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A sul-coreana: "A Ásia se despede cedo, mas não deve perder a esperança"

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Os jogos da fase de grupos estão acabando, e as 32 seleções da Copa do Mundo tiveram oportunidade de provar seu valor. A Coreia do Sul está entre os últimos times a jogar na quinta-feira (26/6) para determinar quem avança para as oitavas.

Embora essa seja a fase em que a verdadeira diversão começa, a variedade de convidados à festa cairá à metade quando os primeiros eliminados forem embora. Uma região em especial deixará o Brasil de cabeça baixa, já que todos os representantes da Ásia —Irã, Austrália, Japão e Coreia do Sul— estão eliminados, ou quase.

Até a quarta (25/6), Japão, Austrália e Irã já haviam partido sem vitórias. É o pior desempenho, para a Ásia e a Coreia do Sul, desde 1998.

A Copa do Mundo da França havia sido a última em que nenhuma seleção asiática se classificou para as oitavas, e havia sido a última vez que a Coreia do Sul foi para casa sem vitória.

O melhor resultado da equipe naquele ano foi um empate por 1 a 1 contra a Bélgica, com Marc Wilmots e Hong Myung-bo em campo como meio-campista e zagueiro, respectivamente.

Quando eles voltarem a se defrontar na quinta, como treinadores de suas respectivas seleções, será a última e fugaz oportunidade dos jovens "guerreiros taeguk" para redimir seu país, e seu continente, aqui no Brasil.

As chances certamente não favorecem a Coreia do Sul, 57ª colocada no ranking mundial, que passou com dificuldade pela eliminatória e por um período preparatório igualmente complicado antes da Copa.

Ainda que a seleção sul-coreana tenha despertado esperanças no empate inicial contra a Rússia, o medo voltou no domingo com a derrota por 4 a 2 diante da Argélia, quando o time norte-africano brincou com a frágil defesa sul-coreana na conquista de sua primeira, e merecida vitória, em 32 anos.

A menos que os meninos de Hong consigam derrotar a Bélgica, "azarão" dessa Copa, comandado por Wilmots, estão destinados a repetir o desempenho de 1998, que a Coreia do Sul tentou com tanto afinco sepultar no passado.

Boa parte dessa jovem equipe sentiu um gostinho de vitória na Olimpíada de Londres, em 2012, mas só cinco de seus integrantes haviam jogado na África do Sul, em 2010, e o grupo teve pouco tempo para formar uma unidade coesa antes da Copa do Mundo do Brasil.

O futuro é mais promissor do que parece para essa jovem equipe, muitos de seus integrantes chegarão ao auge de suas carreiras profissionais perto da Copa-2018.

Son Heung-min (Bayer Leverkusen), Lee Chung-yong (Bolton Wanderers) e Ki Sung-yueng (Swansea City), especialmente, demonstram grande potencial em seus respectivos clubes e podem precisar só de uma seleção mais sólida em torno deles para ajudá-los a levar a Coreia do Sul a um novo patamar.

Ainda que eu não possa falar muito sobre as demais seleções asiáticas, o fato de que as melhores equipes do continente não tenham podido oferecer mais resistência aqui no Brasil significa que resta muito trabalho a fazer. Austrália e Irã mostraram muito esforço, mas as duas seleções precisam de mais do que sorte no sorteio de grupos em novos torneios internacionais, se desejam progredir.

Os motivos para o dilema do futebol asiático são vastos e complexos, mas creio que os países da confederação asiática, especialmente Coreia do Sul, Japão, China e Irã, querem muito se sair melhor.

É uma batalha difícil mas não impossível. Esses países não conseguirão fazê-lo sem ajuda, mas contratar técnicos como Alberto Zaccheroni (da seleção japonesa) e Marcelo Lippi (do Guangzhou Evergrande, ganhador da Champions Legue asiática) é parte dos sólidos esforços recentes para endireitar as coisas. Ainda que Hong, da Coreia do Sul, seja respeitado como um dos melhores jogadores da história do país, os sul-coreanos fariam bem em buscar um novo Hiddink, mas com um compromisso mais duradouro, que possa deixar uma influência persistente, liderando um esforço sério para melhorar a cultura futebolística do país.

É preciso mais esforço do que o envio de talentos asiáticos para o exterior a fim de trazer de volta à região o que aprenderam nos grandes clubes europeus. No nível de clubes, as organizações de futebol asiáticas precisam continuar a se globalizar e a tornar seus ambientes mais convidativos para jogadores estrangeiros. Aumentar ou eliminar o limite para o número de estrangeiros em uma equipe, que vale para todos os esportes profissionais, na Coreia do Sul e outras nações, seria outra medida positiva, não só para o bem do esporte mas para o bem da lentíssima abertura dos mercados da região.

Na Coreia do Sul, as escolas públicas obcecadas por notas devem reformar seu horrendo sistema de educação física, para encorajar esportes além de estudos, e os pais precisam ser mais abertos a que os filhos busquem seus sonhos e criem carreiras que não envolvam necessariamente as grandes empresas do país. Acima de tudo acredito que a geração emergente de futebolistas deve continuar a inspirar os jovens para que sigam seu exemplo. Só assim a Coreia do Sul e países como ela poderão se ver no mesmo patamar dos melhores do mundo.

Pode demorar muito para que as equipes asiáticas sejam capazes de enfrentar o Brasil ou outra seleção de primeira classe em uma final de Copa do Mundo. Mas, com os investimentos estratégicos corretos e a dedicação em longo prazo a melhorar a confederação e a qualidade do futebol em cada país da região, a Ásia não precisa perder a esperança.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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