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No comando do Irã, Carlos Queiroz está em busca 'da outra taça'

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No meio de dezenas de jornalistas, Carlos Queiroz, técnico do Irã na Copa do Mundo, falou a respeito de desafios e dificuldades enfrentadas pela seleção. No fim da entrevista, foi questionado a respeito do que ele e seus atletas tiveram de superar.

Qualquer outro treinador, nesta situação, daria resposta sucinta, despistando. Sem revelar nada. Queiroz, nascido em Moçambique e com passaporte português, deu uma longa explicação. Falou por quase três minutos sem parar.

O que alguém comandando uma das seleções menos badaladas do torneio teria a esconder?

Queiroz já trabalhou em oito países em 30 anos como técnico e auxiliar. Ganhou bem mais fama do que títulos. Estar com o Irã no Mundial é algo que vai enriquecer seu currículo porque ele constata, um dia antes de enfrentar a Argentina neste sábado (21), no Mineirão, que não vai chegar nem perto do título mundial.

"A Copa do Mundo da Argentina não é a nossa. Eles estão aqui para ganhar. Estamos aqui para disputar outra taça, que é competir com respeito e dignidade", constata, considerando a partida pelo Grupo F como o maior momento da história do futebol do país.

Como técnico, tem poucas conquistas em equipes profissionais. Ganhou uma Taça de Portugal. Só. Também faturou a Supercopa de Portugal e a Supercopa da Espanha, torneios considerados quase de pré-temporada. Apareceu no mundo da bola ao ganhar dois Mundiais Sub-20 com a seleção portuguesa: em 1989 e 1991

Sempre foi um sujeito a conseguir aliar a visão tática, a capacidade diplomática e os bons contatos no futebol. Sir Alex Ferguson o chamou para ser seu assistente no Manchester United e juntos ganharam a Liga dos Campeões da Europa de 2008. O português foi responsável pelo plano tático que anulou Lionel Messi em duas semifinais contra o Barcelona.

Algo que ele sabe será muito difícil repetir no Mineirão. "Uma equipe como a Argentina, depois da primeira partida, só pode melhorar. Você não anula um jogador como Messi. Você joga com o Messi. Tenta se prevenir para as características dele. Só que a Argentina não é apenas Messi", ressalta.

Respondendo em português, espanhol e inglês e bronzeado como se tivesse acabado de sair da praia, Queiroz construiu frases interessantes em 30 minutos de entrevista coletiva. Ele está se despedindo da seleção iraniana, já que não vai seguir no cargo após a Copa.

Queiroz diz ter vontade de trabalhar no Brasil no futuro, mas se recusa a entrar em detalhes. Formado em educação física e sem jamais ter sido jogador profissional, tem trajetória parecida com a de Carlos Alberto Parreira, mas sem os mesmos títulos. Teve chances em grandes equipes. Fracassou no Real Madrid e caiu nas oitavas de final com a seleção portuguesa no Mundial de 2010.

"Não importa o que acontece, não importa o jogo. Você entra com a cabeça erguida e sai com a cabeça erguida. É a nossa obrigação".

O discurso é ambíguo. Ao mesmo tempo em que considera inviável derrotar a Argentina ("Precisamos ter a humildade de reconhecer a força do nosso adversário"), garante que, se pudesse, apostaria as fichas no seu time.

Maryam Rahmanian/Folhapress
O técnico Carlos Queiroz, da seleção do Irã, em entrevista em Teerã
O técnico Carlos Queiroz, da seleção do Irã, em entrevista em Teerã

"Falei para os meus jogadores que o estádio é lindo, o ambiente é diferente, mas o jogo é dentro das quatro linhas e estas são as mesmas em todos os lugares. Vamos jogar com uma ideia na cabeça e tentar dar dor de cabeça para a Argentina", assegura, citando que o confronto pode ser travado em um campo ainda menor do que as medidas do Mineirão: na cabeça dos atletas.

Na estreia, Queiroz justificou a fama de armador tático e empatou em 0 a 0 com a Nigéria. Partida em que sua equipe foi pouco ameaçada. Até hoje, o Irã tem uma vitória em Mundiais. Bateu os Estados Unidos por 2 a 1, em 1998.

"[Antes da viagem ao Brasil] Treinamos contra adversários que não cobram cachês. O importante para nós é estar aqui. Tivemos uma qualificação muito difícil. A classificação na zona da Ásia foi como atravessar o inferno. Estamos aqui no Brasil e é como atravessar o céu".

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