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Título brasileiro não aumenta chance de convocação para a Copa, diz Dedé

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Com quatro rodadas de antecedência, o Cruzeiro tem a chance de se confirmar como campeão brasileiro nesta quarta-feira, a partir das 21h50, contra o Vitória, em Salvador.

Mas a equipe mineira só possui um jogador com possibilidades reais de jogar a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. É Anderson Vital da Silva, o zagueiro Dedé, 25.

Nenhum outro cruzeirense foi convocado por Felipão.

Dedé, porém, afirma que a conquista não o deixará mais próximo da convocação para o Mundial.

"O título me dá visibilidade maior, mas a consciência do treinador Felipão e a visão dele não são uma questão de título e sim o momento que o jogador está vivendo", disse em entrevista à Folha.

"Estou numa crescente boa. Se for mantida, isso é o que pode me levar para a Copa", avaliou.

Ele marcou, de cabeça, o segundo gol do Brasil na vitória por 2 a 0 sobre a Zâmbia, no mais recente amistoso, em outubro, na China.

Formado nas categorias de base do Volta Redonda e ídolo no Vasco, Dedé desembarcou em Belo Horizonte sob muita festa de torcedores, em abril. Custou R$ 13 milhões.

Foi exceção na montagem do pouco badalado elenco do Cruzeiro. A igualdade de tratamento entre atletas, aliás, é considerada por ele como um dos motivos do sucesso.

"Ninguém mostrou qualquer tipo de vaidade", afirmou. "A disputa é sadia."

Ele enaltece o resultado: "É um futebol de nível alto. Nosso time ataca muito bem e se recompõe muito rápido. Os volantes apoiam o ataque, e o ataque apoia a defesa. É um conjunto muito grande, com muita obediência tática."

*

Folha - O título brasileiro aumenta suas chances de convocação para a Copa?
Dedé - Acho que não. O título me dá visibilidade maior, vou aparecer mais com o título, mas a consciência do treinador Felipão e a visão dele não são uma questão de título nem nada. A questão do treinador é o momento que o jogador está vivendo. Estou numa crescente boa. Acho que, mantendo isso, é o que pode me levar para a Copa.

Vários jogadores e treinadores dizem que este campeonato está muito equilibrado, que quase todos os jogos são difíceis. Por que o Cruzeiro conseguiu um desempenho tão bom e uma vantagem rara em relação aos demais?
A base do time, as contratações feitas, principalmente a harmonia e a amizade que criamos fora de campo fizeram o time se entrosar e os jogadores desenvolverem um futebol de alto nível, mostrando sua qualidade. O treinador também deu confiança aos jogadores. As coisas se encaixaram e fizeram fluir o futebol veloz que tínhamos. As coisas ficaram boas para a gente.

Essa equipe do Cruzeiro tem muitos jogadores que não conseguiram se manter em grandes clubes e foram até chamados de refugos. Como foi possível formar um time com desempenho tão bom sem tantos atletas badalados?
Começa na base de que falei. Jogadores consagrados, como Dagoberto, Borges, Júlio Baptista, não mostraram nenhum tipo de vaidade, respeitaram todos os demais jogadores. Houve uma disputa sadia, um jogador querendo ajudar o outro, ninguém quis aparecer mais do que o outro. Os jogadores que vieram para um clube grande para crescer tiveram crescimento muito fácil e muito rápido por terem a confiança, não só da comissão técnica, mas dos outros jogadores também, sem vaidade nenhuma.

Os times brasileiros não conseguem se manter durante temporadas seguidas, pois muitos jogadores acabam se valorizando e sendo negociados. Você acha que é grande o risco de isso se repetir com o Cruzeiro?
É difícil um time campeão manter a base. Mas acho que, mantendo, os jogadores com a cabeça que têm, e o Cruzeiro com a estrutura que oferece, tem tudo para continuar brigando por títulos, em alto nível, jogado o mesmo futebol, com a mesa desenvoltura.

O Cruzeiro conseguiu impedir que o clima em Belo Horizonte fosse só atleticano neste ano especial também para o clube arquirrival?
Eu não penso nisso não. Gozações, coisas que os torcedores fazem, eu deixo para o lado da torcida. Para mim, ficou bom, um ano perfeito para o futebol mineiro. Não tenho nada contra o Atlético-MG. Pelo contrário, acho um grande clube, com grande história, mereceu o título. E o Cruzeiro mereceu também o título brasileiro.
Então, foram dois clubes que montaram grandes elencos e mereceram o que fizeram. É bom que o futebol mineiro cresça e tenha mais visibilidade. Foi um 2013 marcado pelo futebol mineiro.

Paulo Fonseca-10.nov.2013/Efe
Dedé (à direita) e Luan dão a volta olímpica no Mineirão após vitória sobre o Grêmio
Dedé (à direita) e Luan dão a volta olímpica no Mineirão após vitória sobre o Grêmio

Você enfrentou contusões, teve dificuldades no retorno, voltou a jogar bem, mas falhou contra o Flamengo na Copa do Brasil e depois se recuperou, foi convocado. Como você analisa agora esse período todo?
Quando tive a contusão, voltei a atuar pelo Vasco e ainda sentia uma fraqueza na perna, apesar de os testes mostrarem que estava com a força normal. Mas a minha explosão eu estava sentindo mal e só fui recuperando com ritmo, com insistência em jogos e treinamentos fortes. Estava difícil, foi um tempo longo para recuperar. E agora, neste período aqui no Cruzeiro, me senti superbem. Foi uma contusão difícil, uma fissura no osso fibular. Então fico feliz por ter feito boas atuações e ajudado o Cruzeiro.

Em relação ao futebol do Cruzeiro, o esquema tático, a distribuição em campo, o ritmo, você acha que é diferente do que os outros times brasileiros jogam e se parece mais com o futebol da Europa e das seleções?
É um futebol de nível alto. Tem times que estão jogando assim, mas nosso time ataca muito bem e se recompõe muito rápido. Por isso conseguiu ter a segunda melhor defesa do campeonato. Joga no 4-3-3, mas com volantes dando apoio ao ataque e o ataque dando apoio para a defesa. É um conjunto muito grande. O Atlético-MG joga como nós, no mesmo sistema tático.
Fica difícil atacar um time que tem essa obediência tática. O time marca em cima e, quando o adversário passa por um jogador, outro já está na cobertura. Isso fez o Cruzeiro se comportar muito bem defensivamente.

Se o Cruzeiro confirmar o título com antecedência, o que o time fará depois? Poupará jogadores, tentará bater recordes históricos?
Não sei. Depois do título, aí, sim, quero saber também o que eles vão pensar. Mas a gente está focando tanto o título, que não está pensando em folga, em férias, em nada.

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