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Aprovado no River, Messi não ficou no clube por causa de uma janela de carro

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Hoje com 27 anos, Leandro Giménez trabalha em empresa comércio exterior. Aos 13, com o sonho de ter sucesso no futebol, foi chamado para fazer testes no River Plate. Apresentou-se acompanhado de um amigo de infância, com quem jogava bola em Rosário, na base do Newell's Old Boys. Os dois foram aprovados, mas apenas um ficou no time de Buenos Aires.

O amigo de Giménez era um garoto chamado Lionel Messi.

"Ele era muito pequeno para um garoto de 12 anos. Muito menor que os outros. Ao mesmo tempo, muito melhor que qualquer outro", explica Giménez à Folha, relembrando o que aconteceu em janeiro de 2000.

Messi foi aprovado nos testes com louvor. Mas não ficou. Em parte por descaso dos dirigentes do River Plate. Mas também por causa de Giménez.

"Estava tudo certo. Meus avós viviam em Buenos Aires e Leo [Messi] ficaria com a gente. Viajamos no carro de Federico Vaio [olheiro e amigo da família]. Na volta, havia outro rapaz para voltar a Rosário. Ele se sentou na janela. Leo correu e se posicionou na outra, me deixando no meio. Começou uma discussão porque eu queria ir na janela. Como ele não mudava de opinião, disse: 'Está bem. Fique aí. Mas você não vai poder ficar na minha casa em Buenos Aires'. Coisa de criança".

Reprodução
Leandro Giménez, 27, amigo de Messi e ex-colega de Newell's Old Boys
Leandro Giménez, 27, amigo de Messi e ex-colega de Newell's Old Boys

O clube da capital tinha a política de só dar alojamento para jovens atletas a partir dos 13 anos. Faltavam seis meses para Messi chegar a essa idade.

A recusa de Giménez em ajudar o amigo tornou impossível a Lionel vestir a camisa do River Plate. Mas os dirigentes também não fizeram grande esforço.

Eduardo Abrahamian, avaliador técnico da equipe, ficou maravilhado com Lionel e chamou Delem, diretor técnico da base, para observá-lo. "É um craque", afirmou o olheiro. "Ele é bom. Mas temos vários iguais a ele", argumentou o cartola.

Giménez e Messi faziam parte de time de garotos do Newell's, nascidos em 1987, que fizeram fama em Rosário. Ganhavam todas as partidas, quase sempre por goleada. Lionel já era a joia da coroa.

"Nos testes no River, eu fui bem. Mas Leo foi muito bem. Como sempre", completa Giménez.

No primeiro treino, o treinador nem queria colocá-lo em campo. Achou que era muito pequeno. Deu-lhe chance apenas nos minutos finais. Na primeira bola que recebeu, a enfiou pelo meio das pernas do marcador. Na segunda, repetiu o drible. Eles foram convidados para nova peneira, três dias depois.

"O que mais lembro é o quanto ficamos chocados porque nós, que estávamos em teste, formamos uma equipe para enfrentar os garotos de mesma idade que já estavam no River. O preparador físico ficava gritando: 'Esses idiotas querem tomar o lugar de vocês. Matem-nos!'".

Os meninos em avaliação venceram por 15 a 0. Messi fez dez gols.

O pai de Leo, Jorge, sabia que o filho havia agradado. Procurou empregos na capital para manter a família na cidade, sem sucesso. Pediu ajuda ao River. Esta foi negada.

É uma daquelas histórias que mudam o futebol porque, poucas semanas depois, Lionel Messi e família foram chamados pelo Barcelona.

"Claro que me arrependi do que tinha feito. Eu era amigo de Leo. Fui procurá-lo para falar que a casa da minha família estava aberta para ele. Mas já tinha viajado para a Espanha", completa Giménez.

Jorge Messi sempre disse que a ideia inicial era pressionar o Newell's. O clube de Rosário se recusava a custear o tratamento hormonal de crescimento que o garoto precisava. Ajudava apenas parcialmente. De cada 900 pesos necessários, os dirigentes davam apenas 400. E ele tinha de ir à sede da agremiação e esperar por horas para ser atendido e receber o dinheiro.

Considerava aquilo humilhante. Mas se o River chamasse, estaria disposto a ir com o filho para Buenos Aires.

Também aprovado, Leandro Giménez abraçou a carreira no grande clube da capital. Começou bem e ficou lá por três anos. Sofreu fratura no quinto metatarso do pé direito. Os médicos disseram que não precisava operar, mas não conseguia voltar a jogar. Ficou meses parado. Quando voltou, não conseguiu mais lugar na equipe.

Transferiu-se para o Chacarita Juniors. Depois, o Defensor Belgrano.

Em 2008, aos 21, decidiu parar com o futebol e retomar os estudos. Quando fez esta escolha, Lionel Messi já havia conquistado uma Liga dos Campeões da Europa pelo Barcelona. No ano seguinte, seria eleito pela primeira vez o melhor jogador do mundo.

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