Argentinos reformam ônibus e percorrem 10 mil km para ver a Copa
Divulgação/Mundial Andando | ||
Torcedores argentinos em frente ao ônibus reformado a caminho do Brasil |
Neste sábado (5), no jogo contra a Bélgica, em campo, os 11 jogadores da seleção argentina continuam na busca pelo tricampeonato mundial. Já na estrada, 11 torcedores argentinos realizam o sonho de acompanhar a Copa de perto.
Fanáticos por futebol, os torcedores do projeto Mundial Andando compraram e reformaram com as próximas mãos um ônibus –modelo Mercedes Benz-94. No lugar de 100 poltronas, colocaram uma cozinha, banheiro e camas. E, para isso, contaram com ajuda de amigos e de um patrocinador que doou todos os materiais para a reforma do veículo.
A ideia começou com um churrasco entre amigos, em 2012, e o que parecia um sonho impossível, tornou-se realidade nesta Copa. No dia 7, eles saíram da cidade de Paraná, na província de Entre Rios, a aproximadamente 500 km da capital Buenos Aires, e seis dias depois chegaram ao Rio de Janeiro.
No Brasil, eles percorreram os Estados do Rio, Minas Gerais, São Paulo e agora estão em Brasília para o duelo das quartas de final. "O melhor do Brasil, são os brasileiros. As pessoas são muito gentis e carinhosas", diz Juan Martin Alfieri, 30, jornalista e um dos aventureiros.
Contudo se a Copa fosse no país vizinho, Juan acredita que os brasileiros não seriam tão bem recebidos. "Os argentinos ainda têm que aprender muito com os brasileiros", acredita.
Já o economista Maxi Rodriguez, 27, se apaixonou pela cidade Maravilhosa. "O Rio tem o clima do Mundial", conta.
Divulgação/Mundial Andando | ||
Os 11 integrantes do projeto argentino Mundial Andando |
SOMOS LOUCOS
Com 20 anos de uso, a reforma do ônibus –enferrujado e que mal funcionava– deu trabalho aos argentinos. O custo de veículo foi de aproximadamente R$ 18 mil, mas com todas as reformas necessárias o grupo ainda não calculou o valor final.
Sem nenhum conhecimento em mecânica, eles trabalharam por 14 meses, todos os finais de semana, para transformar um ônibus velho em um motorhome (casa sobre rodas). "É um sonho construído por todos nós", conta Alfieri.
Depois de assistir aos jogos no Maracanã e no Mineirão, os argentinos estão sem ingressos para o resto da competição. Mas não é por isso que não vai ter Copa para eles, pois continuarão acompanhando o torneio até a final, com ou sem a Argentina. "O Mundial não é só em campo, tem o clima que o futebol cria no país", diz Rodriguez.
Passar mais de um mês dentro de um ônibus não é fácil e as dificuldades são muitas. "O maior problema é dormir 11 pessoas no ônibus. Eles roncam!", brinca Rodriguez.
Mas será que toda essa aventura vale a pena? "Claro, somos loucos! A única maneira de fazer essa viagem é estar louco", completa Rodriguez.
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'