Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu

O alemão: "O fator Schürrle"

Mais opções

Logo após o término de uma partida de sucesso, os gladiadores ainda em campo seguem geralmente o seguinte roteiro: um breve momento de alegria (A), em seguida, os jogadores comemoram a vitória com seus colegas de time (B) e, finalmente, é a hora da saudação obrigatória aos torcedores (C).

O jogador que tiver azar precisará, depois de passar por A, B e C, e de ter trocado as camisetas (D), ir fazer uma prova de doping (E) ou ainda dar uma entrevista para a TV (F), o que a maioria deles gosta. Com sorte, poderá ir até mesmo direto para a vestiário (G).

Depois da vitória por 2 a 1, logo após a prorrogação do jogo contra a Argélia, na última segunda (30/6), a seleção alemã levou exatamente três minutos para percorrer o caminho de A a G. Quase todos os jogadores deixaram o campo após esse tempo.

Apenas um deles não quis de forma nenhuma sair o gramado do estádio Beira-Rio: André Schürrle.

Ele aplaudiu, irradiou alegria e deixou-se abraçar. "Um gol assim de calcanhar não se pode treinar", disse o artilheiro do importante gol do 1 a 0 da Alemanha sobre a Argélia.

A esta altura todos os outros colegas já haviam desaparecido há muito nas profundezas do estádio em Porto Alegre. "Com certeza, eu tive sorte", ele confirmou, para depois admitir: "Queria ter feito esse gol assim mesmo, de calcanhar".

Na segunda-feira não havia muito o que aplaudir, comemorar ou abraçar. Apenas Schürrle destacou-se no gramado, embora não o tenha feito desde o início do jogo.

"André jogou muito bem. Ele é alguém que entra logo no jogo," elogiou Oliver Bierhoff, manager da seleção alemã.

Philipp Lahm, sempre diplomático, estava "feliz por contar com um jogador como André no banco de reservas" e Per Mertesacker salientou a "importância de se ter um jogador como ele, que mostra potencial sempre que preciso."

E o futebol alemão precisou de Schürrle na segunda-feira. Após o quase fracassado jogo contra as rápidas raposas do deserto da Argélia, não há dúvidas de que o futebol alemão precisará de Schürrle na sexta (4/7) contra a França. Acima de tudo, o técnico Löw precisará de Schürrle.

Löw gosta muito de qualidade. Ele aprecia camisas que caem bem no corpo e um bom café expresso. O penteado para ele é tão importante como um bom vinho tinto.

E ele gosta de um futebol com ataque flexível e ofensivo, de constante rotação de atacantes e não apenas um jogo forçado dentro do seu esquema de posição.

Nesta Copa do Mundo, Löw ainda não havia visto este esquema de jogo em sua equipe. Isso mudou somente após o intervalo do jogo contra a Argélia, quando ele chamou Schürrle para jogar.

"André dá base ao jogo", disse Bierhoff mais tarde. "Nós precisávamos disso porque no primeiro tempo jogamos muito devagar, sem velocidade."

Bierhoff poderia ter se referido a Mario Götze, antecessor de Schürrle no jogo. Götze se movimentou muito pouco na partida, mas Bierhoff evitou esse comentário.

Depois de quatro jogos na Copa —um notável contra Portugal, dois toleráveis contra Gana e EUA e um muito fraco contra a Argélia—, ficou claro que somente Schürrle poderia fechar a lacuna que Marco Reus deixou aberta.

Pouco antes da vinda da seleção para a Copa do Mundo, Reus se lesionou gravemente no tornozelo. O atleta do Dortmund era considerado o jogador-chave de Löw.

Reus é rápido, ágil, criativo e faz muitos gols. Ele é tudo o que os seus representantes Götze e Lukas Podolski até agora não foram. E é ele que Schürrle quer ser, pode ser, e, possivelmente será a partir de agora.

Apenas três dias depois da lamentável lesão de de Reus no duelo com o jogador da Armênia Artak Jedigarjan, em 6 de junho, em Mainz, a 8.718 km de distância, Schürrle participava da mesa de conferência no hotel Costa Brasilis.

O jogador de 23 anos, do Chelsea, parecia ao mesmo tempo confiante e humilde. "Aqui e agora está tudo em jogo. Só isso que conta. Vou dar o meu melhor sempre que chamado para jogar", disse Schürrle.

Até ali, ninguém imaginaria que ele realmente sairia do banco para jogar.

Schürrle é nativo da cidade de Ludwigshafen, região do Palatinado. Ele teve um ótimo desempenho na primeira temporada na Inglaterra, marcou oito gols em trinta partidas.

Recebeu até um daqueles elogios muito raros e muito cautelosos do técnico do Chelsea José Mourinho.

"André ainda está no processo de aprendizagem na Inglaterra", disse o português. Mourinho o chamava ainda de criança. "Ele sabe controlar-se. É um ótimo finalizador e é justamente o que eu espero dele."

Löw já havia dito há seis meses que André deveria treinar muito para ficar mais robusto, e a criança parece ter crescido em apenas um ano na Inglaterra.

Além do futebol, Schürrle fez muito trabalho de fortalecimento muscular, e Löw reconheceu isso.

Agora chegou a hora de Schürrle mostrar tudo isso também nesta Copa do Mundo. Nos jogos que estão pela frente. Das quartas de final até o Maracanã, talvez com um semifinal contra o Brasil.

Schürrle precisa estar lá. Como um vencedor. E, como um jogador-chave. No gramado: de A a Z.

Tradução de CARLA SILVEIRA

Editoria de Arte/Folhapress
PERFIL Gringos no Ninho - Alemão
Mais opções

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade

Siga a folha

Publicidade

+ Livraria

Livraria da Folha

Jogo Roubado
Brett Forrest
De:
Por:
Comprar
Festa Brasil (DVD)
Vários
De:
Por:
Comprar
The Yellow Book
Toriba Editora
De:
Por:
Comprar
Futebol Objeto das Ciências Humanas
Flávio de Campos (Org.), Daniela A.
De:
Por:
Comprar
Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página