prosaico do que a glória de ter seu nome inscrito entre os melhores.
Com o sentimento de ainda ser um novato, apesar de todas as suas conquistas, o campeão olímpico tem hoje seu primeiro grande desafio no Pan Pacífico de Irvine, na Califórnia: os 100 m livre.
- Veja imagens de Cielo nos EUA
- Cielo fatura o primeiro ouro do Brasil no Pan Pacífico; Nicholas é prata
Christinne Muschi/Reuters | ||
Cesar Cielo vence os 50 m borboleta do Pan Pacífico de Irvine na quarta-feira |
As eliminatórias serão disputadas a partir das 14h. As finais, a partir das 22h.
"Na verdade, não nado para ser reconhecido pelo que eu faço. Não sei explicar por que eu quero nadar cada vez mais rápido, de onde vem esse desejo", afirmou Cielo.
"Nas vezes em que consegui resultados expressivos, só de bater na borda e olhar o placar, a sensação daquele momento e a que vem logo em seguida... É o que eu estou buscando. É aquele momento da batida e do pós-prova, do pódio. Aqueles cinco minutos para mim são cinco minutos de glória mesmo", acrescentou o nadador.
Ontem, ele voltou a experimentar essa sensação. Nos 50 m borboleta, prova que não é sua especialidade, conquistou o ouro com o recorde do campeonato e melhor tempo deste ano: 23s03.
Em segundo, chegou o brasileiro Nicholas Santos, seu colega de treino em Auburn (EUA), seguido do sul-africano Roland Schoeman.
"Foi melhor do que eu planejava. Minha meta [no Pan Pacífico] é ser sempre o melhor. Esse foi apenas o primeiro passo para os próximos dois eventos [50 m e 100 m livre]", falou o velocista.
Para o principal campeonato do ano, o mantra de Cielo é reafirmação. Apesar de esta ser uma temporada considerada menos nobre, sem Mundial ou Olimpíada, a derrota está fora de cogitação.
"Eu ficaria muito puto. Perder não, não. Na minha cabeça, estou treinando para ser o melhor sempre."
"Treino sempre achando que vai ter alguém me passando e que é a primeira vez que estou buscando aquilo. Como se eu fosse um dos novatos mesmo. Treinei na temporada para me reafirmar, saber que aquele título que passou não foi momento, não foi sorte ou coisa parecida", completou Cielo.
Campeão olímpico, mundial e recordista das duas provas mais rápidas da natação mundial --os 50 m e os 100 m livre. Mesmo assim, o brasileiro declarou ainda não se sentir reconhecido.
"Mas não procuro esse reconhecimento de andar na rua e ser famoso, de ficar conhecido no esporte ou mesmo marcar a história. Nem eu consigo explicar com precisão [o que eu busco]", afirmou o atleta de 23 anos.
Só sabe que procura sempre por aqueles cinco minutos de glória. Hoje, pode vivenciá-los mais uma vez.
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