O trajeto de casa ao novo estádio corintiano teve todo um cuidado reservado apenas para partidas históricas.

Repeti o que havia feito na noite de 4 de julho de 2012, no caminho entre a Folha e o estádio do Pacaembu, na final da Libertadores.

Foi assim: cartão do ingresso, sozinho, no fundo do bolso da frente da calça, com carteira e celular em cada um dos bolsos traseiros.

Superstição? Nada disso. Pragmatismo puro. Se fosse roubado no caminho para a partida, na rua ou no metrô, que me levassem o dinheiro, o cartão do banco, a carteirinha do plano de saúde, o telefone. O ingresso, jamais.

Superada essa etapa, entrei no estádio, e a ficha caiu: era o fim de uma geração.

Se a do meu pai esperou 22 anos para sair da fila (1954-1977), a minha levou 24 anos para para se livrar de três pequenos incômodos: time regional, time sem Libertadores e time sem casa.

O primeiro foi enterrado em 1990, no Morumbi, com o título do Campeonato Brasileiro (obrigado, Neto).

O segundo, em 2012, no Pacaembu, com a Libertadores (obrigado, Tite).

E o último, neste domingo, na arena corintiana.

Piadinhas enterradas, a essência nunca mudou. O corintianismo do adolescente que esmurrou a porta de casa no gol do Viola em 1988 é o mesmo do que rolou arquibancada abaixo em Yokohama, no Japão, na cabeçada de Guerrero.

E que a próxima geração pague o estádio.

Prometo ajudar, comprando ingresso para todos os jogos.

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O jogo deste domingo (18): quem disse que o sofrimento iria acabar?