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Conheça o espanhol que Ghiggia elegeu o melhor da Copa de 1950

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O inevitável passar do tempo nos deixa sem os que um dia foram os heróis do futebol. Há cada vez menos testemunhas vivas do Mundial de 1950. Faz dois anos que se foi Estanislao Basora, o ponta-direita da seleção espanhola naquele torneio.

Algumas crônicas contam como ele era um jogador imparável, uma bala com a bola. A elegância da sua corrida era incomparável na época e quando pisava na área seus olhos azuis ficavam vermelhos com a iminência do gol. Um tipo de jogador em via de extinção. Como pessoa, era ainda melhor. Eu o conheci quando já tinha mais de 80 anos. Tinha o mesmo jeito de quando entortava os laterais. Gostava de contar histórias de sua juventude, dos jogos no Barça, dos seus gols... mas seu coração batia mais forte quando falava do Mundial no Brasil, uma experiência única para ele.

A seleção espanhola chegou ao Mundial com um grupo de jogadores de alto nível, entre os quais os do Athletic (Zarra, Panizo e Gaínza), o valenciano Puchades e três barcelonistas, Ramalles, Gonzalvo III e o próprio Basora. Começou o campeonato da melhor forma, com um gol contra os EUA e outro contra o Chile. No terceiro jogo, com a Inglaterra, enlouqueceu Bill Eckersley, lateral do Blackburn Rovers, que viu nele a reencarnação de Stanley Matthews.

A boa primeira fase da seleção espanhola a levou ao quadrangular final, com Uruguai, Brasil e Suécia. No jogo com os uruguaios, Obdulio Varela pediu a seu companheiro Rodríguez Andrade que fizesse marcação homem a homem sobre o catalão. Mas a tentativa acabou ficando ridícula diante da atuação do barcelonista, coroada com dois gols. Depois do jogo, Ghiggia, que no fim foi o herói da Copa, chegou perto de Basora e lhe disse que era o melhor jogador da Copa. Essas palavras ficaram para sempre guardadas na cabeça do camisa 7 espanhol. Mas a história é escrita pelos vencedores, e o atacante uruguaio acabou levando todos os louros por marcar o gol da vitória sobre o Brasil.

Pouco depois do Mundial, a Espanha disputou o Torneio de Colombes. Rapidamente Basora fez um hat-trick na França. Depois daquele jogo, a imprensa o batizou de Monstro de Colombos. Mas Estanislao sempre reivindicou acima de tudo sua atuação na Copa brasileira e a injustiça que acredita ser o esquecimento que tinha da torcida espanhola. Sempre contava histórias dos velhos tempos e das garotas de Ipanema. E nunca deixava de dizer: "Eu fiz dois gols na campeã do mundo".

Ángel Iturriaga Barco é historiador e autor do Dicionário do Jogador da Seleção Espanhola

Editoria de Arte/Folhapress
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