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Alemanha ganha torcida de pataxós, após equipe dançar com os índios

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Alan Nogueira Ferreira, 13, é um dos milhares de pataxós urbanizados da região de Santa Cruz Cabrália, litoral sul da Bahia.

Foi um dos 20 indígenas que, no começo do mês, dançaram para recepcionar a Alemanha durante um treino na vila de Santo André, base do time no Brasil. Como todos os que se apresentaram, ganhou de presente dos jogadores uma camisa da seleção tricampeã mundial.

A simpatia alemã fez com que o time europeu ganhasse torcida extra dos pataxós como para a partida deste sábado (21) contra Gana.

Já na antevéspera do jogo em que os alemães golearam Portugal, Alan demonstrou o carinho pela Alemanha, e o fez de modo peculiar: pintou os cabelos de vermelho, uma das cores da bandeira do país, cujo uniforme número dois é rubro-negro.

Não quer dizer que o garoto desistiu de apoiar o Brasil em eventual confronto, diz que estará com o escrete canarinho, mas quis prolongar o deleite provocado pelos cinco minutos de fama.

"Foi massa, eles foram muito simpáticos. Quando voltei [do treino], todo mundo me perguntou como foi. Pintei o cabelo para continuarem a perguntar", disse.

Alan é aluno do nono ano do ensino fundamental (antiga oitava série) da Escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha, que reúne 800 estudantes da rede municipal e 245 da rede estadual. Para se matricular ali, é obrigatório ter ascendência indígena, ou pelo menos ter vínculo familiar com indígenas da região, onde há integrantes de três povos: pataxó, pataxó hã hã hãe e fulni-ô. O grupo que deu boas-vindas aos alemães era todo da escola, 15 estudantes e 5 funcionários.

Brincos nas orelhas, celular a tiracolo, gírias e trejeitos semelhantes ao de adolescentes de grandes cidades, Alan torce para o Flamengo (igualmente rubro-negro), joga como zagueiro nas peladas da escola e elegeu como preferido na Alemanha o goleiro Neuer.

Sua colega Acanaí Conceição Santana, 14, que deu sorte e ganhou duas camisas, uma das mãos de Neuer, outra de Schweinsteiger, preferiu Klose, que no dia da recepção completava 36 anos e foi cercado pelos indígenas num ritual de celebração. "Ele participou mais da dança", justifica Acanaí.

Pode ter participado mais, mas quem mais interagiu com o grupo foi o atacante Müller -é o que assegura Maylli Matos, 13, aluna da escola, que esteve no festejo.

"Thomas Müller é o mais legal, entrou na roda e dançou com a gente. Contra Portugal ele fez três gols para mim", brinca ela sobre a atuação de gala do atacante.

Mais que apoiarem a Alemanha nos 4 a 0 em Salvador, Maylli, Acanaí e Alan torceram contra Portugal.

"Os portugueses dizem que descobriram o Brasil, mas consideramos que o país foi invadido, não descoberto. Já estávamos aqui", diz a vice-diretora da escola, Zizélia Ferreira dos Santos, 36.

"Ouvimos falar que os alemães são frios, mas, naquele dia, fomos recebidos calorosamente. Isso criou um vínculo com eles. Gostei da lavada em Portugal", diz.

Distrito de Santa Cruz Cabrália, Coroa Vermelha é famosa por ter abrigado a primeira missa católica realizada pela comitiva de Pedro Álvares Cabral no Brasil em 26 de abril de 1500-quatro dias após a frota do navegador ter chegado ao litoral baiano.

À beira da rodovia que liga Porto Seguro a Cabrália, a escola indígena tem seis casas em formato circular, lembrando uma oca, a maioria usadas como salas de aula. Na grade curricular, o ensino da língua indígena patxôhã é obrigatória. Entre os professores, apenas um não tem ascendência indígena: a que dá aulas de inglês.

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