30/05/2011 - 09h31

Após imbróglio, obras de terraplenagem começam no Itaquerão

DE SÃO PAULO

Depois de ser adiada várias vezes, as obras do futuro estádio do Corinthians começaram finalmente a sair do papel nesta segunda-feira. Os trabalhos foram iniciados com a terraplenagem do terreno conforme já estava previsto.

De acordo com a assessoria de imprensa do clube alvinegro, três caminhões, dois tratores e duas escavadeiras, além de 20 funcionários, trabalham no local.

Apu Gomes/Folhapress

Funcionário de construtora coloca placa de início das obras no estádio do Corinthians em Itaquera

A autorização para o início das obras foi concedida pela Prefeitura de São Paulo na última quarta-feira.

Com o atraso nas obras do Itaquerão, a Fifa excluiu na última sexta-feira a cidade de São Paulo da Copa das Confederações-2013.

O prazo para a nova arena corintiana ficar pronta é de 30 meses. O local é cotado para receber a abertura da Copa do Mundo-2014.

Em nota publicada no site do clube, o presidente Andres Sanchez diz que o "dia 30 de maio ficará marcado como o início da realização do sonho de toda uma nação".

CONTRATAÇÕES

Para o início das obras, o Corinthians informou ainda que a contratação de mão de obra não começará agora, mas que dará preferência para moradores da zona leste de São Paulo.

Para construir o estádio, o Corinthians conta até agora com R$ 400 milhões do empréstimo do BNDES e R$ 240 milhões dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, da Prefeitura de São Paulo.

Apu Gomes/Folhapress

Torcedor do Corinthians em frente ao portão do local onde será erguido o Itaquerão

Torcedor corintiano em frente ao portão do local onde será construído o Itaquerão

Para tentar reduzir o preço do Itaquerão, orçado em cerca de R$ 1,064 bilhão, o presidente corintiano Andres Sanchez pediu a ajuda do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para pressionar a Odebrecht.

CONCORRÊNCIA

Uma das empresas convidadas pelo Corinthians para refazer o orçamento do Itaquerão promete construir o estádio por preço muito inferior à última estimativa apresentada pela Odebrecht.

Em nota enviada à Folha, a Odebrecht afirma ter fechado com o Corinthians "um acordo para que o clube consultasse outras construtoras, de modo a dar maior transparência ao processo".

Há duas semanas, numa reunião que teve participação de representantes de Corinthians, Ministério do Esporte, governo estadual e Prefeitura de São Paulo, a Odebrecht apresentou uma estimativa de custo da arena.

O valor, superior a R$ 1 bilhão, não foi aceito, e os órgãos públicos se recusaram a investir diretamente na obra.

O Corinthians, então, passou a atuar em duas frentes para fazer o preço do estádio "voltar" a R$ 650 milhões.